A geração de eletricidade em usinas
térmicas a carvão e agás, no Brasil, tende a aumentar, afirma o professor
Roberto Schaeffer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Isso
ocorrerá em um período de maior cobrança por cortes nas emissões nos gases do
efeito estufa. O País vai entrar na 21ª Conferência das Partes sobre Mudança
Climática (COP21), em Paris, em 2015, ciente dessa sua necessidade e também sob
pressão internacional bem maior para rever sua política de exploração de
Petróleo no pré-sal e para retomar sua aposta nas energias renováveis.
"Como cerca de 80% da energia no
Brasil é gerada por hidrelétricas, o restante tem de vir da geração térmica. As
fontes eólica e solar não servem para segurar a intermitência da geração
hídrica. Aí terão de entrar as térmicas", explicou Schaeffer. "Como a
economia do Brasil ainda tem de crescer de 4% a 5% ao ano, vislumbro a tendência
de geração de energia a carvão, a mais barata."
As emissões brasileiras já estão
aumentando, diz Schaeffer, por causa do maior uso de combustíveis fósseis no
transporte e das indústrias de aço e cimento. A geração de energia atualmente
pouco contribui para as emissões brasileiras, de 1,2 a 1,3 bilhão de toneladas
de dióxido de carbono ao ano - menos de 5% de todo o mundo. O aumento,
portanto, se dará sobre um patamar baixíssimo.
Na COP21, políticas caras à presidente
Dilma Rousseff estarão na berlinda, neutralizando a aclamada redução de
emissões garantida pela diminuição do Desmatamento na Amazônia. O Brasil
comprometeu-se a reduzir voluntariamente de 36% a 38% do Desmatamento em 2009.
Mas isso, segundo Schaeffer, iria acontecer de qualquer maneira. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário