A Gol pretende repetir na Olimpíada de 2016 a mesma
estratégia utilizada na Copa do Mundo de 2014, chamada de "Copa
Verde" pela empresa, quando mais de 360 voos da Gol foram feitos com
bioquerosene. Segundo o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, o objetivo é
ter operações regulares com o combustível, mas ainda não há previsão sobre
quando isso será viável.
"Estaremos novamente na Olimpíada com essa
mesma estrutura da Copa. Essas demonstrações nesses grandes eventos esportivos
servem justamente para demonstrar o nível de maturidade da tecnologia, o quão
pronta ela está para aplicação", afirmou o executivo, no evento Ethanol
Summit, na capital paulista.
A companhia vem dando passos para aumentar o uso do
biocombustível e, além das operações em grandes eventos esportivos no Brasil,
em setembro do ano passado a Gol realizou seu primeiro voo internacional com o
combustível. "A Gol assumiu um protagonismo nessa plataforma no mercado
brasileiro, devido à crença da companhia nessa solução", disse Kakinoff.
"É uma convicção nossa, especialmente para uma companhia que tem
crescimento tão acelerado quanto o nosso. Estamos falando de um insumo que
representa 40% dos custos. Isso merece um nível de atenção especial."
O executivo apontou, porém, que o biocombustível
demanda um marco regulatório que determine uma política de produção no Brasil.
"Nós estamos procurando, dentro do nosso raio de ação, estimular a
implementar isso. O que podemos antecipar é o potencial. Do ponto de vista
tecnológico e de performance, esse combustível pode ser aplicado em larga
escala. O que nós precisamos agora é ganhar volume de produção para que ele
seja economicamente competitivo com o combustível fóssil", afirmou
Kakinoff.
Parceria
Representantes da Boeing e da Embraer também
participaram do evento e apontaram estratégias para aumentar o uso do
biocombustível. O coordenador sênior de pesquisa para biocombustíveis em
aviação da Boeing, Onofre Andrade, e o engenheiro de desenvolvimento de produto
da Embraer, Marcelo Gonçalves, destacaram a parceria entre as duas empresas
nesse sentido.
As companhias instalaram, em conjunto, um centro
tecnológico em São José dos Campos, que já está operacional. "É um espaço
onde vamos receber parceiros para discutir novos projetos. Temos a estrutura
montada e um comitê das duas empresas que vai avaliar projetos. Estamos
orgulhosos dessa parceria e acho que bons frutos surgirão", afirmou
Andrade.
Segundo ele, os estudos de viabilidade conduzidos
por ambas as companhias vão ajudar a avaliar novos investimentos. "Temos essa
grande capacidade de pesquisa e isso vai dar mais segurança para novos
investimentos nessa área", disse.
"Pretendemos ser a referência em discussões de
bioquerosene na aviação e aprofundar o relacionamento que temos com a Embraer.
Acho que isso é muito importante tanto para a Boeing quanto para a Embraer. A
demanda existe", acrescentou o executivo. (biodieselbr)
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