Brasil precisa produzir hidrogênio de baixo carbono para atender o
mercado interno.
Especialistas acreditam que o H2V não será um produto de mera
exportação.
A transição energética atualmente é vista como uma oportunidade de
investimentos e a reindustrialização do Brasil ganha destaque com o hidrogênio
verde no centro das atenções. “Precisamos esclarecer para Brasília que produzir
hidrogênio de baixo carbono é necessário para atender o mercado interno e para
exportação. O H2V não será um mero produto de exportação e isso tem que ficar
claro para todos”, disse a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum,
durante o segundo dia do Brazil Windpower 2023 em 13/09/23, em São Paulo.
Segundo a executiva, agora temos o desafio de estruturar a cadeia
produtiva de onshore e criar os caminhos para a eólica offshore e hidrogênio
renovável, que vem da eólica, solar, biogás e biomassa. “Os investimentos nos
novos parques serão para produzir o hidrogênio renovável e eles precisam ter um
tratamento tributário melhor”, alertou Elbia.
Já para o professor da LCA/Unicamp, Luciano Coutinho, o hidrogênio
renovável pode ser uma alternativa para a indústria brasileira e pode torná-la
mais competitiva nesse cenário. “Temos uma grande oportunidade de
desenvolvimento nesse mercado”, apontou.
Quando questionado em relação ao caminho interessante para o
Brasil traçar essa oportunidade em relação ao cenário de fornecedores de
soluções energéticas, o professor destaco que tem a compreensão que as energias
renováveis e as bioenergias são trunfos absolutamente imperdíveis para o país.
“São muito importantes para retomada crescimento e reindustrialização”,
destacou.
Segundo ele, as duas oportunidades permitem que o Brasil assuma a
liderança como protagonista de mercado no âmbito internacional e não só atração
de investimentos e em desenvolvimento de soluções tecnologias inovadoras. “Um
dos principais motores de oportunidades para a indústria brasileira retomar”,
disse.
“Temos uma história vitoriosa com a energia eólica, ela era
considerada uma aventura e foi bem-sucedida e o país conseguiu estruturar uma
cadeira produtiva que gerou muitos empregos e consegui oferecer para o nordeste
brasileiro uma oportunidade”, ressaltou. Ainda segundo ele, o futuro aponta não
só continuar essa trajetória, mas com sistemas mais modernos e o
aperfeiçoamento da cadeia existente de onshore. “E além disso, não podemos
perder a oportunidade de desenvolver uma oportunidade adicional que pode ser relevante
no offshore. O Brasil tem oportunidades no offshore diferenciadas pela
profundidade e regularidade dos ventos”, alertou.
Por fim, o professor destacou que a onshore e a offshore possuem
oportunidades muito relevantes e elas podem induzir outras oportunidades como o
hidrogênio verde. “Elas podem viabilizar uma nova alternativa para
descarbonização da indústria brasileira, com vários setores que utilizam
energia fóssil com CO2”, finalizou. (canalenergia)
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