Carros
flex terão separador de combustível para melhorar desempenho e economia.
Não importando o que você colocar no tanque, a
tecnologia separa o combustível de maior octanagem para quando você acelerar.
Octanagem sob demanda.
Os
motores bicombustível ou flex, representaram uma revolução para a indústria
automobilística ao oferecer aos consumidores a liberdade para escolher entre
etanol e gasolina.
Contudo,
se foi uma revolução mercadológica, os motores flex são vistos por alguns como
uma "degenerescência técnica", uma vez que não apresentam o máximo de
eficiência para nenhum dos dois combustíveis.
Uma
equipe dos laboratórios PNNL, dos EUA, compartilha dessa opinião, mas eles não
ficaram só na crítica.
Katarzyna
Grubel e seus colegas desenvolveram uma tecnologia que separa o etanol da
gasolina antes que a mistura entre para queima no interior dos cilindros. O
combustível de maior octanagem, basicamente etanol, é mantido em uma reserva
para quando o veículo precisa de maior potência, queimando o combustível de
menor octanagem em condições de baixa exigência.
O
sistema, que a equipe chama de "octanagem sob demanda", resulta em
economia no consumo de combustível e redução na emissão de poluentes: os
resultados dos testes indicaram uma redução no consumo de combustível de 30% e
uma redução na emissão de gases de efeito estufa de 20%.
Projetada
para trabalhar com os combustíveis comuns vendidos nos postos, a tecnologia de
separação a bordo é a primeira a usar a química - e não uma membrana física -
para separar a gasolina misturada com etanol em componentes de combustível de
alta e baixa octanagem. O sistema consegue retirar até 95% do etanol misturado
na gasolina.
Feita
a separação, o sistema mede a mistura de combustível apropriada para ser
enviada ao motor, dependendo da potência exigida: octanagem mais baixa para
marcha lenta, octanagem mais alta para acelerar.
A tecnologia de separação química é baseada em
aminas apoiadas em uma membrana mesoporosa.
Batendo biela
Motores
de alta compressão são mais eficientes porque conseguem extrair o máximo de
energia do combustível. Infelizmente, esses motores agravam um problema
desagradável conhecido como "bater biela".
Semelhante
a um ciclista cujo pé escorrega do pedal e bate, a batida do motor acontece
quando pistão e combustão ficam momentaneamente fora de sincronia, o que
geralmente acontece durante a aceleração. Bater biela rouba força do motor e
pode até causar danos caros de se consertar.
Combustíveis
com maior octanagem podem eliminar a batida de biela, mas eles são caros.
Ocorre que o etanol é um aditivo de combustível barato que aumenta a taxa de
octanagem. Ele reduz um pouco as emissões de gases de efeito estufa, mas também
faz o motor gastar mais combustível. Assim, quando um carro está queimando
combustível enquanto fica parado em um semáforo, isso significa que ele está
desperdiçando o combustível de alta octanagem valioso, que seria melhor usado
para acelerar quando o sinal ficar verde.
É
aí que entra a tecnologia de separação do combustível, enviando para o motor o
combustível certo na hora certa.
"Com
o crescente uso de etanol e, com o tempo, outros biocombustíveis, uma
tecnologia como a de separação a bordo significa que não precisaremos escolher
entre redução das emissões de gases de efeito estufa e a economia de
combustível," disse o professor Allan Tuan, que está se encarregando de
encontrar parceiros comerciais para colocar a tecnologia no mercado. (inovacaotecnologica)
Nenhum comentário:
Postar um comentário