Acidente nuclear
na central de Fukushima causa uma morte por dia, segundo pesquisador japonês
Uma pessoa morre por
dia em decorrência do acidente nuclear na central de Fukushima, no Japão,
especialmente devido aos efeitos psicológicos e físicos, informou em 28/10/13 o
ex-presidente do Comitê de Investigação do Acidente na Usina de Fukushima
Yotaro Hatamura. Segundo ele, 180 pessoas morreram nos últimos seis meses
devido ao acidente de março de 2011.
Para o ex-presidente
do comitê japonês, também pesquisador e professor universitário, a crise
nuclear no país tem causado estresse, ansiedade e perturbações psicológicas,
que, em muitos casos, são piores do que um dano físico. Outro impacto que, de
acordo com ele, afeta muito a população, é a retirada das famílias de suas
casas, o que gera mudanças repentinas. Estima-se que mais de 150 mil pessoas
tenham sido removidas.
“Não se sabe quando
parará de morrer gente, tampouco todos os efeitos que o acidente terá na saúde
das pessoas” disse Hatamura. Ele acredita que as autoridades japonesas têm se
concentrado mais em trabalhar dentro da central do que para resolver as
consequências que o acidente teve fora da área diretamente atingida.
O relatório do Comitê
de Investigação foi presidido por Hatamura e determinou que a central nuclear
não tinha planos de emergência e não estava preparada para reagir a um acidente
da magnitude do que ocorreu. De acordo com o ex-presidente do comitê, a má
gestão do acidente é uma das causas da contaminação continuada. Recentemente, a
passagem de um tufão pela região, no Nordeste do país, causou vazamentos nos
tanques de contenção de água contaminada. Houve suspeita de que o solo teria sido
contaminado.
Em março de 2011, um
terremoto seguido de tsunami atingiu o Japão, causando explosões e vazamentos
na região da usina. Áreas inteiras precisaram ser esvaziadas, produtos da
região foram proibidos para comercialização e o governo manteve o alerta. Na
época do tsunami e do terremoto, o sistema de resfriamento dos reatores foi
paralisado, fazendo com que três deles derretessem. Atualmente, o maior desafio
da empresa Tokyo Electric Power (Tepco) é armazenar a grande quantidade de água
usada para resfriar os reatores, que com certa frequência vaza e deságua no
Oceano Pacífico. (EcoDebate)
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