O biocombustível é a 3ª maior fonte de energia do Brasil.
A tendência inovadora mundial de movimentar trens com biocombustíveis
deu um passo importante no Brasil: após uma série de testes desenvolvidos em
suas locomotivas produzidas na fábrica de Contagem (MG), a GE Transportation
concluiu seu programa de validação do uso de biodiesel, que agora poderá ser o
combustível utilizado em suas máquinas. Além de reduzir as emissões de gases de
efeito estufa, o que contribui para a proteção do meio ambiente, o
biocombustível gera economia de recursos – uma boa notícia, considerando que
aproximadamente um terço das despesas das empresas de linhas férreas se
relaciona a custos operacionais e de combustíveis.
Os testes foram realizados usando uma mistura de 75% de diesel
convencional e 25% de biodiesel (B25). Inspeções e testes foram realizados para
averiguar o impacto nos componentes das máquinas foram realizados com 6, 12, 18
e 24 meses.
As perspectivas são animadoras: atualmente o biocombustível é a terceira
maior fonte de energia do Brasil e pode passar ao segundo lugar já em 2020. E,
com o tempo, pode ganhar escala suficiente para superar o petróleo do ponto de
vista econômico. Isso porque proporciona maior autonomia ao modal ferroviário,
reduzindo a necessidade de importação de combustível. A legislação
brasileira já obriga, desde julho, que o diesel derivado do petróleo venha com
6% de biodiesel (chamado de B6 pela porcentagem da mistura). E em novembro esse
porcentual deverá chegar a 7%. Com a ampliação do uso do biodiesel, o país
deixará de importar 1,2 bilhão de litros de óleo diesel por ano, segundo
cálculos do Ministério das Minas e Energia.
Do ponto de vista ambiental, quando atingirmos 10% do combustível
misturado (B10), a redução de hidrocarbonetos pode chegar a 10%, o que
representa 12,5 mil toneladas a menos na atmosfera. E a redução poderá ser de
25 mil toneladas quando a mistura chegar a 20%.
O potencial para o uso de biocombustíveis tem muito espaço para crescer:
estudo do Renewable Energy Police Network 21, entidade sediada na França que
congrega empresas, universidades e órgãos governamentais dedicados ao estudo
das energias renováveis, revela que atualmente os biocombustíveis são
responsáveis por suprir apenas 2,3% da demanda mundial do setor de transportes.
E a inovação extrapola os sistemas convencionais: pesquisadores do Georgia
Institute of Technology, por exemplo, desenvolvem um biocombustível de alta
energia, capaz de substituir, no futuro, os caríssimos combustíveis para
mísseis e foguetes, com sua química elaborada a partir do pineno, material encontrado
em óleos essenciais de árvores como os pinheiros. Literalmente, o céu é o
limite. (biodieselbr)
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