Após Partido Verde
entrar com moção contra a parceria firmada há quase quatro décadas, Bundestag
vota pela manutenção do pacto, renovado por mais cinco anos.
A Alemanha decidiu em
06/11 pela continuidade do acordo nuclear com o Brasil. Em sessão no Bundestag
(câmara baixa do Parlamento alemão), a maioria dos deputados presentes – da
coalizão governamental, formada pelo Partido Social-Democrata (SPD) e a União
Democrata Cristã (CDU) – votou contra a moção que pedia o cancelamento do
acordo. O Partido Verde, autor da moção, foi apoiado pela legenda A Esquerda.
Interesses econômicos e políticos regem acordo nuclear entre
Brasil e Alemanha
Parceria que está em
vigor há quase 40 anos possibilitaria ao Brasil adquirir conhecimento para
alcançar melhor posição política no cenário internacional. No entanto, pouco do
que estava previsto foi de fato realizado. (05.11.2014)
O acordo bilateral,
que completa 40 anos em 2015, será agora renovado por mais cinco anos.
Entretanto, os parlamentares do CDU e do SPD se comprometeram a analisar o
documento para verificar a necessidade de alterações no texto.
O Partido Verde havia
entrado com a moção no Bundestag no final de setembro, alegando que a parceria
no setor nuclear não contribui para melhorar a segurança nas duas usinas
nucleares brasileiras, de Angra 1 e 2.
Em meados de outubro,
a Comissão para Economia e Energia do Bundestag (câmara baixa do Parlamento
alemão) já havia defendido a manutenção do acordo Brasil-Alemanha. Segundo o
parecer da comissão, o acordo também é de interesse alemão e abrange mais
aspectos do que apenas a construção e administração de usinas nucleares.
“O acordo contém
muito mais disposições sobre questões relacionadas à segurança, à proteção
contra a radiação e à não proliferação de combustível nuclear”, diz o
documento.
Inicialmente, a
parceria, assinada em 1975, deveria vigorar por 15 anos. Pelo acordo, na
teoria, o Brasil se comprometia a desenvolver um programa com empresas alemãs
para a construção de oito usinas nucleares, além do desenvolvimento de uma
indústria teuto-brasileira para a fabricação de componentes e combustível para
os reatores.
Além disso, o país
tinha interesse no repasse da tecnologia para poder dominar o ciclo de
enriquecimento de urânio. Mas na prática muito pouco saiu como o assinado.
Atualmente, no âmbito
do acordo, são realizados encontros anuais entre representantes da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Sociedade Alemã para a Segurança de
Usinas e Reatores Nucleares (GRS), para a troca de informações e experiências,
além de workshops e cursos. (ecodebate)
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