Além
disso, o governo chileno tem metas para a eletrificação dos transportes. Até
2035, o governo projeta que todo o transporte público, bem como os veículos
leves sejam 100% elétricos. E, em 2045, as projeções são de que 100% do
transporte de carga esteja eletrificado.
"Essas
metas são ambiciosas, mas fazem sentido. Afinal, 98% do petróleo do Chile é
importado. Ademais, o país tem muito potencial para a energia renovável. Toda a
água que derrete das Cordilheiras pode ser aproveitada em hidrelétricas. Por
outro lado, o deserto do Atacama tem alta incidência solar. Ou seja, potencial
para a energia fotovoltaica. Além de 4 mil km de costa com muito vento, o que
favorece a energia eólica", explica Burger.
Porém,
executar essas metas pode ser o grande desafio. Atualmente, apenas em Santiago,
maior cidade do Chile, há 900 pontos públicos de recarga para veículos
elétricos. Sendo 150 deles destinados aos caminhões. Além disso, há vasta
oferta de pontos de recarga privados.
Diante de todo o cenário, o Grupo Daimler viu oportunidade para começar a eletrificação na América Latina pelo país vizinho. Nesse sentido, três modelos estão à venda por lá.
eCanter e três versões
A
Daimler Truck começa a vender três modelos do caminhão leve eCanter no mercado
chileno. São versões com peso bruto total (PBT) legal de 6,5 t, 7,5 t e 8,55 t.
Dessa
forma, com essas opções, o cliente pode operar em atividades utilizando
carroçarias como carga seca aberta de alumínio, baú carga seca. Assim como baú
refrigerado, coleta de resíduos, basculante e guindaste, por exemplo. O eCanter
é indicado ao transporte urbano. Por isso conta com 2 versões de pacotes de
baterias M (média) ou L (grande). E tem autonomia de 140 km e 200 km,
respectivamente.
Além
disso, o eCanter traz opções de cabine Comfort, com largura de 1.995 mm. E seis
opções de distâncias entre os eixos: 3.400 mm, 3.850 mm e 4.450 mm. O motor
elétrico gera 129 kW (173 cv) de potência e 44 mkgf de torque. E as baterias
LFP (fosfato de ferro-lítio) têm uma capacidade energética de 41,3 kWh por
módulo. Assim, o tempo estimado de carregamento em estações de alta potência
(150 kWh) é de 44 minutos na versão M e de 1h16 na versão L.
O eCanter ainda traz tecnologias modernas de segurança, como o Assistente de Ponto Cego. Bem como a função Autolight e o Intelligent Highbeam Assist, que controlam os faróis com base nas condições de iluminação. Além disso, conta com freios a disco e sistema ABA5 (Active Brake Assist 5).
eActros de 300 e 400 km
Já
o pesado elétrico Mercedes-Benz será oferecido nas versões eActros 300 4x2 para
19 t de PBT, esta, avaliada pelo Estradão. E o eActros 400 6x2 para 27 t.
Os
modelos eActros 300 e eActros 400 chegam como três e quatro conjuntos de
baterias, respectivamente. Cada um com uma capacidade instalada de 112 kWh.
Ademais, podem alcançar até 300 e 400 km de autonomia dependendo das condições
de operação. Ou seja, contando ainda com um sistema de recuperação de energia
através da frenagem. O carregamento rápido das baterias ocorre em até 1h15
(carregador 160 kW, 20 – 80% da carga para 3 baterias), utilizando carregadores
do tipo CCS.
Assim,
sua unidade propulsora consiste em um eixo elétrico rígido com dois motores
elétricos integrados e uma transmissão de duas marchas. Esta tecnologia permite
a redução de peso e atritos no sistema de propulsão. Uma vez que não necessita
de transmissão e cardans, melhorando a eficiência energética. Os motores
entregam uma potência contínua de 330 kW (442 cv) e uma potência máxima de 400
kW (536 cv), com 43 mkgf de torque.
Os
caminhões da Mercedes-Benz contam com MirrorCam, no lugar dos espelhos
retrovisores tradicionais e sistemas de segurança. Entre eles Assistente Ativo
de Frenagem, com detecção de pedestres (ABA5), Assistente de Ponto Cego (SGA).
Assim como Assistente de Partida em Rampa, Assistente de Faixa, Monitoramento
de Pressão e Temperatura dos Pneus. E Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio
(para alerta do motorista em caso de emergência).
Todavia, sobre os valores praticados no mercado chileno, a Daimler Truck não revelou. Mas confirmou ser cerca de 3 vezes mais caro em relação à versão diesel.
Próximos passos
Na
gama mais pesada, o Grupo Daimler ainda vai começar a vender a partir do
primeiro trimestre do próximo o Freightliner eCascadia. Modelo destinado para
operações mais pesadas e de médias distâncias.
Do
mesmo modo, está em fase final de homologação no Chile, o ônibus Mercedes-Benz
eO500U. O modelo vai atuar no transporte coletivo da Transantiago.
Seja como for, nos períodos de testes com clientes locais, enquanto o custo por km rodado com o veículo a diesel ficou entre R$ 1,90, com o caminhão elétrico ficou em R$ 0,37. Em outras palavras, o retorno investido com o caminhão elétrico naquele mercado se paga entre seis e oito anos.
Além disso, com relação a manutenção, o custo também reduziu entre 40% e 50%. Com a vantagem de o caminhão elétrico estar mais disponível frente ao caminhão a diesel. (biodieselbr)
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