Outros potenciais de redução do consumo estão nas seguintes áreas:
Motores industriais
Estimativas apontam que a evolução da eficiência energética, de 2000 a 2020, será em média de 20% para os motores industriais. Além da troca de motores, a opção de utilizar controladores de velocidade resulta em importantes economias de eletricidade. Podem ser utilizados em bombas, ventiladores e compressores, com uma economia que pode alcançar de 15 a 40%, e para compressores, aproximadamente, 5%.
Iluminação
Cerca de 20% do consumo total de energia elétrica está associado a produção de luz, incluindo a iluminação pública. As tecnologias de iluminação têm avançado significativamente nas últimas décadas. Há ainda um grande potencial de troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de descarga. Existe um enorme espaço para redução de consumo, através de avanços na tecnologia LED e na sua utilização em projetos arquitetônicos e luminotécnicos, além da maior utilização de sensores de presença, que devem ser previstos nos códigos de obras.
Equipamentos eletrodomésticos e de refrigeração
Equipamentos usados para refrigeração e condicionamento ambiental (ar-condicionado) têm um potencial significativo de redução de consumo que tem sido buscado através do PROCEL. A introdução de equipamentos com níveis de consumo como aqueles disponíveis no mercado internacional possibilitariam a imediata redução em até 40%, comparados com os níveis atuais de consumo desses equipamentos no Brasil. A Lei de Eficiência Energética é peça fundamental para garantir um contínuo aperfeiçoamento tecnológico dos equipamentos.
No Brasil é crescente a utilização de equipamentos que possuem o modo stand-by e é possível assumir que cerca de 10% do consumo dos setores residencial e comercial são consumidos por esses equipamentos. Para reduzir esse desperdício, é preciso implementar um padrão mandatório limitando a 1 W a potência em stand-by dos equipamentos.
Aquecimento de água residencial
Os chuveiros e os aquecedores elétricos de acumulação consomem cerca de 8% de toda a eletricidade produzida no país e respondem por entre 18% a 25% do pico de demanda do sistema elétrico, tornando sua substituição por sistemas mais eficientes uma prioridade a ser considerada no planejamento energético.
Como os custos incorridos com a implementação das medidas de eficiência e uso racional de energia custam menos que os valores necessários para produzir e distribuir a nova geração de eletricidade considera-se que essas economias poderiam ser utilizadas para financiar maior uso de fontes renováveis, maior uso de cogeração e geração distribuída.
Três motivos centrais são apontados que fazem com que o Brasil esteja perdendo a oportunidade de se tornar uma liderança em energias renováveis, com grandes probabilidades de sujar sua matriz energética:
Ampliação de termelétricas que utilizam combustíveis fósseis, fundamentada na segurança energética. O Ministério de Minas e Energia escolheu expandir essa fonte para garantir por um menor custo da energia e afastar o risco de apagão.
Forte aposta na exploração da camada pré-sal, mostrando que o Brasil ruma contrário ao movimento internacional de migração para uma economia menos carbono intensiva;
Ausência de investimento governamental diretamente em energias renováveis. Recursos são aplicados em ações pontuais que integram diversos programas, como por exemplo, a pesquisa e o incentivo de leilões de energia, como o que está previsto para a energia eólica. Porém, como não há um orçamento específico para as renováveis, também não é possível mensurar quanto o país destina para esse fim de uma maneira credível.
O que a sociedade brasileira condena e não aceita mais é a falta de transparência sobre as escolha das opções energéticas. O debate energético atual se baseia em um modelo “ofertista” com recursos fósseis, com mega-hidroelétricas e com usinas nucleares. Ele precisa e deve ser substituído por um projeto diferente, contemporâneo dos desafios e possibilidades do século XXI, para que tenhamos segurança energética em longo prazo, com a diversificação e a complementaridade da matriz energética nacional, e com fontes renováveis de energia, levando assim em conta, um modelo de desenvolvimento sustentável.
Logo, o desafio consiste em uma mudança de paradigma, em construir um novo modelo econômico e social a serviço de um novo modelo democrático que traga toda a humanidade a um padrão de vida digno, com acesso à alimentação adequada, a saúde, a educação e oportunidades de trabalho. Visto que, para continuar o crescimento da produção e do consumo atuais, como é proposto pelo modelo vigente, precisaríamos de mais de um planeta Terra, pois hoje já são consumidos recursos naturais a uma taxa 30% maior do que a Terra tem condições de repor. Aqui reside o limite do atual modelo de desenvolvimento econômico adotado: o limite da Terra. (EcoDebate)
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