Cinzas das usinas termelétricas serão usadas na indústria da
construção
O SENAI e as usinas termelétricas Energia Pecém e Pecém II,
no Ceará, e Itaqui, no Maranhão, firmaram em 30/11 uma parceria para o
desenvolvimento de aplicações industriais das cinzas de carvão mineral
produzidas pelas usinas. Na ocasião também foi realizado um workshop sobre o
tema.
Os estudos serão coordenados pelo
Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas (ISI-TC) e irão
utilizar as cinzas, um subproduto oriundo da queima do carvão mineral das
usinas instaladas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, e em
Itaqui, no Maranhão. As cinzas representam um material alternativo que poderá ser
utilizado em diversos segmentos da construção, como aterros estruturais,
rodovias, blocos de cinza e cal, cerâmicas, materiais para remediação de solos,
entre outras aplicações. Além disso, as cinzas podem substituir material hoje
importado para a fabricação do cimento, trazendo maior economia na construção
de casas, rodovias e demais construções.
Segundo Régis Rafael Tavares,
gerente de mercado do IST-TC, o trabalho a ser desenvolvido pelo SENAI terá
duração de 24 meses e surgiu a partir da demanda das três usinas, levando em
conta a capacidade do SENAI em produzir inovações tecnológicas. Hoje, de acordo
com ele, essas plantas produzem, ao todo, cerca de 80 toneladas de cinzas por
hora, que são armazenadas em locais especialmente preparados para esse fim.
O estudo a ser coordenado pelo
SENAI, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Fundação de
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (Cientec), visa estabelecer
alternativas para a utilização deste subproduto. De acordo com Régis Rafael, em
um primeiro momento, duas alternativas se apresentam viáveis, que são o uso
para obras rodoviárias, ou na construção civil, através de estruturas
pré-moldadas. O técnico do SENAI explica que o estudo vai analisar outras
possibilidades, já que existem três tipos de cinzas geradas no processo de
queima das plantas industriais.
Régis destaca que as cinzas
produzidas pelas usinas possuem características particulares em relação à sua
composição. Sua utilização deve considerar ainda condições de solo e clima específicas
do Ceará. “A tecnologia a ser desenvolvida pretende encontrar, a partir desses
elementos, quais as alternativas mais viáveis no curto e médio prazo para o seu
reaproveitamento”, diz ele.
Termelétricas
A produção de energia elétrica por
meio de térmicas a carvão mineral representa 39% da geração do mundo e deverá
crescer cerca de 2% ao ano até 2030, segundo dados da Agência Internacional de
Energia (AIE). No Brasil, apesar de termos a matriz energética com
predominância hídrica, correspondendo a 79% da geração de energia, o uso de
carvão mineral como insumo para as termelétricas deve ser considerado como
opção estratégica para garantir a segurança energética, principalmente em
períodos de secas prolongadas, como o país está vivenciado agora.
Sobre as usinas
As usinas termelétricas Energia
Pecém (720 MW) e Pecém II (365 MW), no Ceará, e Itaqui (360 MW), no Maranhão,
geram energia segura para o país, somando 1.445 MW de capacidade instalada em
operação comercial. As usinas utilizam tecnologias de controle ambiental, que
promovem a queima limpa do carvão mineral para gerar energia, reduzindo as
emissões de material particulado na atmosfera.
Energia Pecém é fruto da parceria
(50/50) entre ENEVA e EDP – Energias do Brasil. A usina Pecém II, por sua vez, tem
o seu controle compartilhado (50/50) entre a ENEVA e a E.ON. Já Itaqui é um
empreendimento 100% ENEVA. (ambienteenergia)
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