A tecnologia será testada na UHE Belo Monte e substitui a
utilização de combustíveis fósseis.
Pesquisadores da UFPA desenvolvem projeto capaz de levar energia
renovável para localidades isoladas
A nova tecnologia vem sendo testada, de forma experimental, em laboratório
da UFPA, em Belém.
Os supercapacitores incluem um sistema fotovoltaico híbrido, que é
uma configuração para gerar energia e que une a tecnologia solar fotovoltaica
(utilizando placas solares) junto com outras fontes de energia.
Um projeto capaz de levar energia renovável a 1,4 milhão de
domicílios de comunidades isoladas do Brasil, e em especial na Amazônia, está
sendo desenvolvido por alunos e pesquisadores da Universidade Federal do Pará
(UFPA). A nova tecnologia, baseada em sistemas fotovoltaicos híbridos, já vem
sendo testada, de forma experimental, em laboratório na UFPA, em Belém.
Segundo dizem os pesquisadores, a geração de energia renovável
usando modelos como esse pode beneficiar 4 milhões de brasileiros que não
possuem acesso à energia, de acorod com dados demográficos do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2024, serão realizadas
simulações deste modelo na Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira.
Os supercapacitores incluem um sistema fotovoltaico híbrido, que é
uma configuração para gerar energia e que une a tecnologia solar fotovoltaica
(utilizando placas solares) junto com outras fontes de energia.
Como funciona o projeto?
Todo o trabalho foi elaborado na estrutura do projeto
Supercapacitores, ganhador do prêmio "O Setor Elétrico", na categoria
inovação e tecnologia. O estudo propõe uma estratégia de gerenciamento de
energia para um sistema fotovoltaico híbrido, a partir do armazenamento de
energia feito por bateria e bancos de supercapacitores para uma microrrede -
rede local de distribuição e consumo de energia elétrica que pode operar
autônoma e isoladamente do sistema de distribuição da concessionária, de forma
a manter o fornecimento de energia local.
Os Supercapacitores envolvem um sistema fotovoltaico híbrido, que
é uma configuração de geração de energia que une a tecnologia solar
fotovoltaica (utilizando placas solares) junto com outras fontes de energia,
como baterias ou geradores. Esse sistema permite a captação da energia solar
para a produção de eletricidade e também a sua armazenagem para uso posterior
ou, se necessário, a complementação da geração solar com outras fontes quando a
produção solar se torna insuficiente.
Coordenador do projeto, o pesquisador Thiago Mota Soares ressalta
que o ponto inovador do sistema é o desenvolvimento de um conversor eletrônico
que faz o armazenamento e despacho da energia. Esse gerenciamento será feito
por meio de um algoritmo, em fase de aprimoramento pelos pesquisadores.
“Também estamos desenvolvendo um software para fazer a gestão do
processo de geração de energia, armazenamento e despacho para a rede elétrica,
ao mesmo tempo em irá gerar, em tempo real, dados da medição das operações e
projeção de cenários. Assim, o software atuará como um simulador para evitar a
possibilidade de falhas no sistema”, detalha o pesquisador.
Além de oferecer eletricidade por apenas poucas horas por dia a
várias comunidades, os geradores que funcionam com combustíveis fósseis para
acionamento de motores emitem uma quantidade maior de gases de efeito estufa
que nas localidades onde cidadãos seguem conectados 24 horas à rede
convencional de eletricidade. O descarte dos combustíveis também é outro ponto
crítico de atenção, porque nem sempre é feito da forma adequada.
O desenvolvimento do projeto é uma parceria da UFPA com a Norte
Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que investe na
pesquisa desde outubro/2022. A proposta é uma das várias iniciativas para se
criarem alternativas de geração energia mais limpa, que contribuam para a
descarbonização da Amazônia.
“No Brasil ainda há muitas regiões isoladas sem energia elétrica.
Quando desenvolvemos um sistema como esse, capaz de levar energia renovável
para essas localidades, estamos falando em melhoria da qualidade de vida, da
saúde e também contribuindo com a descarbonização. Isso porque essa tecnologia
substitui a utilização de combustível fóssil, atualmente muito utilizado por
quem mora nessas localidades isoladas para garantir eletricidade em algumas
horas do dia”, explicou Andreia Antloga, Gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
A fase de teste na Usina Hidrelétrica Belo Monte está prevista
para acontecer em 2024. Esse ainda é um projeto piloto e não é possível, no
momento, estabelecer quantas pessoas podem ser beneficiadas durante a fase de
teste.
“O que podemos afirmar é que essa tecnologia inovadora tem
capacidade, uma vez replicada, após a pesquisa ser concluída, beneficiar quem
vive em locais sem energia elétrica no nosso país”, comemora Andreia.
(oliberal)
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