Além de causar picos na demanda
de eletricidade conforme as pessoas ligam seus aparelhos de ar-condicionado, o
calor escaldante levou a uma onda de paralisações nas refinarias de petróleo.
Isso ajudou a manter os preços da gasolina elevados nos Estados Unidos e sem
dúvida fez os aumentos no custo do diesel ultrapassarem os do petróleo. Este
verão foi especialmente extenuante: julho foi o mês mais quente já registrado
em todo o mundo, na sequência do junho mais quente.
O calor abrasador levou as
refinarias a reduzirem o processamento de petróleo em pelo menos 2% globalmente
durante esses dois meses, de acordo com o Macquarie Group. Embora isso possa
não parecer muito, os cortes atingiram um sistema de refino sobrecarregado por
anos de investimento inferior ao necessário e pelos mercados de produtos
petrolíferos que já estavam apertados por causa da guerra na Ucrânia.
“As condições climáticas
extremas que tivemos este ano são de fato uma questão muito séria”, disse Ben
Luckock, codiretor de comércio de petróleo do gigante das commodities Trafigura
Group. “O calor criou problemas enormes para as refinarias na Europa e nos EUA,
com mais apagões e problemas que são mais difíceis de resolver”, disse ele em
uma entrevista em Cingapura nesta semana.
O processamento de petróleo europeu caiu em 700 mil barris por dia durante o verão, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com uma estimativa da consultora do setor FGE. Isso representa cerca de 6% da produção regional, com base nos números da última Revisão Estatística da Energia Mundial publicada pela BP.
Mais da metade dessa queda deveu-se ao calor, segundo Steve Sawyer, diretor de refino e chefe da área de transporte e distribuição da FGE.
Além de restringir a oferta,
as altas temperaturas aumentam a demanda por óleo combustível, que costuma ser usados
para gerar eletricidade no Oriente Médio e no sul da Ásia. Elas também elevam
os custos do transporte ao baixar muito o nível das águas em vias navegáveis
essenciais, como o rio Reno e o Canal do Panamá.
“O aumento da temperatura
ambiente limita a eficiência operacional das unidades de refinaria”, disse
Serena Huang, analista-chefe para a Ásia da Vortexa. Ela acrescentou que o
calor também provoca mais apagões por que as unidades estão envelhecidas. “É
praticamente certo que as interrupções no fornecimento das refinarias ou nas
operações de transporte por mar ampliarão a incerteza e a volatilidade de
preços no mercado”.
O calor extremo ainda é um
problema muito maior para as redes de eletricidade sobrecarregadas do que para
refinarias de combustível. Mas seu impacto nos mercados de combustíveis foi
ampliado pela diminuição progressiva dos estoques – nos EUA, as reservas de
destilados médios, como o diesel, estão perto do menor nível sazonal dos
últimos cinco anos.
E a elevação das temperaturas não é a única coisa que ameaça as operações das refinarias e os preços dos combustíveis.
“As mudanças climáticas também causam temperaturas de inverno mais extremas em todo o Hemisfério Norte, já que o aquecimento do Oceano Pacífico pode se mover para o norte e empurrar o vórtice polar para o sul, causando picos de frio no norte da Ásia, na Europa e na América do Norte”, disse Henning Gloystein, diretor de energia climática e recursos do Eurasia Group.
A onda de frio com nevascas
que atingiu os EUA no fim de dezembro foi um exemplo disso. A produção das
refinarias caiu em cerca de 2 milhões de barris por dia durante esse período,
segundo Parsley Ong, chefe de pesquisa de energia e produtos químicos para a
Ásia do JPMorgan Chase.
O crescimento das
interrupções nas refinarias por causa das condições meteorológicas realça a
gama cada vez mais ampla de desafios enquanto o mundo tenta se libertar de sua
dependência dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que busca lidar com seu
impacto sobre o clima.
“O mercado é excessivamente
sensível a qualquer transtorno inesperado no fornecimento em qualquer lugar”,
disse Frederic Lasserre, chefe mundial de pesquisa e análise do Gunvor Group.
“Todo mundo sabe que não existe um plano B. Não temos estoques e não temos
excesso de capacidade em lugar nenhum”.
Serene Cheong, Sharon Cho e
Yongchang Chin – Bloomberg
Além de causar picos na demanda de eletricidade, o calor escaldante levou a uma onda de paralisações nas refinarias de petróleo.
As altas temperaturas que atingiram desde o Texas até Tóquio durante o verão são o mais novo alerta sobre uma dor de cabeça cada vez maior para o sistema de energia, à medida que o calor extremo se torna uma ameaça para o fornecimento de combustível.
Além de causar picos na
demanda de eletricidade conforme as pessoas ligam seus aparelhos de
ar-condicionado, o calor escaldante levou a uma onda de paralisações nas
refinarias de petróleo. Isso ajudou a manter os preços da gasolina elevados nos
Estados Unidos e sem dúvida fez os aumentos no custo do diesel ultrapassarem os
do petróleo. Este verão foi especialmente extenuante: julho foi o mês mais
quente já registrado em todo o mundo, na sequência do junho mais quente.
O calor abrasador levou as
refinarias a reduzirem o processamento de petróleo em pelo menos 2% globalmente
durante esses dois meses, de acordo com o Macquarie Group. Embora isso possa
não parecer muito, os cortes atingiram um sistema de refino sobrecarregado por
anos de investimento inferior ao necessário e pelos mercados de produtos
petrolíferos que já estavam apertados por causa da guerra na Ucrânia.
“As condições climáticas extremas que tivemos este ano são de fato uma questão muito séria”, disse Ben Luckock, codiretor de comércio de petróleo do gigante das commodities Trafigura Group. “O calor criou problemas enormes para as refinarias na Europa e nos EUA, com mais apagões e problemas que são mais difíceis de resolver”, disse ele em uma entrevista em Cingapura nesta semana.
O processamento de petróleo europeu caiu em 700 mil barris por dia durante o verão, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com uma estimativa da consultora do setor FGE. Isso representa cerca de 6% da produção regional, com base nos números da última Revisão Estatística da Energia Mundial publicada pela BP.
Mais da metade dessa queda
deveu-se ao calor, segundo Steve Sawyer, diretor de refino e chefe da área de
transporte e distribuição da FGE.
Além de restringir a oferta,
as altas temperaturas aumentam a demanda por óleo combustível, que costuma ser usados
para gerar eletricidade no Oriente Médio e no sul da Ásia. Elas também elevam
os custos do transporte ao baixar muito o nível das águas em vias navegáveis
essenciais, como o rio Reno e o Canal do Panamá.
“O aumento da temperatura
ambiente limita a eficiência operacional das unidades de refinaria”, disse
Serena Huang, analista-chefe para a Ásia da Vortexa. Ela acrescentou que o
calor também provoca mais apagões por que as unidades estão envelhecidas. “É
praticamente certo que as interrupções no fornecimento das refinarias ou nas
operações de transporte por mar ampliarão a incerteza e a volatilidade de
preços no mercado”.
O calor extremo ainda é um problema muito maior para as redes de eletricidade sobrecarregadas do que para refinarias de combustível. Mas seu impacto nos mercados de combustíveis foi ampliado pela diminuição progressiva dos estoques – nos EUA, as reservas de destilados médios, como o diesel, estão perto do menor nível sazonal dos últimos cinco anos.
E a elevação das temperaturas não é a única coisa que ameaça as operações das refinarias e os preços dos combustíveis.
“As mudanças climáticas
também causam temperaturas de inverno mais extremas em todo o Hemisfério Norte,
já que o aquecimento do Oceano Pacífico pode se mover para o norte e empurrar o
vórtice polar para o sul, causando picos de frio no norte da Ásia, na Europa e
na América do Norte”, disse Henning Gloystein, diretor de energia climática e
recursos do Eurasia Group.
A onda de frio com nevascas
que atingiu os EUA no fim de dezembro foi um exemplo disso. A produção das
refinarias caiu em cerca de 2 milhões de barris por dia durante esse período,
segundo Parsley Ong, chefe de pesquisa de energia e produtos químicos para a
Ásia do JPMorgan Chase.
O crescimento das interrupções nas refinarias por causa das condições meteorológicas realça a gama cada vez mais ampla de desafios enquanto o mundo tenta se libertar de sua dependência dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que busca lidar com seu impacto sobre o clima.
“O mercado é excessivamente sensível a qualquer transtorno inesperado no fornecimento em qualquer lugar”, disse Frederic Lasserre, chefe mundial de pesquisa e análise do Gunvor Group. “Todo mundo sabe que não existe um plano B. Não temos estoques e não temos excesso de capacidade em lugar nenhum”. (biodieselbr)
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