A usina termelétrica movida a
lixo vai consumir cerca de 300 mil toneladas de resíduos por ano e alimentar
mais de 320 mil pessoas.
A Orizon Valorização de
Resíduos venceu o leilão de energia nova A-5, realizado pelo Ministério de
Minas e Energia, para geração de energia elétrica a partir de resíduos sólidos
urbanos e Barueri receberá a primeira usina termelétrica movida a lixo da
região. É uma enorme iniciativa da companhia para combater a crise energética
no país com uma matriz limpa, renovável e de alta eficiência.
Termelétrica movida a lixo
usará o modelo “Waste to energy” como padrão de funcionamento.
A primeira Unidade de
Recuperação Energética da América Latina, no modelo “Waste to energy” (WTE)
será implantada em Barueri (SP), pela controlada URE-BA. A empresa será capaz
de gerar energia para o consumo de 320 mil pessoas, utilizando 300 mil
toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. Serão 20 MWe de potência instalada,
gerando 140,1 GWh/ano para a venda. O WTE é reconhecido como alternativa de
tratamento de resíduos em grandes centros urbanos, onde não existem mais
grandes áreas disponíveis para a instalação de aterros sanitários.
Este será o primeiro empreendimento a adotar uma solução que irá contribuir para a construção do “Ciclo Positivo do Resíduo”, transformando passivos ambientais em fonte de geração de energia renovável. Será a primeira unidade do país a cumprir as premissas da nossa Política Nacional de Resíduos Sólidos, complementando todo um processo de reciclagem.
O custo de geração ficará em R$ 549 por MWh (megawatt-hora), deságio de 14% em relação ao teto previsto na concorrência. O valor é equivalente ao da última térmica a gás natural a entrar em operação no país, a GNA 1, no norte-fluminense, que recebe R$ 552 por MWh gerado.
Em meio à crise energética
MME realiza seu primeiro leilão com possibilidade de participação de projetos
de geração movidos a resíduos sólidos urbanos
“Representa uma contribuição
extremamente relevante, sobretudo neste cenário de crise energética com uma
matriz limpa, renovável e de alta eficiência, já que se encontra próxima aos
grandes centros urbanos”, disse em nota o diretor-presidente da empresa, Milton
Pilão.
A geração de energia a partir
do lixo tem hoje participação marginal na matriz energética brasileira, mas o
setor espera grande crescimento a partir da aprovação do novo marco do
saneamento básico, que prevê concessões também para a gestão do lixo nas cidades.
Segundo a Abetre (Associação
Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes), o Brasil gerou
79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2019, volume com
potencial para produzir energia suficiente para abastecer todo o estado de
Pernambuco. “O resultado vai ao encontro do nosso objetivo de modernizar o
parque brasileiro e substituir usinas mais caras por empreendimentos mais
baratos, disse o presidente da CCEE (Câmara Comercializadora de Energia
Elétrica)”, Rui Altieri.
O governo realiza mais dois leilões de energia este ano. O primeiro, já em outubro, vai contratar térmicas para operação por um prazo de cinco anos, como medida emergencial para recuperar os reservatórios das hidrelétricas.
Sobre a empresa
A estratégia central da Orizon é extrair cada vez mais valor das milhões de toneladas de lixo que chegam nos seus chamados ‘ecoparques’ — seja transformando-as em biogás e gerando energia a partir dele, aumentando o percentual de reciclagem e reuso dos materiais ou até vendendo créditos de carbono. (clickpetroleoegas)