quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cinzas de termelétricas serão usadas na construção

Cinzas das usinas termelétricas serão usadas na indústria da construção
O SENAI e as usinas termelétricas Energia Pecém e Pecém II, no Ceará, e Itaqui, no Maranhão, firmaram em 30/11 uma parceria para o desenvolvimento de aplicações industriais das cinzas de carvão mineral produzidas pelas usinas. Na ocasião também foi realizado um workshop sobre o tema.
Os estudos serão coordenados pelo Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas (ISI-TC) e irão utilizar as cinzas, um subproduto oriundo da queima do carvão mineral das usinas instaladas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, e em Itaqui, no Maranhão. As cinzas representam um material alternativo que poderá ser utilizado em diversos segmentos da construção, como aterros estruturais, rodovias, blocos de cinza e cal, cerâmicas, materiais para remediação de solos, entre outras aplicações. Além disso, as cinzas podem substituir material hoje importado para a fabricação do cimento, trazendo maior economia na construção de casas, rodovias e demais construções.
Segundo Régis Rafael Tavares, gerente de mercado do IST-TC, o trabalho a ser desenvolvido pelo SENAI terá duração de 24 meses e surgiu a partir da demanda das três usinas, levando em conta a capacidade do SENAI em produzir inovações tecnológicas. Hoje, de acordo com ele, essas plantas produzem, ao todo, cerca de 80 toneladas de cinzas por hora, que são armazenadas em locais especialmente preparados para esse fim.
O estudo a ser coordenado pelo SENAI, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Cientec), visa estabelecer alternativas para a utilização deste subproduto. De acordo com Régis Rafael, em um primeiro momento, duas alternativas se apresentam viáveis, que são o uso para obras rodoviárias, ou na construção civil, através de estruturas pré-moldadas. O técnico do SENAI explica que o estudo vai analisar outras possibilidades, já que existem três tipos de cinzas geradas no processo de queima das plantas industriais.
Régis destaca que as cinzas produzidas pelas usinas possuem características particulares em relação à sua composição. Sua utilização deve considerar ainda condições de solo e clima específicas do Ceará. “A tecnologia a ser desenvolvida pretende encontrar, a partir desses elementos, quais as alternativas mais viáveis no curto e médio prazo para o seu reaproveitamento”, diz ele.
Termelétricas
A produção de energia elétrica por meio de térmicas a carvão mineral representa 39% da geração do mundo e deverá crescer cerca de 2% ao ano até 2030, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). No Brasil, apesar de termos a matriz energética com predominância hídrica, correspondendo a 79% da geração de energia, o uso de carvão mineral como insumo para as termelétricas deve ser considerado como opção estratégica para garantir a segurança energética, principalmente em períodos de secas prolongadas, como o país está vivenciado agora.
Sobre as usinas
As usinas termelétricas Energia Pecém (720 MW) e Pecém II (365 MW), no Ceará, e Itaqui (360 MW), no Maranhão, geram energia segura para o país, somando 1.445 MW de capacidade instalada em operação comercial. As usinas utilizam tecnologias de controle ambiental, que promovem a queima limpa do carvão mineral para gerar energia, reduzindo as emissões de material particulado na atmosfera.
Energia Pecém é fruto da parceria (50/50) entre ENEVA e EDP – Energias do Brasil. A usina Pecém II, por sua vez, tem o seu controle compartilhado (50/50) entre a ENEVA e a E.ON. Já Itaqui é um empreendimento 100% ENEVA. (ambienteenergia)

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