Projeto de Lei propõe criar
sistema de compensação de energia solar para micro e miniprodutores.
Autor da proposta pede
aprovação emergencial do projeto em meio a crise econômica provocada pela
pandemia do covid-19
O deputado federal do Mato
Grosso do Sul, Beto Pereira (PSDB), apresentou no dia 27 de março, à Câmara dos
Deputados, o Projeto de Lei (PL) 2215/20, que estabelece um sistema de
compensação de energia elétrica entre micro e miniprodutores de energia e a
rede elétrica. O parlamentar propõe uma regra para essa compensação referente
ao fluxo de energia repassada para rede e a consumida pela unidade de produção
e define quem são os micros e minigeradores de energia.
Para o parlamentar, a
aprovação emergencial deste projeto é fundamental para contrapor a crise
econômica provocada pela pandemia do covid-19. “O PL foi construído em conjunto
com o setor de energia limpa que, além de sustentável, conta com alta
tecnologia e empregabilidade para também ser uma alternativa neste momento de
crise”, finalizou Beto Pereira.
A proposta surgiu para se
opor à iniciativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que pretende
compensar menos da metade da energia produzida e colocada à disposição na rede
elétrica pelos produtores de energia solar. “Essa medida da Aneel vai na
contramão das políticas energéticas do mundo inteiro, causando insegurança
jurídica ao setor, que tinha a projeção de gerar 240 mil empregos apenas neste
ano”, explicou o deputado.
O
PL define o microgerador de energia renovável, os produtores de até 75 KW e
minigeradores, os produtores de até 5 MW. A proposta ainda explica todos os
tipos de geração por energia solar, como geração junto a carga, autoconsumo
remoto, geração compartilhada, além dos direitos e deveres de minis e
microgeradores de energia solar, criando assim o Sistema de Compensação de
Energia Elétrica.
Segundo o deputado, a
Califórnia, por exemplo, começou a taxar a energia solar depois de 20 anos de
normatização com taxas de 10,5%. Na Alemanha, 87% da energia utilizada é eólica
ou solar. O país Europeu subsidia a produção de energia por painéis solares, e
com as produções individuais, em alguns períodos do ano, o valor da energia é
negativo, ou seja, há um excedente na produção. O excedente é leiloado e o
arrecadado distribuído.
Na contramão das experiências
internacionais, a Aneel propõe taxação de até 63% depois de sete anos do marco
zero. A Agência alega que o pequeno gerador de energia não paga as tarifas
quando há a compensação de fornecimento de energia em momentos de oscilação, no
entanto esquece que a energia disponibilizada pelo micro e mini gerador é
produzida próximo aos consumidores e reduz as perdas nas linhas de distribuição
e transmissão em torno de 17%, o que representa, segundo a própria Aneel, em
média 10% do custo das tarifas pagas pelos brasileiros.
“A produção de energia solar
durante o dia ajuda a poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, o
acionamento das termoelétricas movidas a Diesel, Carvão e Gás, evitando as
bandeiras tarifárias para os consumidores e poluentes ao meio ambiente”, afirma
o deputado.
Instalação de geradores
solares cresce três vezes no Brasil.
Na visão dele, a energia
emprestada pelo micro e miniprodutor é vendida à vista para os vizinhos mais
próximos com preço cheio, como se fosse energia produzida nas usinas
centralizadas a milhares de quilômetros de distância do consumo. “Não procede a
alegação de queda de receita das distribuidoras uma vez que há aumento da
rentabilidade, fato que diversas delas já montaram empresas de energia solar e
estão entrando fortemente no setor”, disse. (portalsolar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário