sábado, 2 de outubro de 2021

Quais os impactos no setor elétrico nacional?

Climatempo apresenta: “Novo Relatório do IPCC: Quais os impactos no setor elétrico nacional?”.
Um dos efeitos é a necessidade de utilizar energia térmica para suprir a demanda energética, apesar do Brasil contar com 75% da matriz elétrica de fonte renovável.

Diante de um cenário de crise hídrica no Brasil e de temperaturas extremas que vem ocorrendo ao redor do mundo, o novo boletim mensal da Climatempo, que já está disponível na Biblioteca do Portal CanalEnergia, traz como tema “Novo Relatório do IPCC: Quais os impactos no setor elétrico nacional?”

O IPCC, uma organização internacional criada em 1988, tem como principal objetivo auxiliar os governos mundiais na tomada de decisão com informações científicas sobre o clima e as mudanças climáticas. O órgão tem milhares de membros espalhados por 195 países, contribuindo de forma voluntária e sem viés político para o desenvolvimento do relatório. O papel da organização é analisar e avaliar artigos científicos publicados que são relevantes para o melhor entendimento das mudanças climáticas que vem ocorrendo e seus consequentes impactos.

Uma das maneiras encontradas para reduzir e bloquear o consumo de energia elétrica é reduzindo o uso.

Um dos questionamentos, segundo a Climatempo, é em relação ao aquecimento global e em que proporção as atividades antropogênicas (efeito da humanidade) e os efeitos naturais (atividade solar e vulcânica) eram responsáveis pelo aquecimento global que vem sendo observado e sinalizado pelos relatórios anteriores do IPCC.

O boletim destaque que, nesse contexto, o principal efeito da humanidade é dado pela emissão de gases do efeito estufa. Utilizando de novas tecnologias, novos métodos e novas evidências, o recente relatório do IPCC deixou evidente que não é possível que somente efeitos naturais provoquem o aquecimento médio de aproximadamente 1.6ºC que foi observado entre 2011-2020.

Com a redução drástica das chuvas, os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis catastróficos, reduzindo drasticamente a produção de energia elétrica, fazendo com os custos produtivos estejam em patamar bastante elevados.

Outro ponto destacado no boletim é como essas mudanças climáticas vêm impactando o setor elétrico nacional, visto que a matriz elétrica em sua maior parte é renovável, dependente principalmente de hidrelétricas, seguida pela geração eólica que vem crescendo cada vez mais. Em suma, o Brasil possui cerca de 75% de toda sua matriz energética de fontes sustentáveis. No entanto, a energia térmica ainda é muito utilizada para suprir a demanda energética do país quando os outros setores não são suficientes, realidade que vivemos no atual cenário. Indiretamente, a energia térmica está relacionada com o clima, pois se os reservatórios estão com volumes comprometidos pela escassez de chuva, as usinas térmicas são acionadas e o preço da energia elétrica aumenta, impactando diretamente o consumidor.

A Climatempo ressalta que o efeito mais direto e compreendido das mudanças climáticas para o setor elétrico é o aumento da temperatura. Uma atmosfera mais quente promove um aumento da demanda energética, que por sua vez, aumenta a necessidade de mais carga de energia, o que, dependendo do cenário energético nacional, pode gerar racionamentos como medidas mais extremas para proteger o sistema.

Figura 1: a) Variação decadal da temperatura média da superfície do globo nos últimos 2000 anos junto com as observações de 1850-2020 (linha preta sólida).

b) Variação anual da temperatura média da superfície do globo nos últimos 170 anos (utilizando de referência os anos de 1850-1900).

Figura 2 - Panorama das mudanças observadas de extremos de calor, frio e chuva, e suas potenciais contribuições humanas para diversas sub-regiões na América do Sul delimitadas pelo IPCC. O Brasil pertence às regiões NSA, SAM, NES e SES.

Figura 3 - Mudanças da temperatura global de superfície relativas ao período pré-industrial (1850-1900) para cinco cenários futuros, ordenados de forma que o SSP1-1.9 é o cenário mais "otimista", ou seja, mais sustentável, e o SSP5-8.5 é o mais "pessimista".

Figura 4 - Projeções da temperatura média em superfície para três cenários futuros (SSP1-2.6, coluna da esquerda; SSP3-7.0, coluna do meio; SSP5-8.5, coluna da direita) e três períodos de tempo, representando o curto prazo (2021-2040, linha superior), médio prazo (2041-2060, linha central) e longo prazo (2081-2100, linha inferior). Para este cálculo, utiliza-se o ensemble de 32 modelos climáticos globais.

Figura 5 - Projeções da precipitação para três cenários futuros (SSP1-2.6, coluna da esquerda; SSP3-7.0, coluna do meio; SSP5-8.5, coluna da direita) e três períodos de tempo, representando o curto prazo (2021-2040, linha superior), médio prazo (2041-2060, linha central) e longo prazo (2081-2100, linha inferior). Para este cálculo, utiliza-se o ensemble de 31 modelos climáticos globais.

Figura 6 - Projeções do vento em superfície para três cenários futuros (SSP1-2.6, coluna da esquerda; SSP3-7.0, coluna do meio; SSP5-8.5, coluna da direita) e três períodos de tempo, representando o curto prazo (2021-2040, linha superior), médio prazo (2041-2060, linha central) e longo prazo (2081-2100, linha inferior). Para este cálculo, utiliza-se o ensemble de 29 modelos climáticos globais.

Que cada um faça a sua parte, unidos conseguiremos passar e suportar mais esta crise hídrica. (canalenergia)

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