sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Honda mira na fonte eólica para abastecer fábricas no país

Entrando na autoprodução, montadora investe R$ 100 milhões em parque eólico e reduz emissões de carbono.
Ao se transformar autoprodutora e lançar em 29/10/13 a pedra fundamental do parque eólico de Xangri-lá (RS), localizado na cidade do mesmo nome, a Honda já planeja usar a fonte para abastecer outras fábricas além da de Sumaré (SP), que vai receber a totalidade da energia gerada pelo parque. O alvo é a planta de Itirapina (SP), que será inaugurada no segundo semestre do ano que vem e a de Manaus (AM), já existente.
O parque Xangri-lá vai demandar investimentos de R$ 100 milhões e tem potência de 27 MW. De acordo com Carlos Eigi, presidente da Honda Energy - braço do grupo criado especialmente para a empreitada - a atitude é desbravadora devido ao escopo de atuação da empresa. "A decisão representa a superação de desafios. Nenhum de nós conhecia o tema energia", explica.
O projeto também faz parte de uma estratégia mundial da montadora de veículos de reduzir suas emissões de carbono na atmosfera em 30%. A usina eólica vai trazer uma redução de até três mil toneladas por ano. Com início de operação previsto para setembro do ano que vem, o projeto foi comprado da empresa Theolia. Serão nove aerogeradores com 3 MW de potência e 98 metros de altura, fabricados pela dinamarquesa Vestas. Esses equipamentos serão importados.
Para iniciar a expansão do parque, o presidente da Honda Energy conta que a empresa vai monitorar os resultados obtidos pelo primeiro parque, portanto ainda sem uma data certa para início do novo projeto. Mas ele adianta que o parque precisaria dobrar de capacidade para atender a demanda da outra fábrica paulista. Já a planta de Manaus, localizada no polo industrial da cidade, consome ainda mais energia que a outra e ainda necessitaria aguardar a estabilização da conexão da cidade ao Sistema Interligado Nacional.
No auge do canteiro de obras, 150 funcionários estarão trabalhando no parque e a fase de operação vai contar com cerca de 20. Na solenidade de lançamento, o prefeito da cidade Cilon Rodrigues firmou junto com a Honda convênio de intenções com a empresa. A fonte eólica está sendo usada pela Honda no mundo pela primeira vez no Brasil. A matriz da montadora encarou a iniciativa de maneira positiva, já que não havia nada similar no mundo. No Japão já há inciativas com a fonte solar, mas ela ainda mostra-se cara. A unidade americana já teria demonstrado interesse no projeto.
O empreendimento foi todo concebido no Brasil. Segundo Arthur Signorini, gerente de gestão ambiental da Honda, a empresa desde a década de 1960 atua na questão ambiental. As fábricas atuam no modelo Green factory, baseado em premissas como a eficiência energética nos processos. O executivo conta que a empresa pesquisou a fundo a matriz energética brasileira até optar pela energia eólica, em lugar de outras fones renováveis, como térmicas a biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas. "A melhor energia que se encaixava no nosso projeto era a eólica", aponta.
Com a transformação em autoprodução, a Honda vai ter uma redução de 45% nos seus custos com energia. O retorno do investimento virá em aproximadamente sete anos. Em caso de oscilação da produção da fábrica do Sumaré, que é de 120 mil carros por ano, o excedente de energia poderá ser vendido no ambiente de contratação livre de energia. (canalenergia)


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