quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ônibus a Etanol brasileiro

Ônibus a Etanol: Brasil tem o material didático, mas não faz a lição de casa.
Veículos rodam na Capital Paulista e na região Metropolitana a título de testes, enquanto que na Europa, os ônibus já operam normalmente com álcool produzido no Brasil.
Ônibus movido a Etanol que roda no ABC Paulista desde 2007.
Sem dúvida nenhuma o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de álcool combustível, o Etanol. Mas isso ainda não dá aos centros urbanos do País a vantagem de contar com um combustível mais limpo na operação dos ônibus municipais e intermunicipais.
A conclusão é de especialistas do projeto Best (BioEthanol for Sustainable Transport). O projeto Best é responsável pelos estudos de operação de ônibus a etanol em diversas regiões do mundo. Ele foi idealizado pela União Européia e coordenado pela prefeitura de Estocolmo na Suécia.
No Brasil, está a frente dos estudos os Cenbio – Centro Natural de Referência em Biomassa.
Ônibus movido a Etanol que roda em São Paulo desde novembro de 2009.
O coordenador do Projeto Best no Brasil, José Roberto Moreira, acompanha os testes de dois ônibus urbanos a Etanol que rodam na Grande São Paulo e na Capital Paulista. Um já opera desde 2007 no corredor Metropolitano ABD, que liga São Mateus, na zona Leste da Capital Paulista, a Jabaquara, na zona Sul de São Paulo, pelos municípios de Santo André, Diadema, São Bernardo do Campo, com extensão para Mauá, também no ABC Paulista. Trata-se de um Marcopolo Viale Scania. O outro ônibus é um Caio Millenium II Scania, que opera na Capital Paulista desde novembro deste ano.
Já foi possível constatar que os veículos poluem em torno de 80 por cento menos que os ônibus Diesel convencionais. Para isso, foram colocados atrás dos ônibus a Etanol, ônibus sombra” a Diesel, para se fazer a comparação praticamente na mesma hora, com as mesmas condições climáticas, que interferem na qualidade do ar.
Apesar de os testes indicarem a menor poluição e o bom comportamento dos ônibus em operação, José Roberto Moreira, afirmou a diversos órgãos de imprensa que faltam incentivos por parte do Governo Brasileiro para o desenvolvimento de mais pesquisas e principalmente para o barateamento da produção de veículos a Etanol.
O blog entrou em contato com a Metra, empresa que opera o corredor ABD, e funcionários da empresa, desde engenheiros a motoristas, declaram que o comportamento do ônibus a Etanol no corredor é muito bom, não ficando atrás dos veículos a Diesel convencionais. No corredor também operam trolebus, ônibus híbridos e um a hidrogênio, ainda em testes na garagem.
Tal constatação não é novidade em diversas cidades do mundo. Estocolmo, na Suécia, já possui 600 ônibus movidos a Etanol. E neste mês de dezembro, a Scania, empresa com sede mundial no país, já apresentou a TERCEIRA geração de ônibus a álcool.
Em dezembro entraram em operação os ônibus a Etanol Scania já da Terceira Geração, enquanto estamos só nos testes.
E o que mais chama a atenção dos especialistas do Projeto Best em todo mundo é que 80 por cento do álcool que move estes ônibus são produzidos no Brasil.
Sendo assim, na opinião dos técnicos, o Brasil tem tecnologia para a produção de ônibus a Etanol, modernos centros de pesquisa e combustível em abundância, mas enquanto na Suécia 600 ônibus poluem menos, na Grande São Paulo e Capital são apenas DOIS efetivamente em testes.
O Etanol é mais caro que o Diesel, mas o ganho ambiental do uso do combustível faz valer a pena o custo inicialmente maior. Inicialmente, pois o Diesel é consumido mais rapidamente nos motores, ou seja, rende menos quilômetros por litro.
Para os técnicos do Projeto Best, que acompanham a situação dos transportes no País em relação a poluição ambiental, o Brasil, na questão de ônibus a Etanol tem o material didático (combustível, veículos modernos e centros de pesquisa), mas apesar disso, não faz a lição de casa.

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