Renováveis:
América do Sul está posicionada para liderar investimentos.
Pesquisa
aponta que a região é a que apresenta mais potencial de crescimento e deverá
ser o destino de altos investimentos, principalmente em solar e eólica offshore
nos próximos cinco anos.
A
América do Sul está preparada para o boom de energias renováveis, essa é a
principal conclusão de um estudo publicado pelo escritório de advocacia Ashurst
sobre a transição energética. A região deverá liderar o crescimento global de
investimentos nessas fontes nos próximos cinco anos. Para chegar ao resultado
foram entrevistados 2.090 executivos de empresas localizadas em diferentes
países do G20 sobre o mercado de energia. Em um gráfico, a região ocupa o ponto
mais alto no quadrante classificado de mais altos investimentos com mais alto
índice de crescimento.
O
relatório, intitulado Powering Change: Energy in Transition, publicado em
inglês, aponta em suas 40 páginas, que a década atual é vista como o ponto de
inflexão da curva para investidores, empresas e sistema financeiro no sentido
de implantar mais ações rumo à transição energética para mitigar os efeitos das
mudanças climáticas. Lembra ainda que Agência Internacional de Energia
Renovável prevê que US$ 110 trilhões devem ser investidos no sistema de energia
globalmente até 2050 para cumprir as metas de energia renovável. E que de
acordo com a Agência Internacional de Energia, pelo menos um quarto da
eletricidade global já é atendida pelas diversas fontes renováveis, citando
solar, eólica e a hídrica.
A
pesquisa mostra que quase um quinto das pessoas pesquisadas disse que espera
investir em energia renovável, transição energética e em tecnologias de
descarbonização na região nos próximos cinco anos. Além disso, investidores do
G20 de dentro da região já têm aportes em empreendimentos dessa natureza. A
maioria, 66%, estão no Brasil em energia eólica, solar ou em ambos, 64% dos
respondentes na Argentina, com projetos eólicos, já na América do Norte, o
mesmo índice verificado no México, mas para energia solar.
Outra
constatação que foi reportada é que todas as modalidades de geração renovável
deverão atrair investimentos, inclusive com as mais novas como a eólica
offshore e biomassa. E destaca ainda que executivos nos três países apontados
afirmam que pretendem realizar expansões futuras na eólica offshore, 81% dos
participantes que responderam a pesquisa na Argentina disseram ter interesse
nessa fonte ou já estão colocando seus recursos em projetos dessa natureza nos
próximos cinco anos. No Brasil esse índice é de 70%.
Outro
dispositivo que tem sido alvo de incursões globais no âmbito da transição
energética é o armazenamento em baterias. Nesse ponto 75% das opiniões apontam
que há investimentos ou compromissos em realizar esses aportes no período de
abrangência da pesquisa.
No
geral, 84% dos entrevistados desses três países disseram que investir na
transição energética é essencial para seu crescimento estratégico. Na avaliação
do Ashurst, apesar da instabilidade política, não seja surpresa esse
posicionamento já que 83% desses executivos entrevistados disseram ter mudado
sua estratégia de investimento para a transição energética nos últimos 12
meses, e continuariam a fazê-lo.
Quando
questionados sobre a importância de projetos renováveis como parte da transição
energética, 44% dos entrevistados no México e 42% no Brasil afirmaram ser um
caminho essencial para alcançar esse patamar de mudança. Com esses índices,
aponta a pesquisa, esses dois estão entre os cinco principais países do mundo.
Para
o escritório, que conduziu a pesquisa, a América do Sul se destacou por conta
das suas disponibilidades de irradiação solar e de recursos eólicos que
proporcionam oportunidades nessas duas fontes. Ao mesmo tempo há a aceleração
de investimentos em busca da descarbonização da matriz elétrica, resultado da
pressão da sociedade sobre as corporações e governos. A seu lado estão
economias em crescimento no sudeste da Ásia e no norte da África, que são
vistas como mercados-chave de destino de investimentos, onde se espera um
crescimento significativo de fontes renováveis à medida que investidores e
desenvolvedores procuram atender à demanda de energia dos países em rápida
industrialização.
Além da América do Sul, apontou a pesquisa, a tendência ascendente do investimento de baixo carbono é consistente globalmente. No G20, 94% dos entrevistados esperam que o investimento de sua organização aumente nos próximos cinco anos, com o aumento médio esperado em 43% em dólares.
Além da América do Sul, apontou a pesquisa, a tendência ascendente do investimento de baixo carbono é consistente globalmente. No G20, 94% dos entrevistados esperam que o investimento de sua organização aumente nos próximos cinco anos, com o aumento médio esperado em 43% em dólares.
Com
os resultados em mãos, o escritório declarou ainda que o momento atual com a
pandemia deixa o cenário mais volátil e incerto para todos os mercados,
especialmente energia. “Esse conjunto de dados foi capturado antes do advento
da crise do COVID-19 e da forte redução nos preços do petróleo. No entanto,
acreditamos que os fundamentos do mercado e as perspectivas para a transição
para energia limpa permanecerão praticamente inalterados no longo prazo”,
aponta. E avalia que no pós pandemia as conclusões da pesquisa continuarão
fornecerão uma referência útil para a indústria. (canalenergia)
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