domingo, 30 de novembro de 2014

Queda na produção de energia eólica e de biomassa

Queda na produção de energia eólica e de biomassa pressiona setor elétrico
Com o início da entressafra da cana-de-açúcar e o período de ventos mais fracos no Nordeste, contribuição das térmicas movidas a biomassa e das usinas eólicas vai diminuir.
Usina eólica no Ceará
A delicada situação dos reservatórios das hidrelétricas pode piorar. Apesar de o armazenamento estar no menor nível desde o racionamento, as usinas serão muito requisitadas nos próximos meses para suportar o aumento do consumo no verão. Desde que começou o período seco, em abril, o sistema tem sido reforçado pela produção das térmicas movidas a biomassa e das usinas eólicas, que vêm ganhando cada vez mais espaço na matriz elétrica brasileira.
Mas com o início da entressafra da cana e período de ventos mais fracos no Nordeste, essa contribuição vai diminuir nos próximos meses ao mesmo tempo em que o consumo subirá com o calor. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compilados pela comercializadora de energia Comerc, mostram que a geração menor dessas fontes aliada à demanda mais forte provocará um buraco de 9.241 megawatts (MW) médios em janeiro, que terão de ser supridos por hidrelétricas e termoelétricas.
O impacto maior será provocado pela queda na produção da energia de biomassa que desde maio tem gerado acima de 3 mil MW médios. Esse volume deve cair para 400 MW médios em janeiro, segundo a Comerc. A eólica seguirá o mesmo ritmo.
Nos últimos dias, as usinas a vento geraram 4% da energia do sistema - acima do volume de Angra 1 e 2 -, número expressivo para uma fonte que até bem pouco tempo era irrelevante na matriz elétrica. Segundo dados da Comerc, a produção das eólicas deve cair pela metade, para cerca de 1 mil MW médios.
“Essa energia que não será produzida pelas eólicas e pela biomassa terá de ser gerada pelas hidrelétricas e pelas térmicas para suportar o aumento de consumo”, diz o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos. O problema, diz, é que o nível dos reservatórios está caindo rápido. Só nos primeiros dias de novembro, o armazenamento das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste caiu 1,3 %, para 17,4%.
Térmicas
Apesar de o País ter 22 mil MW de capacidade instalada de energia térmica (incluindo as nucleares), apenas 17 mil MW estão disponíveis, segundo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Mas, por uma série de problemas, nem isso tem sido verificado no dia a dia. Pelos relatórios do ONS, entre o dia 20/10 e 06/11 de novembro, a participação da energia térmica variou de 21,35% a 25,35% do total.
No caso das hidrelétricas, a participação voltou a subir nas últimas semanas, para até 61% do total. Pior: no Sudeste/Centro-Oeste, a produção de energia hídrica aumentou, apesar de algumas usinas estarem com menos de 10% de armazenamento. Na última semana ficou acima dos 20 mil MW médios - cerca de 1 mil MW médios acima das semanas anteriores. Isso significa menos água nos reservatórios.
Recentemente, um representante da área de geração, preocupado com a queda na produção das hidrelétricas e com o aumento dos prejuízos, questionou o ONS se as hidrelétricas seriam poupadas para recuperar os reservatórios em dezembro. A resposta foi não, que elas teriam de manter a produção.
Outro técnico destacou que quem terá de segurar o sistema são as hidrelétricas e térmicas. “Eólicas, biomassa e PCHs são fontes alternativas e não podemos contar sempre com elas. Mas elas deram uma boa contribuição”, destacou ele, que prefere não se identificar.
Além de não ter essa ajuda, o governo terá de contar com atrasos na entrada em operação de usinas previstas para novembro e dezembro. Pelo menos, sete empreendimentos tiveram seus cronogramas estendidos em um mês. Embora sejam usinas pequenas, na atual situação de escassez, qualquer megawatt pode fazer a diferença.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, diz que a situação não é confortável. Se em janeiro e fevereiro, a operação já foi complicada por causa do aumento do consumo devido ao calor, agora o problema é maior, pois o nível dos reservatórios está bem mais baixo. E, quanto menor é nível do reservatório, menor o rendimento da usina, que gasta mais água para produzir a mesma quantidade de energia elétrica.
Para Nivalde Castro, professor da UFRJ, além de torcer pelas chuvas, que por enquanto não convenceram, uma saída seria fazer um programa para a população economizar energia. A adoção das bandeiras tarifárias, a partir de janeiro, ajudará a controlar o consumo. O sistema vai repassar mensalmente para o consumidor o custo da geração. (OESP)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Seca deixa concessionárias de hidrelétricas em alerta

Seca histórica deixa concessionárias de energia elétrica em alerta
Nível estava em 18% da capacidade, o menor da história.
A ordem é economizar.
Voltou a chover no Sudeste, mas ainda deve demorar a aumentar o nível dos reservatórios de água das hidrelétricas, que hoje está em 18% da capacidade, o menor da história. A situação, provocada pela maior seca dos últimos cem anos, põe em alerta as concessionárias de energia e neste verão a ordem é economizar.
O Brasil está entre os dez maiores produtores de energia elétrica do mundo e mais da metade da produção vem da bacia do Paraná. Ela abrange os estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Os rios que formam a bacia são: Iguaçu, Paranapanema, Tietê, Rio Grande, Rio Paranaíba e Rio Paraná.
Ao todo, são 57 pequenas e grandes hidrelétricas. São elas que abastecem as regiões sudeste e centro-oeste do Brasil. Itaipu, a maior usina do mundo em operação, é uma delas – 20% da energia consumida no Brasil vêm das turbinas que também produzem 75% da energia utilizada pelos paraguaios.
Durante dois anos seguidos, Itaipu bateu recorde na produção de energia. No ano passado, saíram da usina 98 milhões de megawatts, mas este ano a produção caiu. Até o fim de dezembro, a estimativa de Itaipu é produzir quase 9% a menos do que 2013.
A falta de chuva reduziu a capacidade em todo o sistema. Em Ilha Solteira, uma das maiores de São Paulo, por exemplo, o volume do reservatório útil chegou a menos de 5%. “A hidrelétrica não pode mais baixar o reservatório. Se baixar, ela baixa a produção. Só não estamos piores porque temos várias termoelétricas sendo acionadas e a gente entende que a população já deveria economizar energia”, explica o engenheiro Carlos Augusto Kirchner.
Além de gerar energia, o Rio Tietê é um importante meio de transporte de grãos que vêm dos estados produtores do Centro-Oeste do Brasil. No Porto de Pederneiras, na região de Bauru, a carga é retirada das barcaças e colocada em trens que seguem para o Porto de Santos, mas por causa da estiagem, a navegação está paralisada desde maio.
Uma indústria em Araras investiu na construção de 20 barcaças e projetava transportar três milhões de toneladas de cargas neste ano. Com a paralisação do transporte, a construção de barcaças foi interrompida e 700 funcionários da empresa foram demitidos.
“A hidrovia já passou por outras crises, mas foram contornadas. Essa crise não teve jeito”, diz o engenheiro mecânico José Gheller. Agora, para elevar o nível dos reservatórios, começou a redução da vazão em três hidrelétricas do Rio Paraná. Isso deve garantir o retorno do transporte pela hidrovia nos próximos meses.
A hidrovia também está parada em São Simão, na divisa de Goiás com Minas Gerais. Mil funcionários já foram demitidos. Goiás enfrenta a maior seca da história. Em Itumbiara, o reservatório da usina baixou para 14% e mais de seis mil peixes criados em cativeiro morreram.
No meio do Rio Claro, que fica na divisa dos municípios de Jataí e Perolândia, a cada dia o rio vai ficando mais estreito. A água ia de uma margem a outra. Agora, as rochas estão no lugar da água. O Rio Claro é um dos maiores fornecedores de água do Paranaíba, um dos principais afluentes da bacia do Paraná.
Goiás é considerada área de recarga dos rios. É no estado que nasce o Aquífero Guarani, um grande reservatório de água no subsolo, e a falta de chuva prejudica os mananciais. “O nível de água vai baixar por mais que os aquíferos consigam manter a água pro rio. Vai baixar porque o lençol freático cada vez mais vai diminuindo seu volume”, explica o especialista em recursos hídricos João Cabral.
O abastecimento de água está irregular em muitos municípios. Em Catalão, por exemplo, os moradores recebem água dia sim, dia não. Para garantir o abastecimento, um juiz proibiu os produtores rurais de usar a água do rio para molhar as lavouras. As bombas que puxam a água foram lacradas, prejudicando 50 famílias de pequenos agricultores.
Ao longo da bacia do Paraná vivem quase 70 milhões de pessoas, um terço da população brasileira. A falta de chuva deixou evidente um problema crônico: o desrespeito pela natureza. A falta de matas ciliares nas margens dos rios, o despejo de agrotóxicos e a poluição provocada pelo homem e pelas indústrias compromete a qualidade da água dos principais afluentes da bacia. (g1)

Caos no setor elétrico brasileiro

País com dimensões continentais e capacidade elétrica instalada interna (excluída a exportação) de 117.474 megawatts (MW), o Brasil vem enfrentando, nos últimos meses, sérios problemas em seu setor energético em virtude de fatores de diversas naturezas.
Com uma matriz elétrica eminentemente hídrica (74,7%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel), nosso país está com os reservatórios das usinas hidrelétricas seriamente comprometidos por causa da escassez de chuvas dos últimos meses. No último dia 21 de outubro, por exemplo, reservatórios das usinas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, fundamentais para o país, atingiram o mais baixo nível desde o fatídico ano do apagão/racionamento de energia (2001), na ordem de 20,93%, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No dia 21 de outubro de 2001, o volume do limite máximo era levemente superior - 21,39%.
A grande preocupação de todos é que o prognóstico para as próximas semanas está longe de ser animador, pois há possibilidade de os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingirem percentuais ainda mais baixos, de 19,9%, o que se configuraria como o mais baixo desde o ano de 2000. A situação também é preocupante na Região Nordeste, na qual os reservatórios chegaram a operar, na segunda quinzena de outubro, em níveis entre 17,5% e 23,7%. Diante de tais problemas, qual a solução para que não haja um desabastecimento energético no país?
Acionamento de térmicas
Antes do apagão de 2001, a matriz elétrica brasileira era praticamente formada pela fonte hidrelétrica, que possui diversas vantagens como operação em longuíssimo prazo (uma usina chega a funcionar por 80 a 100 anos), baixíssima emissão de gases de efeito estufa e uso de recurso renovável - desde que ocorram chuvas com regularidade. Contudo, desde então, em virtude de limitações regulatórias, ambientais e financeiras e da necessidade de atender ao aumento da demanda com o crescimento da população, o Brasil tem passado por uma transição hidrotérmica.
“A expansão de um sistema elétrico interligado de grande porte, com significativa predominância de fonte primária renovável hídrica passa a requerer uma crescente contribuição térmica, seja por paulatino esgotamento do potencial econômica e ambientalmente viável dessa fonte e/ou por perda de sua capacidade de autorregulação decorrente da diminuição da capacidade de armazenagem de água nos reservatórios em relação ao crescimento da carga do sistema”. Esse é o conceito de transição hidrotérmica nas palavras do diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletrobras Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
A construção de várias usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis a partir de 2001 serviu para dar ao Brasil segurança energética, mas não se pode esquecer que elas são mais caras (na operação em si) e que emitem gases poluentes e que causam aquecimento global. Por tudo isso, o “papel inicial” dessas plantas era compor a reserva de um sistema elétrico brasileiro seguro, sendo chamadas de usinas de geração por disponibilidade.
Mas a situação ocorrida nos últimos meses demonstra que o país está distante desse planejamento inicial. Com a hidrologia desfavorável, as usinas termelétricas são acionadas praticamente o tempo inteiro a plena carga, apesar de não terem sido projetas para entregar o volume de energia demandado, de acordo com vários especialistas do setor elétrico.
Essas limitações técnicas são medidas em números: em 20 de outubro último, o ONS esperava ter à disposição 22,1 mil megawatts (MW) de energia de fonte térmica para distribuir para todo o país, mas ficou com 5.636 MW a menos por causa da necessidade de manutenção, troca de máquinas e peças e outras restrições operacionais. Em um ano e meio, a média de corte diário atinge 25% da oferta de geração térmica, quantitativo que seria capaz de suprir diariamente cerca de 90 milhões de pessoas.
Além dos problemas relatados, há questões de ordem financeira que precisam ser equacionados, como em Manaus e municípios próximos, por exemplo. Naquela região existe um impasse entre empresas das duas principais instituições estatais do Brasil: Petrobras e Eletrobras. A eletricidade da área é produzida por meio de usinas térmicas movidas a gás natural, insumo fornecido pela BR Distribuidora, braço da Petrobras. Como a Amazonas Energia, subsidiária da Eletrobras em Manaus e adjacências, possui uma dívida em torno de R$ 3 bilhões com a fornecedora de gás, parte do Amazonas poderá ficar sem energia elétrica em algum momento. Esse impasse precisa terminar!
Cenários para 2015
No entendimento do diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires (Valor Econômico -  23/10), “o setor de energia elétrica encontra-se numa crise sem precedentes e a solução para que voltemos aos trilhos exigirá medidas muito duras no curto prazo e muito planejamento, gestão e regulação a médio e longo prazos”.
No ano que vem, teremos um cenário que irá ser desenhado conforme a intensidade das chuvas. Em uma perspectiva otimista, o abastecimento será garantido, mas haverá a necessidade de utilização de usinas térmicas para que os reservatórios das hidrelétricas fiquem em níveis confortáveis, mantendo o preço elevado da energia (em torno de R$ 500/MWh). Já sem muitas precipitações, a população terá que ser submetida a um racionamento em abril ou maio.
Para Pires, no cenário mais chuvoso, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) terá que ser fixado em um patamar inferior ao atual (R$ 822/MWh) para que os problemas sejam minimizados. Todavia, qualquer alteração no PLD de forma arbitrária e unilateral aumenta o risco regulatório e a insegurança jurídica. No caso de um racionamento elétrico, continuarão ocorrendo perdas volumosas de recursos financeiros.
Por isso, independentemente da situação que preponderar, o diretor do CBIE acredita que a melhor solução seria criar uma espécie de Comitê de Gestão de Crise. “O racionamento de 2015 já deveria ter sido feito em 2014 e só não aconteceu pelo fato de a política do setor estar atrelada ao calendário eleitoral”, enfatiza, completando que o calendário eleitoral fez o governo errar na forma em que publicou a Medida Provisória (MP) 579 (convertida na Lei nº 12.783/2013) e que administrou os reservatórios das usinas hidrelétricas. O especialista ainda defende uma política de transição no setor elétrico até 2018, com papel de destaque para o gás natural.
Diminuir a fragilidade do sistema elétrico e o custo elevado ao Tesouro Nacional e aos consumidores; alterar a Lei nº 12.783/2013 (que prorrogou a concessão de 39 distribuidores de energia elétrica); alinhar a política energética às industrial e ambiental; focar no uso eficiente de energia; modernizar a política tributária do setor elétrico; abandonar o intervencionismo exagerado, dando mais autonomia e independência para as agências reguladoras; resolver os atrasos nas obras ou até mesmo simples desistências de projetos; corrigir modelos de previsão (indicam a capacidade de produção das usinas em funcionamento e a capacidade adicional necessária para atender a demanda estimada); e acabar com a política governamental de tentar impor modicidade tarifária a qualquer custo. Essas mudanças são necessárias para que não se repitam os erros dos últimos anos. (aben)

Primeiro parque hidrocinético será implantado no Brasil

A Usina Hidrelétrica Tucuruí vai abrigar o primeiro parque hidrelétrico hidrocinético fluvial do Brasil. Em 03/11 foi realizado na Usina o I Seminário sobre Parques Hidrelétricos Hidrocinéticos Fluviais, quando a Eletronorte e a Itaipu assinaram um acordo de cooperação técnica para a instalação do parque hidrocinético no canal de fuga da Hidrelétrica e o mapeamento do potencial hidrocinético dos rios brasileiros.
O superintendente de Geração Hidráulica, Antônio Augusto Bechara Pardauil, abriu os trabalhos apresentando as várias estruturas que compõem o Parque Tecnológico de Tucuruí, ressaltando a modernização do Centro Cultural e do Centro de Proteção Ambiental e ressaltando a importância do campus avançado da Universidade Federal do Pará, que hoje já conta com 1.500 estudantes.
“Tucuruí e Itaipu são lugares onde as ideias podem trafegar com liberdade”, pronunciou o assessor de Energias renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Bley, ao apresentar o Parque Tecnológico de Itaipu e a aplicabilidade do biogás e biometano na região do entorno daquela hidrelétrica, a partir do aproveitamento de dejetos de bovinos, suínos e aves. “O mérito das nossas empresas é a capacidade delas de olhar para fora e focar o desenvolvimento territorial sustentável”, afirmou Bley.
Professores da UFPA, UnB e engenheiros da Eletronorte apresentaram o projeto Tucunaré, primeiro parque hidrelétrico hidrocinético fluvial brasileiro, a ser instalado a jusante de Tucuruí, para o aproveitamento das águas já vertidas ou turbinadas para gerar mais energia. Tratam-se de turbinas com capacidade de 500 kW que serão instaladas num primeiro momento entre a margem direita do Rio Tocantins e uma pequena ilha no meio do rio.
As águas vertidas ou turbinadas que correm pelo canal de fuga por um longo trecho do rio têm velocidades de 1,0 a 2,5 metros por segundo, configurando-se como uma área bastante propicia ao aproveitamento hidrocinético, por reunir as condições existentes em quase todos os rios brasileiros.
"O Brasil possui 12% da água livre do mundo e nós precisamos aproveitar essa oportunidade. A energia hidrocinética é uma declaração de amor às águas e aos povos que ainda não foram aquinhoados pelo sistema Interligado Nacional. Por isso nossa iniciativa conjunta é um bem maior para os povos ribeirinhos e para todo o País”, finalizou Cícero Bley. (ambienteenergia)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Produção de energia elétrica nas termelétricas bate recorde neste ano

Geração diária representa cerca de 24% de toda energia produzida no país.
Consultoria diz que dependência das termelétricas vai custar R$ 25 bilhões.
Por causa da falta de chuva, a produção das usinas termelétricas já bateu recorde em 2014. O Brasil nunca precisou tanto das usinas termelétricas como neste ano. A geração diária nessas usinas representa hoje cerca de 24% do total da energia elétrica produzida no país, segundo a consultoria especializada PSR. Há um ano representava 15%. Em 2012, apenas 6%.
“A usina termelétrica entra em complementação. Então, o que está acontecendo agora é que, pelo fato de a hidrologia estar ruim, você está usando mais as usinas térmicas. Você está contando com usinas bem ineficientes, usando óleo combustível. E esse custo, então, começa a disparar. Portanto, o custo dele começa a ficar bastante explosivo quando você liga todo o parque gerador”, diz Rafael Kelman, diretor da consultoria PSR.
A consultoria calcula que a dependência das termelétricas vai custar R$ 25 bilhões em 2014. Em uma situação normal, quando as usinas são menos utilizadas, o custo anual da produção fica em R$ 10 bilhões. E quem vai pagar a diferença é o consumidor.
A consultoria fez as contas. “Em termos médios, a gente pode falar que esses R$ 15 bilhões adicionais impactariam as tarifas em 15%”, complementa Rafael Kelman.
O ONS (Operador Nacional do Sistema), que controla a geração e a transmissão de energia elétrica, considera as termelétricas essenciais para garantir a segurança do fornecimento.
“A concepção da energia de reserva foi exatamente para o operador em situações de escassez. Lançar mão dessa energia, sendo a mais adequada aquela que é previsível: a energia termelétrica. Você conta com ela”, analisa Hermes Chipp, diretor-geral do ONS. (g1)

Recorde de acionamento de termelétricas

Térmicas no fio da navalha.
Termelétricas em ação
De acordo com dados do próprio governo, registrou o segundo recorde de acionamento de termelétricas em toda história: 16 895 megawatts (MW).
Para que o leitor possa entender o tamanho da encrenca, no mesmo dia em 2013, foram consumidos 10 899 MW a partir de térmicas – ou seja, 55,0% menos.
Na verdade, o recorde do uso de térmicas só não foi quebrado porque faltou energia vinda das termelétricas.  Toda a capacidade instalada disponível foi utilizada.
Em 18 e 19/11, o uso intenso das térmicas continuou: 16 776 MW em 18 e  16 727 MW em 19/11. (producaonobrasil)

Termelétricas elevarão ainda mais as emissões de CO2

Termelétricas podem elevar emissões de CO2 em 40 milhões de toneladas
Uso de térmicas pode elevar emissões em 40 milhões de toneladas de CO2 este ano.
Volume é em comparação a 2012, quando foram lançadas 50 milhões de toneladas. Em 2013, setor foi responsável por 70 milhões de toneladas.
O uso das termelétricas em função da crise hídrica no Brasil poderá elevar as emissões de gases de efeito estufa em 40 milhões de toneladas quando comparadas às 50 milhões registradas em 2012, chegando a 90 milhões. De acordo com um levantamento do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG), de 2012 a 2013 o setor apresentou um crescimento de 20 milhões de toneladas de gases o que é equivalente às emissões de toda a frota de transportes existente no país.
Segundo o SEEG, foram justamente as termelétricas que direcionaram o crescimento das emissões no segmento de energia elétrica no país. Isso porque ao mesmo tempo em que aumentou o despacho dessas usinas, houve ainda a redução da geração de energia de fontes renováveis. Mesmo com o avanço da eólica e o primeiro leilão que contou com a participação da energia solar, a tendência no país é de redução da participação da fonte renovável na matriz energética brasileira (considerando os combustíveis) de cerca de 50% para 40% no horizonte de 2020.
“A geração termelétrica foi a grande responsável pelo crescimento das emissões no setor de energia. Foram 20 milhões de toneladas a mais emitidas em comparação ao mesmo período do ano passado e para 2014 a tendência é de crescer ainda mais por conta da manutenção dessas usinas gerando energia o tempo todo”, disse o coordenador do estudo, Tasso Azevedo.
De acordo com o estudo divulgado pelo Observatório do Clima em 19/11/14, o segmento de energia representou 30,2% de todas as emissões de gases de efeito estufa do Brasil. No total desse levantamento que se utiliza de dados de 2013, foram emitidos pelo setor, 473,3 milhões de toneladas de CO2. Esse volume equivale a um crescimento de 7,3%.
Contudo, a geração de energia elétrica apenas representou 14,8% do total deste segmento avaliado. O maior responsável ainda é o transporte com 44,8% das emissões classificadas como do setor energético. A indústria, apesar do desempenho fraco do ano passado, representou 19,1% das emissões.
Quando comparado ao ano de 1970, a geração de energia elétrica passou de 5,9 milhões de toneladas de CO2 emitidas para algo em torno de 70 milhões de toneladas do GEE. Esse volume representa um aumento de 1.087% nesse horizonte de tempo. Ainda atrás do industrial com 90,2 milhões de toneladas de CO2 e dos transportes que ficou em 211 milhões de toneladas de gás carbônico.
No total, revelou o SEEG na segunda edição do estudo Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil, as emissões brasileiras alcançaram 1,58 Gigatoneladas de CO2 em 2013. Esse volume representa um crescimento de 7,8% em relação ao ano de 2012 e é o maior valor desde o ano de 2008.
De acordo com a entidade, o aumento das emissões representa uma reversão da tendência registrada desde 2005 em que as emissões apresentaram seu pico e vinham recuando desde então. Em 2012 foi verificado o piso dessas emissões, de 1,454 Gigatoneladas do gás poluidor.
Mas não foi apenas energia que apresentou variação positiva no período. Todos os segmentos avaliados apresentaram crescimento, inclusive, o maior indicador de crescimento foi visto com a mudança de uso do solo cujas emissões aumentaram em 16,4%, puxado pelo desmatamento na Amazônia e Cerrado. A construção de hidrelétricas, segundo o Imazon, influenciou também esse indicador no estado do Pará. Mas o setor agropecuário continua a ser a principal fonte de emissões pois passa pelo desmatamento, pelo rebanho propriamente dito que é um grande emissor de metano (gás 21 vezes mais poluidor que o gás carbônico), uso de energia e os resíduos. (canalenergia)

Cinzas de termelétricas serão usadas na construção

Cinzas das usinas termelétricas serão usadas na indústria da construção
O SENAI e as usinas termelétricas Energia Pecém e Pecém II, no Ceará, e Itaqui, no Maranhão, firmaram em 30/11 uma parceria para o desenvolvimento de aplicações industriais das cinzas de carvão mineral produzidas pelas usinas. Na ocasião também foi realizado um workshop sobre o tema.
Os estudos serão coordenados pelo Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas (ISI-TC) e irão utilizar as cinzas, um subproduto oriundo da queima do carvão mineral das usinas instaladas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, e em Itaqui, no Maranhão. As cinzas representam um material alternativo que poderá ser utilizado em diversos segmentos da construção, como aterros estruturais, rodovias, blocos de cinza e cal, cerâmicas, materiais para remediação de solos, entre outras aplicações. Além disso, as cinzas podem substituir material hoje importado para a fabricação do cimento, trazendo maior economia na construção de casas, rodovias e demais construções.
Segundo Régis Rafael Tavares, gerente de mercado do IST-TC, o trabalho a ser desenvolvido pelo SENAI terá duração de 24 meses e surgiu a partir da demanda das três usinas, levando em conta a capacidade do SENAI em produzir inovações tecnológicas. Hoje, de acordo com ele, essas plantas produzem, ao todo, cerca de 80 toneladas de cinzas por hora, que são armazenadas em locais especialmente preparados para esse fim.
O estudo a ser coordenado pelo SENAI, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Cientec), visa estabelecer alternativas para a utilização deste subproduto. De acordo com Régis Rafael, em um primeiro momento, duas alternativas se apresentam viáveis, que são o uso para obras rodoviárias, ou na construção civil, através de estruturas pré-moldadas. O técnico do SENAI explica que o estudo vai analisar outras possibilidades, já que existem três tipos de cinzas geradas no processo de queima das plantas industriais.
Régis destaca que as cinzas produzidas pelas usinas possuem características particulares em relação à sua composição. Sua utilização deve considerar ainda condições de solo e clima específicas do Ceará. “A tecnologia a ser desenvolvida pretende encontrar, a partir desses elementos, quais as alternativas mais viáveis no curto e médio prazo para o seu reaproveitamento”, diz ele.
Termelétricas
A produção de energia elétrica por meio de térmicas a carvão mineral representa 39% da geração do mundo e deverá crescer cerca de 2% ao ano até 2030, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). No Brasil, apesar de termos a matriz energética com predominância hídrica, correspondendo a 79% da geração de energia, o uso de carvão mineral como insumo para as termelétricas deve ser considerado como opção estratégica para garantir a segurança energética, principalmente em períodos de secas prolongadas, como o país está vivenciado agora.
Sobre as usinas
As usinas termelétricas Energia Pecém (720 MW) e Pecém II (365 MW), no Ceará, e Itaqui (360 MW), no Maranhão, geram energia segura para o país, somando 1.445 MW de capacidade instalada em operação comercial. As usinas utilizam tecnologias de controle ambiental, que promovem a queima limpa do carvão mineral para gerar energia, reduzindo as emissões de material particulado na atmosfera.
Energia Pecém é fruto da parceria (50/50) entre ENEVA e EDP – Energias do Brasil. A usina Pecém II, por sua vez, tem o seu controle compartilhado (50/50) entre a ENEVA e a E.ON. Já Itaqui é um empreendimento 100% ENEVA. (ambienteenergia)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Automação predial economiza até 40% de energia

Novos prédios em São Paulo apostam em recursos de automação residencial para promoverem o consumo e uso consciente de energia entre os moradores. Somente neste trimestre, a iHouse equipará três empreendimentos da Lindencorp com o Snapgrid, uma solução para gerenciamento de energia através do monitoramento de ambientes ou equipamentos
O tema energia elétrica nunca esteve tão em evidência no Brasil quanto nas últimas semanas. Diante do cenário, soluções que permitem o uso consciente de recursos chamam atenção. Umas destas soluções é o Snapgrid, tecnologia desenvolvida pela iHouse, que gerencia o uso de energia e mensura, em reais ou quilowatts, o consumo 24 horas por dia. Dirigida pelo empresário Leonardo Senna, a empresa integrou esse equipamento em três empreendimentos da Lindencorp, um em São Paulo (Villa 156) e dois em São Caetano do Sul (Costa Esmeralda e Reserva Cerâmica). Para a Aureside (Associação das Empresas de Automação Residencial), há muitos componentes de automação capaz de reduzir o custo geral do edifício. Os prédios inteligentes, equipados com este tipo de solução, por exemplo, podem evitar que a taxa de condomínio fique 30% a 40% mais cara, considerando que a tendência para os próximos anos é que a energia seja um recurso cada vez mais caro.
Alerta no setor de energia
O recente levantamento do TCU (Tribunal de Contas da União) mostrou um atraso de 79% na entrega da maioria das obras de hidrelétricas e linhas de transmissão no país. Ao todo, os 36% do volume de energia que o governo esperava adicionar ao parque elétrico, entre janeiro e julho de 2014, não se confirmaram. Esse dado acentuou o debate sobre o setor de energia no país, principalmente com os níveis cada vez mais baixos dos reservatórios, em várias regiões. O fato é que quando uma obra do setor elétrico atrasa, menos energia entra no sistema e o resultado é um aumento do custo dessa energia, algo que tende a se intensificar com os anos.
Automação em prol do controle e consumo energético
Para Leonardo Senna, o mercado de automação está em uma fase nova, pois as tecnologias passaram a agregar mais do que estilo, conveniência e conforto, possibilitando também o uso consciente e a economia dos recursos. “As pessoas valorizam tecnologia em seus equipamentos pessoais, em seus automóveis e, consequentemente, também desejam uma casa mais inteligente. Hoje as pessoas conseguem monitorar a energia consumida em ambientes ou aparelhos eletrodomésticos e, dessa forma, podem economizar e ter um melhor controle da casa”, afirma.
A iHouse tem parceria com incorporadoras e construtoras por todo o Brasil e, atualmente, 95% dos projetos da empresa atendem a este tipo de demanda. Somente no segundo semestre, a empresa terá equipamentos instalados em 29 empreendimentos, em 14 cidades brasileiras. A projeção é que o setor de automação avance de 15% a 20% em 2014, bem acima dos 2% que os economistas estimam para o crescimento do país neste ano. “Em média, o setor de sistemas inteligentes movimenta cerca de 1 bilhão de reais no país”, conta o diretor executivo da Aureside, José Roberto Muratori.
Gerenciador identifica os “vilões” do consumo da energia
Afinal, o que consome mais energia, o freezer, o sistema de aquecimento da água ou o secador de cabelo? Se a ideia for saber quanto cada eletrodoméstico ou ambiente da casa consome de energia, basta instalar esse equipamento junto ao quadro de disjuntores. De fácil utilização e compreensão, o Snapgrid pode ser comandado por toques, basta deslizar o dedo sobre a tela, que o consumo energético da residência ou empresa será exibido 24 horas por dia.
Inédito no mercado, o aparelho controla o gasto de energia elétrica, em quilovates ou em reais, oferecendo 16 canais para monitoramento, que podem ser programados junto a outros aparelhos ou ambientes. O consumo de energia é apresentado no painel de cristal líquido do equipamento de três formas diferentes: modo instantâneo (consumo no exato momento da consulta, sendo atualizado a cada um minuto), opção acumulado (soma do consumo iniciado após a leitura pela empresa concessionária de energia elétrica até a data de consulta) ou como previsão para o mês (estimativa mensal baseada no consumo médio dos últimos dias). Além disso, o Snapgridpode exibir o relatório de consumo dos últimos 12 meses. (ambienteenergia).

sábado, 22 de novembro de 2014

Aneel autoriza academias públicas a gerarem energia

Aneel autoriza academias públicas a gerarem energia de equipamentos de ginástica
Academia José Cruz
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu em 04/11/14 o primeiro passo para transformar academias de ginástica em micro ou minigeradoras de energia elétrica. Isso será possível a partir da adaptação de equipamentos, de forma a aproveitar a força motriz humana aplicada durante os exercícios.
Por enquanto, a autorização da Aneel vale apenas para academias públicas, disponibilizadas nas ruas pela prefeitura do Rio de Janeiro. Elas fazem parte de um projeto piloto, em parceria com a empresa Adabliu Eventos e a concessionária Light Serviços de Eletricidade. “Toda energia gerada será computada e compensada nas instalações da prefeitura”, informou o relator do processo na Aneel, Reive Barros dos Santos.
“Trata-se do reaproveitamento de energia. Ela seria desperdiçada, caso não fossem utilizados sistemas de conversão eletromecânica do trabalho durante a prática desportiva e injeção de eletricidade na rede de distribuição de energia elétrica”, acrescentou.
Em abril de 2015, o projeto será avaliado, podendo, então, ser ampliado para outros empreendimentos. “Temos exemplos de experiência internacional com valores significativos [de energia gerada]. Como se trata de projeto inovador, demos prazo de 180 dias para avaliar se realmente [o potencial] é significativo”, salientou o diretor da Aneel.
Segundo ele, há possibilidade de o projeto se estender a outros empreendimentos, inclusive privados. “Se o resultado for satisfatório, é possível replicar a experiência em outras empresas autorizadas pela Aneel. O que fizemos foi incluir na Resolução Normativa 482/12 [que criou o sistema de compensação de energia elétrica] a energia obtida a partir da força de tração humana. Imagino que, se o resultado for exitoso, é natural que alcance outras empresas e academias privadas”.
Reive Barros observou que empreendimentos interessados em gerar esse tipo de energia precisa, antes, de autorização da agência. “Por conta do material elétrico utilizado, as academias privadas são grandes consumidores de energia. Nesse caso, o equipamento só atenderá parcialmente às necessidades energéticas. No entanto, poderá representar uma forma de diminuir despesas com energia”, acrescentou. (agenciabrasil)

Cariocas gerarão energia elétrica em exercícios nas academias públicas

Cariocas poderão gerar energia elétrica a partir de pedaladas em academias públicas
Experiência já existe em outros países e deve gerar entre 100 kilowatts e 1 Megawatt no Brasil.
Academia da terceira idade na praça Afonso Pena
Os cariocas poderão participar mais ativamente do que nunca da geração da energia elétrica que consomem. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira um projeto da empresa Adabliu Eventos, em parceria com a Prefeitura do Rio e com a Light, para geração de energia a partir dos passos, pedaladas e demais esforços dos usuários de academias públicas instaladas na cidade.
“O projeto consiste na geração de energia a partir do movimento gerado por pessoas durante a prática de esportes, utilizando-se da energia cinética advinda da rotação de bicicletas ergométricas, esteiras e aparelhos de spinning, por exemplo. Trata-se, portanto, do reaproveitamento de uma energia que seria desperdiçada caso não fossem utilizados sistemas de conversão eletromecânica do trabalho realizado durante a prática desportiva e injeção da eletricidade na rede de distribuição de energia elétrica”, escreveu em seu relatório sobre o tema o diretor Reive Barros dos Santos.
Em seu pedido de autorização para compartilhar a energia gerada nas academias com a rede de distribuição da Light, os autores do projeto destacaram a “sustentabilidade, bem-estar à população e conscientização do uso eficiente da energia elétrica”. Placares eletrônicos instalados nas academias permitirão acompanhar qual a quantidade de energia gerada pela malhação de cada um. As unidades deverão gerar entre 100 kilowatts e 1 Megawatt.
A experiência, que já existe em outros países – a mais famosa é a “Green Heart”, na Inglaterra — é a primeira no Brasil de geração de energia a partir de “força matriz humana”, o que levantou uma discussão pouco comum e bem-humorada na reunião da diretoria da Aneel na segunda-feira. O diretor Tiago Correa, em tom de piada, diz que se trata de geração a partir de “biomassa”, uma força motriz já prevista na regulação de fontes sustentáveis e incentivadas.
Segundo a Aneel, projetos similares instalados em outros países mostram que o uso desse tipo de aparelhos de ginástica por apenas 40 pessoas durante uma hora por dia pode produzir o equivalente a 60 kWh mensais, o suficiente para manter acesas 20 lâmpadas durante 10 horas por dia durante todos os dias do mês.
- O projeto tem o caráter pedagógico de deixar consumidor mais ativo com relação à geração de energia elétrica — disse Hugo Lamin, da Superintendência de Regulação Econômica da Aneel.
Segundo pessoas a par do projeto, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio poderá compensar a geração de energia a partir das academias públicas no consumo de outras unidades de consumo sob seu controle, como creches e postos de saúde. Dessa forma, seria reduzida a conta de luz da Prefeitura.
- O risco é esses atletas quererem ser remunerados (pela energia gerada)! — brincou Barros, após votar pela aceitação do pedido.
A Prefeitura do Rio é parceira do projeto por meio do Instituto Eixo-Rio, que segundo o coordenador especial Renato Rangel, tem sempre no radar projetos focados em inovação que tragam benefício para a população. O próximo passo para levar o projeto adiante, diz Rangel, será a tomada de decisões pela prefeitura, tais como a definição da fonte de recursos: se será bancada pelo governo ou haverá a busca por patrocinadores.
A ideia da prefeitura, segundo Rangel, é ter o projeto piloto no Parque de Madureira, que detém infraestrutura sustentável em outros quesitos, tais como iluminação de LED e captação de água da chuva.
- O parque é o de maior sucesso na cidade - destaca Rangel.
O papel da Light no projeto Spinning Verde, segundo a engenheira Priscila Ferreira, será avaliar as conexões e equipamentos, garantindo a segurança da rede, além de fazer a avaliação e liberação dos projetos e dar apoio operacional e técnico.
No Brasil, o sistema de compensação está em vigor para geradores a partir de fontes solar, eólica, hídrica e biomassa desde abril de 2012. Segundo a Aneel, mais de 250 consumidores já instalaram painéis solares e pequenos geradores eólicos em suas residências e comércios e estão se beneficiando dos créditos gerados. A rede da Light conta com 16 consumidores ligados ao sistema de compensação atual. (globo)

Vantagens da microgeração

Vantagens da microgeração ainda são desconhecidas pelos brasileiros
O uso de fontes renováveis já é uma realidade do sistema elétrico do Brasil, porém, muitos brasileiros ainda desconhecem as vantagens da mini e microgeração de eletricidade através da energia eólica ou solar. Convencer o consumidor residencial e comercial que vale a pena investir na produção de energia limpa, mesmo que o consumo mensal não seja elevado, já consta como um grande desafio.
Devido ao grande potencial do nosso país de produzir energia limpa, o retorno do valor investido em painéis solares e geradores eólicos chega em até oito anos. Esse retorno está associado basicamente à disponibilidade do recurso natural, ao tipo de solução (solar, eólica ou mista), e ao custo do financiamento para o investimento em um equipamento que dura de 20 a 25 anos.
Atualmente o cliente residencial ou comercial de energia de baixa tensão paga à concessionária R$ 0,52 o KWh, em média. E com uma solução eólica ou solar, o KWh pode chegar a R$ 0,19. Além das vantagens financeiras, empresas que investem em energia limpa, por exemplo, podem estacar o fato de utilizar soluções limpas, agregando valor à marca da empresa, que associa sua imagem à sustentabilidade.
Lembrando que a expectativa do setor é que com aprimoramento da Resolução Normativa nº 482/2012, que trata das regras destinadas para a instalação de geração distribuída, aconteça um aumento da geração própria no País. Uma das vantagens para o consumidor é que além de produzir energia elétrica, ele possa obter descontos em sua conta de energia ou até zerá-la, por meio da compensação da produção excedente. (ambienteenergia)

Academias públicas gerarão energia através dos equipamentos

Academias públicas agora podem gerar energia através dos equipamentos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu o primeiro passo para transformar academias de ginástica em micro ou minigeradoras de energia elétrica. Isso será possível a partir da adaptação de equipamentos, de forma a aproveitar a força motriz humana aplicada durante os exercícios.
Por enquanto, a autorização da Aneel vale apenas para academias públicas, disponibilizadas nas ruas pela prefeitura do Rio de Janeiro. Elas fazem parte de um projeto piloto, em parceria com a empresa Adabliu Eventos e a concessionária Light Serviços de Eletricidade. “Toda energia gerada será computada e compensada nas instalações da prefeitura”, informou o relator do processo na Aneel, Reive Barros dos Santos.
“Trata-se do reaproveitamento de energia. Ela seria desperdiçada, caso não fossem utilizados sistemas de conversão eletromecânica do trabalho durante a prática desportiva e injeção de eletricidade na rede de distribuição de energia elétrica”, acrescentou.
Em abril de 2015, o projeto será avaliado, podendo, então, ser ampliado para outros empreendimentos. “Temos exemplos de experiência internacional com valores significativos [de energia gerada]. Como se trata de projeto inovador, demos prazo de 180 dias para avaliar se realmente [o potencial] é significativo”, salientou o diretor da Aneel.
Segundo ele, há possibilidade de o projeto se estender a outros empreendimentos, inclusive privados. “Se o resultado for satisfatório, é possível replicar a experiência em outras empresas autorizadas pela Aneel. O que fizemos foi incluir na Resolução Normativa 482/12 [que criou o sistema de compensação de energia elétrica] a energia obtida a partir da força de tração humana. Imagino que, se o resultado for exitoso, é natural que alcance outras empresas e academias privadas”.
Reive Barros observou que empreendimentos interessados em gerar esse tipo de energia precisa, antes, de autorização da agência. “Por conta do material elétrico utilizado, as academias privadas são grandes consumidores de energia. Nesse caso, o equipamento só atenderá parcialmente às necessidades energéticas. No entanto, poderá representar uma forma de diminuir despesas com energia”, acrescentou. (ambienteenergia)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Países europeus são os que mais utilizam energia nuclear

Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no final de 1998 havia 434 usinas nucleares em 32 países e 36 unidades sendo construídas em 15 países.
Em termos relativos, a região que mais utiliza a nucleoeletricidade é a Europa Ocidental. Trinta por cento da energia elétrica é gerada por centrais nucleares, sendo esta a principal fonte de energia. A América do Norte fica com 17% e Extremo Oriente e Europa Oriental com 15%. Três países respondem por 60% do total mundial de capacidade instalada em usinas nucleares e em geração de nucleoeletricidade (Japão, França e EUA). Entre estes, destacam-se a França, com 80% de sua energia gerada por 56 reatores nucleares, e o Japão, com 30%.
Após alguns acidentes como o de Chernobyl (1986), diversos países diminuíram os investimentos em seus programas de produção de energia nuclear, em especial a Itália que desativou permanentemente os reatores e cancelou os projetos. Paralelamente, a indústria nuclear mundial passou a investir em segurança como forma de superar a decadência com a qual se deparou este setor na década de 80. Um dos pontos principais foi a automação para reduzir as possibilidades de falha humana.
Ainda assim, em setembro do ano passado o acidente na usina de Tokaimura (Ciência Hoje, n° 156) demonstrou que o risco de acidentes é um fantasma que continua rondando esta alternativa de geração de energia.
Recentemente a Alemanha decidiu que não serão instalados novos reatores e que os reatores em funcionamento serão desativados após completada a sua vida útil (32 anos neste caso). A Turquia também abandonou o projeto de construir sua primeira usina nuclear. No sentido oposto, o Brasil logo após a inauguração de Angra 2 já discute o projeto de Angra 3.
Apesar da "crise" na indústria nuclear, os países com maior necessidade desse tipo de energia, como o Japão ou a França, que não têm outras alternativas, continuarão investindo neste setor.
Os países da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) são os que concentram a maior capacidade instalada de usinas nucleares no mundo e são eles que continuarão liderando o crescimento da energia nuclear a nível mundial.
A decisão de construir usinas depende em grande parte dos custos de produção da energia nuclear... (comciencia)

Os 10 países no mundo mais dependentes de energia nuclear

1. França
A França é o país mais dependente dessa fonte de energia radioativa, que representa 77,7% da matriz energética. Os dados são da ONG World Nuclear Power. Anualmente, os franceses produzem 423 bilhões de kWh, perdendo só para os Estados Unidos.
Não à toa, a energia nuclear é um dos principais pontos de debate do programa dos candidatos à eleição presidencial. No país, existem 58 reatores em operação, além de um em construção, outro na fase de planejamento, e um terceiro cuja proposta ainda está sendo estudada.
2. Bélgica
Mais da metade de toda a energia consumida na Bélgica (54%) vem de usinas nucleares. Seus sete reatores operantes são antigos e às vezes apresentam problemas, como fissuras que em agosto obrigou o fechamento de uma das centrais.
Em 1999, o país anunciou a descontinuação de seu programa nuclear durante 40 anos, mas acabou retomando-o em 2000. A Bélgica produz 14.8 bilhões de kWh de fontes nucleares, o triplo da geração brasileira.
3. Eslováquia
Na Eslováquia, a energia nuclear supre 54% das necessidades do país. Quatro reatores são responsáveis pela produção anual de 14,3 bilhões de kWh. Outras quatro centrais estão sendo construídas, duas estão em fase de implementação e mais uma encontra-se em estudo pelos governantes do país.
4. Ucrânia
Palco de um dos piores acidentes nucleares da história, na usina de Chernobil, a Ucrânia é o quarto país que mais consome energia nuclear no mundo. Por ano, seus 15 reatores em atividade produzem 84,9 bilhões de kWh de energia nuclear, montante que supre 47,2% das necessidades energéticas do país. Atualmente, existem duas novas usinas em fase de implementação e propostas sob análise para criação de mais 11 reatores.
5. Hungria
Quatro centrais nucleares são responsáveis pelo suprimento de 43,2% da energia consumida na Hungria. Há propostas de implementação de mais dois reatores no país, que produz anualmente 14,7 bilhões de kWh, equivalente à produção brasileira.
6. Eslovênia
Localizada a 120 quilômetros da capital, fica a única usina nuclear da Eslovênia. A central atômica de Krsko produz anualmente 5,9 bilhões de KW, que abastecem 741,7% das casas, prédios, indústrias e outras unidades consumidoras do país. Há uma proposta para implementar mais uma central, mas a ideia ainda aguarda aprovação.
7. Suíça
Atualmente, 40,8% da eletricidade consumida na Suíça vem da energia nuclear gerada por cinco reatores. O país, que produz anualmente 25,7 bilhões de kWh, estuda no entanto abandonar a energia atômica até 2034. Para compensar a saída de cena das atuais centrais nucleares e garantir a segurança energética do país, o governo helvético promete investir pesado na geração alternativa a partir de fontes renováveis, como hidráulica, solar e eólica.
8. Suécia
Quase 40% da energia consumida na Suécia vem de usinas nucleares. Somadas, as dez centrais do país produzem anualmente 58,1 bilhão de kWh. Aos olhos do governo local, o uso da energia nuclear (que não gera emissões de gases efeito estufa) é uma de diminuir a participação sueca no processo de aquecimento global.
9. Coreia do Sul
Nono país mais dependente de energia nuclear, a Coreia do Sul conta com 23 usinas para produzir 147 bilhões de kWh necessários para abastecer 34,6% da demanda. Segundo a Ong World Nuclear, quatro reatores estão em construção atualmente no país, e outros cinco estão em fase de planejamento.
10. Armênia
Cerca de 33% de toda a energia consumida na Armênia vem de fontes atômicas. Ou melhor, de um único lugar, o complexo nuclear de Metsamor, considerado um dos mais perigosos do mundo. Em 1988, a usina chegou a ser fechada depois de um terremoto atingir o país. Mas, sete anos depois, ela foi reaberta sem nenhuma melhoria ter isso feita no sistema de segurança. Há estudos em andamento para a instalação de mais um reator. (exame)

Sobre os impactos da energia nuclear

As centrais nucleares podem ser comparadas com as centrais termelétricas, onde o combustível é um material radioativo que, em sua fissão, gera a energia necessária para seu funcionamento. O reator aquece a água que desta forma se transforma em vapor, que gira as pás de uma turbina, cujo rotor gira com o eixo de um gerador, produzindo energia elétrica.
No Brasil, existem 3 usinas nucleares [duas em operação e uma em construção] em Angra dos Reis. Os impactos ambientais decorrentes do aquecimento de água são comuns com os impactos gerados pelas termelétricas. A usina Angra II devolve a água do mar 60°C mais quente do que a temperatura ambiente.
A fissão do urânio, usada para produzir o calor que movimenta as pás do dínamo, deixa subprodutos perigosos para o manejo, pois são radioativos como o plutônio, um elemento químico extremamente perigoso para a saúde humana, que tem que ser manipulado com extremo cuidado e conhecimento.
Em Angra dos Reis, nas instalações da Eletronuclear, os principais rejeitos são os materiais combustíveis que são introduzido no reator. São pastilhas de dióxido de urânio usadas na reação de fissão. Este rejeito é o mais perigoso.
Depois de usadas, as pastilhas combustíveis são mantidas em um reservatório dentro do prédio do reator, em latões especiais de chumbo. A água do reservatório é de um tipo especial, conhecida como água pesada e tem como características absorver a radioatividade que escape do chumbo. A água pesada é um tipo de água em que alguns átomos de hidrogênio possuem, em seu núcleo, um próton e um nêutron. É indicada para proteger materiais radioativos.
O segundo tipo de material radioativo são os uniformes, luvas e capacetes usados pelos funcionários da usina dentro do prédio do reator. Estes materiais possuem baixa radioatividade, e são mantidos dentro de uma sala especial. São reutilizados depois de alguns anos, por terem perdido a radioatividade.
A humanidade passou por uma fase onde os movimentos ambientalistas tiveram um papel fundamental na supressão de boa parte da geração nuclear. Os acidentes como Three Mila Island na Pensilvânia e Chernobyl na União Soviética também contribuíram para a disseminação de uma repulsa pela geração nuclear. Em 1979 em Three Mile Island na Pensilvânia nos Estados Unidos, um reator atômico avariado da usina de Three Mile Island descarregou no ar gás radiativo e provocou a retirada de 300 mil pessoas de suas casas.
Em 1986, em Chernobyl na Rússia houve uma explosão de um dos quatro reatores de uma usina nuclear, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa. A incidência de câncer aumentou bruscamente em Bielorússia, Ucrânia e Rússia. Entre 1990 e 2000, houve um aumento de 40% em todos os cânceres na Bielorrússia com um aumento de 52%. Na Ucrânia, houve um aumento de 12% e a morbidade aumentou quase três vezes.
A incidência de câncer cresceu 2,7 vezes. Cerca de 7 mil cânceres de tireoide a mais foram identificados até 2004. Estima-se que entre 14 mil e 32 mil cânceres adicionais de tireoide aconteçam em 70 anos. Para a Ucrânia, cerca de 24 mil cânceres de tireoide são esperados, muitos fatais. Esse aumento dramático de câncer de tireoide não era esperado. Após o acidente, aguardava-se apenas um pequeno aumento. Esses casos de câncer são extremamente agressivos. Com um pequeno período de latência e uma proliferação para além da tireoide em quase 50% dos pacientes, forçam cirurgiões a conduzirem repetidas operações para remover metástases residuais.
Atualmente, em função das dificuldades de obtenção de energia e em razão dos altos preços do barril de petróleo a geração de energia a partir das usinas atômicas tem sido reavaliada. É necessário muito mais segurança, mas há uma certa concepção de que a humanidade não pode prescindir desta fonte energética que não produz gases de efeito estufa. Mas com muitíssima maior preocupação com a segurança. (ecodebate)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Carvão mineral, o combustível fóssil poluente e caro

Carvão mineral, o combustível fóssil mais poluente e mais caro de todos
Estamos perdendo as batalhas e se continuar neste ritmo perderemos a guerra contra o poderoso setor carbonífero do sul de Santa Catarina, pois minas de carvão continuam sendo abertas para a extração do minério e continuam poluindo todos os recursos naturais por onde passam, principalmente a água. Depois de explorado e beneficiado vai para a queima no Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda 857MW, em Capivari de Baixo/SC, o maior da América Latina, promovendo as emissões de gases que causam chuva ácida e o efeito estufa, sem nenhum controle confiável, pois são os próprios funcionários da multinacional Tractebel/Suez que fazem o monitoramento das emissões.
O lobby das mineradoras tem apoio da classe política seja governante ou não, pois as campanhas eleitorais são financiadas com altas somas que são respeitosamente pagas com favores que beneficiam o setor carbonífero em todos os aspectos, inclusive junto aos órgãos responsáveis pela fiscalização e licenciamento ambiental, ou seja, sempre ganham todas!!! Ao longo destes últimos 34 anos muito pouco resolveram nossas denúncias de crimes ambientais, pois as três bacias hidrográficas do sul de Santa Catarina (Araranguá, Urussanga, Tubarão) estão totalmente comprometidas com o baixo pH das águas ácidas que não permitem nenhum tipo de vida nos cursos d’água. Um dos maiores crimes ambientais do país.
Além dos políticos e governantes, a mídia barriga verde também é cúmplice, pois tem conhecimento dos impactos ambientais causados, mas nada faz senão divulgar apenas aquilo que é de interesse do setor carbonífero do sul de SC. A propaganda é tão intensa e sutil que grande parte da população se omite perante o conflito e outra parte passa a acreditar que a verdade é o que eles divulgam e não os fatos que comprovamos existir, ou seja, aqui parece estar funcionando o efeito da propaganda criada pelo nazista Goebbels, quando a ”mentira” passa a ser mais acreditada que a verdade!
Quando tínhamos entendido que o projeto da USITESC 440MW para Treviso/SC havia sido engavetado, nos enganamos, pois é bem possível que o governo federal (leia-se MME) faça uma equação política para a térmica USITESC 440MW participar do leilão da ANEEL, mesmo comprovadamente sendo a energia mais poluente e mais cara do mundo!
A FATMA ainda não informou qual a data da próxima audiência pública para a Mina Maracajá, mas ficou prometida que a próxima seria realizada aqui em Araranguá mesmo sob o protesto do prefeito de Maracajá. A Mina Maracajá irá adentrar o subsolo araranguaense podendo comprometer os lençóis freáticos e aquíferos, fazendo secar poços e açudes e, por conseguinte, córregos e riachos da superfície territorial de Araranguá. (ecodebate)

domingo, 16 de novembro de 2014

Horário de ponta no Verão 2015 preocupa o setor

Reservatórios mais baixos do que em 2014 reduzem a capacidade de atender picos de demanda se país tiver novamente altas temperaturas no ano que vem.
O cenário para 2015 preocupa o setor. O início do ano que vem representará um desafio ao país porque os reservatórios estarão mais baixos do que neste ano e se forem observadas as altas temperaturas vistas no verão de 2014 a tendência é de dificuldades no atendimento da demanda de ponta. Apesar de o governo ter indicado que o risco de qualquer déficit estar dentro do planejamento do CNPE, de 5% para o Sudeste/ Centro-Oeste, o sistema pode não ser suficiente caso seja verificado novos recordes de demanda instantânea.
No ano passado, entre o final de janeiro e a primeira semana de fevereiro, a demanda imediata ficou em cerca de 85 mil MW. E especialistas do setor alertam que mesmo com a economia andando de lado, há um crescimento vegetativo do consumo, originado justamente pela classe residencial e comercial e que podem levar a uma expectativa de aumento da demanda em 6%, na comparação com o ano passado.
De acordo com o consultor Ricardo Savoia, da Thymos Energia, a preocupação é com o atendimento da ponta. A avaliação do CMSE dessa semana de que são necessárias ações conjunturais fica prejudicada porque em sua análise não há muito o que fazer no momento além de estimular a redução do consumo. A forma de se fazer isso é que precisa ser discutida, seja por meio de cortes de carga na madrugada como se levantou a hipótese, ou conceder desconto na tarifa como fez São Paulo pelo uso mais racional da água. “Um eventual racionamento de energia fica mesmo para depois do período úmido. Precisamos ver como terminarão os reservatórios ao final do período úmido”, lembrou ele.
Essa é a mesma posição da PSR. Para o especialista Bernardo Bezerra, o governo já chegou à última fronteira de medida a se tomar para manter o nível dos reservatórios que é a redução das vazões. Segundo ele, agora devemos esperar para ver como será o período úmido para indicar o que poderá ocorrer no ano que vem. Ele diz que no momento seria necessária a redução do consumo que poderia ser alcançada por meio de campanhas de estímulo ao uso consciente.
Segundo Bezerra, a preocupação com o horário de ponta é real, pois está diretamente ligada ao nível dos reservatórios. Ele explicou que quanto menor o nível dos reservatórios menor é a capacidade de geração e atendimento no horário de ponta. “Começaremos 2015 com um nível menor que 2014 e com isso a capacidade de atendimento da ponta cai”, afirmou ele.
Para Eric Rego, da Excelência Energética, uma das formas de redução de consumo até já começou a ser tomada que é o reajuste tarifário da energia. Aumentos na casa de dois dígitos elevam a preocupação da indústria com a conta, mas o problema, apontou ele, é com o segmento residencial, menos sensível a aumentos de tarifa. Para essa classe de consumo a solução no momento seria a de se estabelecer campanhas de racionalização. “Se isso não for suficiente, aí sim passaríamos para a obrigatoriedade de se reduzir o consumo, mas isso, depois do período úmido”, indicou o especialista para quem a decisão de um racionamento poderia ser tomada apenas em março.
Apesar de o risco de qualquer déficit apontado pelo CMSE estar em 5% para a região Sudeste e Centro-Oeste, Rego afirma que as projeções da Excelência são bem mais elevadas. Segundo o último cálculo da empresa, com dados de setembro, esse patamar de risco estava em 25%. Ele explicou que a consultoria considera os atrasos de obras, “um fator que o governo não considera em sua análise”, acrescentou.
Para o presidente da comercializadora CMU, Walter Froes, o sistema já indica que existe a necessidade de corte de carga, mas esse corte ainda poderia ser feito por meio de campanhas de racionalização do uso da energia. “Ainda há espaço para se reduzir a demanda por estímulo às pessoas. Os aparelhos que ficam ligados na tomada em stand by, por exemplo, levariam a uma redução do consumo residencial na ordem de 15% com o simples ato de serem retirados da tomada quando não são utilizados”, apontou.
De acordo com o presidente da Enecel, Raimundo Batista, o atual cenário do setor já indica que o momento de uma campanha de racionalização passou. Em sua avaliação, seria necessário que o governo tomasse medidas impositivas para que o consumo fosse reduzido em todo o país. “A chance é muito grande de o problema ser maior do que o governo indica, a situação está terrível”, avaliou ele.
Segundo ele, o ONS vem fazendo o que pode dentro da ordem que deve ter recebido, inclusive, não admite, com a redução de frequência do sistema para economizar 5% do consumo. Segundo o especialista, é o que dá para se fazer tecnicamente. (canalenergia)