Entrando na autoprodução, montadora investe R$ 100 milhões
em parque eólico e reduz emissões de carbono.
Ao se transformar
autoprodutora e lançar em 29/10/13 a pedra fundamental do parque eólico de
Xangri-lá (RS), localizado na cidade do mesmo nome, a Honda já planeja usar a
fonte para abastecer outras fábricas além da de Sumaré (SP), que vai receber a
totalidade da energia gerada pelo parque. O alvo é a planta de Itirapina (SP),
que será inaugurada no segundo semestre do ano que vem e a de Manaus (AM), já
existente.
O parque Xangri-lá
vai demandar investimentos de R$ 100 milhões e tem potência de 27 MW. De acordo
com Carlos Eigi, presidente da Honda Energy - braço do grupo criado
especialmente para a empreitada - a atitude é desbravadora devido ao escopo de
atuação da empresa. "A decisão representa a superação de desafios. Nenhum
de nós conhecia o tema energia", explica.
O projeto também faz
parte de uma estratégia mundial da montadora de veículos de reduzir suas
emissões de carbono na atmosfera em 30%. A usina eólica vai trazer uma redução
de até três mil toneladas por ano. Com início de operação previsto para
setembro do ano que vem, o projeto foi comprado da empresa Theolia. Serão nove
aerogeradores com 3 MW de potência e 98 metros de altura, fabricados pela
dinamarquesa Vestas. Esses equipamentos serão importados.
Para iniciar a
expansão do parque, o presidente da Honda Energy conta que a empresa vai
monitorar os resultados obtidos pelo primeiro parque, portanto ainda sem uma
data certa para início do novo projeto. Mas ele adianta que o parque precisaria
dobrar de capacidade para atender a demanda da outra fábrica paulista. Já a
planta de Manaus, localizada no polo industrial da cidade, consome ainda mais energia
que a outra e ainda necessitaria aguardar a estabilização da conexão da cidade
ao Sistema Interligado Nacional.
No auge do canteiro
de obras, 150 funcionários estarão trabalhando no parque e a fase de operação
vai contar com cerca de 20. Na solenidade de lançamento, o prefeito da cidade
Cilon Rodrigues firmou junto com a Honda convênio de intenções com a empresa. A
fonte eólica está sendo usada pela Honda no mundo pela primeira vez no Brasil.
A matriz da montadora encarou a iniciativa de maneira positiva, já que não
havia nada similar no mundo. No Japão já há inciativas com a fonte solar, mas
ela ainda mostra-se cara. A unidade americana já teria demonstrado interesse no
projeto.
O empreendimento foi
todo concebido no Brasil. Segundo Arthur Signorini, gerente de gestão ambiental
da Honda, a empresa desde a década de 1960 atua na questão ambiental. As
fábricas atuam no modelo Green factory,
baseado em premissas como a eficiência energética nos processos. O executivo
conta que a empresa pesquisou a fundo a matriz energética brasileira até optar
pela energia eólica, em lugar de outras fones renováveis, como térmicas a
biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas. "A melhor energia que se
encaixava no nosso projeto era a eólica", aponta.
Com a transformação
em autoprodução, a Honda vai ter uma redução de 45% nos seus custos com
energia. O retorno do investimento virá em aproximadamente sete anos. Em caso
de oscilação da produção da fábrica do Sumaré, que é de 120 mil carros por ano,
o excedente de energia poderá ser vendido no ambiente de contratação livre de
energia. (canalenergia)
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