Renováveis
já são mais baratas que carvão, aponta Irena.
Segundo
agência, até 1.200 GW de capacidade de carvão existente podem custar mais para
operar do que o custo de um novo sistema solar de geração centralizada.
A
energia renovável apresenta preços cada vez mais baixos do que qualquer nova
capacidade baseada em combustíveis fósseis. É o que revela um novo relatório da
Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) e
publicado em 02/05/20. Os custos de geração de energia renovável em 2019
mostram que mais da metade dessa nova capacidade adicionada no ano passado
alcançou níveis mais baixos do que as novas usinas de carvão, que são mais
baratas.
O
relatório Custos de Geração Renovável em 2019, disponível em inglês, destaca
que os novos projetos de geração renovável estão reduzindo cada vez mais a geração
das usinas a carvão existentes. Em média, as novas usinas de energia solar
fotovoltaica e eólica onshore custam menos do que manter muitas usinas de
carvão em operação. Os resultados dos leilões em diversos países mostram essa
tendência em aceleração, que pode levar à redução dessa fonte. Até porque, a
estimativa é de que no próximo ano, até 1.200 GW de capacidade de carvão
existente podem custar mais para operar do que o custo de um novo sistema solar
de geração centralizada, pontua o relatório.
Nos
cálculos apresentados no estudo da entidade, a substituição dos 500 GW de
carvão mais caros por sistemas solares fotovoltaicos e parques eólicos onshore
no próximo ano reduziria os custos do sistema de energia em até US$ 23 bilhões
a cada ano e reduziria as emissões anuais em cerca de 1,8 gigatons (Gt) de
dióxido de carbono (CO2), equivalente a 5% do total de emissões
globais de CO2 em 2019. Esse volume também geraria investimentos de
US$ 940 bilhões, o que equivale a cerca de 1% do PIB global.
Em
comunicado, o diretor geral da entidade, Francesco La Camera, aponta que esse é
um importante ponto de inflexão da curva na transição energética. E ainda, que
as fontes renováveis oferecem um tremendo potencial para estimular a economia
global, são estáveis, econômicos e atraentes, oferecendo retornos consistentes
e previsíveis, ao mesmo tempo em que oferecem benefícios para a economia em
geral. O executivo defende que a estratégia de recuperação global deve ser uma
estratégia verde.
Queda
livre
Os
custos recuaram, segundo dados apresentados na publicação, acentuadamente na
última década. Esse movimento é impulsionado pelo aprimoramento de tecnologias,
economias de escala, cadeias de suprimentos cada vez mais competitivas e
crescente experiência do desenvolvedor. Desde 2010, a solar fotovoltaica em
grande escala apresentou o maior declínio de custo, 82%. Em seguida vem a solar
concentrada (CSP) com índice de 47%. A eólica onshore em 39% e a offshore em
29%.
Somente
no ano passado os custos da solar fotovoltaica em larga escala caíram 13%, uma
média global para US$ 0,068/kWh. Para a fonte eólica onshore e offshore a queda
foi de 9%, atingindo US$ 0,053/kWh e US$ 0,115/kWh, respectivamente.
E
na avaliação da Irena, a tendência é de continuidade dessa curva decrescente.
Argumenta que os leilões recentes e PPAs para novos projetos comissionados em
2020 e além balizam essa análise. Os preços da solar fotovoltaica chegam à
média US$ 0,039/kWh para projetos que entram em operação em 2021, queda de 42% em
relação a 2019 e mais de um quinto a menos do que o concorrente mais barato em
combustíveis fósseis, as usinas a carvão.
Energias
renováveis já são mais baratas do que combustíveis fósseis.
“Os
preços recorde de leilão de energia fotovoltaica solar em Abu Dhabi e Dubai,
Chile, Etiópia, México, Peru e Arábia Saudita confirmam que valores tão baixos
quanto US$ 0,03/kWh já são possíveis”, reforça a Irena”. A mesma quantia
investida em energia renovável hoje produz mais capacidade nova do que teria
uma década atrás. Em 2019, foi comissionado o dobro de capacidade de geração
renovável do que em 2010, mas exigiu apenas 18% mais investimentos”, conclui.
(canalenergia)
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