O
fenômeno natural dos terremotos tem suas forças motrizes completamente dissecadas
a partir da plena aceitação e consensualidade da teoria da tectônica de placas,
também chamada de espalhamento de fundo oceânico, ou “sea floor spreading”.
Terremotos,
acompanhado de manifestações vulcânicas, pontuais ou fissurais, tendem a ser ocorrências
conjuntas nas chamadas zonas de criação e zonas de consumo e subducção. Zonas
de criação são as mesmas que geram placas oceânicas de composição basáltica a
diferenciados riodacíticos, movimentando a separação de continentes e gerando
novas placas continentais, no caso, oceânicas.
Zonas
de subducção ou de consumo, ocorrem quando placas oceânicas submergem de volta
para o interior da terra, para compensar as placas criadas e manter o aspecto
esférico da terra. Quando duas crostas continentais colidem, tende que nenhuma
delas submerja para o interior da terra, e ambas gerem movimentos ascencionais.
Isto
é o que ocorre na colisão da placa indiana com a Eurásia, onde se geram
montanhas e dentre elas os Himalaias, e a colisão da placa européia contra a
placa asiática que gera as montanhas dos Urais. Uma colisão de placas
continentais entre si na Europa gera os Alpes. Já na América do Sul a placa
oceânica de Nazca submerge para o interior da terra, por baixo da placa
Sul-Americana, gerando a cadeia de montanhas dos Andes.
Placas
oceânicas descem em relação às continentais porque são constituídas de rochas
mais pesadas. Quando crostas continentais colidem entre si, ambas tendem a ter
rochas similares e não ocorre diferença de densidade, por isso nenhuma placa
oceânica tende a subduccionar para o interior da terra.
Jazidas
de petróleo ou de gás tendem a ocorrer utilizando como hospedeiras rochas
sedimentares psamíticas do tipo arenitos e termos conglomeráticos, que se
sustentam pela justaposição de grânulos do seu arcabouço e hospedam os fluidos
líquidos ou gasosos nos seus interstícios.
Logo
quando se extrai gás ou óleo em profundidade dos interstícios destas rochas
hospedeiras, não fica espaço nenhum vazio em profundidade. As rochas
originalmente são sustentadas pelas justaposições de seus grãos de arcabouço.
Mas o mecanismo de extração do fluido, seja gás ou óleo, é a injeção de outro
fluido, rico em água para expulsão e coleta deste óleo ou gás em poços
tubulares especialmente planejados com esta finalidade.
No
entanto, esta injeção de fluido nas rochas sedimentares do tipo psamíticas, tem
gerado uma movimentação similar a um movimento de terremoto, desta vez induzido
por ação antrópica, os chamados “frackings” ou fissuramentos hidráulicos que
são gerados em rochas.
Ultimamente
o Serviço Geológico dos Estados Unidos, conhecido como “United States
Geological Survey” (USGS) tem divulgado mapas destacando o local e a frequência
dos terremotos, os quais estudiosos acreditam que são causados por atividades
humanas ou antrópicas, associadas com extração de óleo e gás, conhecidas como
“drilling” que são perfurações e o fraturamento hidráulico, conhecido como
“fracking”. Que nada mais é do que injetar fluido de alta densidade para
expulsar e recolher o óleo ou o gás.
O
USGS disse que o aumento da atividade sísmica no centro e leste dos Estados
Unidos desde 2009 “está ligado às operações industriais que se desfazem de
águas residuais injetando-as em poços profundos”
Este
estudo é a primeira análise específica, incluindo o que a USGS chama de
“terremotos induzidos” em seus mapas, que detalham a probabilidade de ocorrer
um terremoto em períodos de tempo. Estas informações, são usados para a
construção de códigos, taxas de garantia e planos preparatórios para
emergências, entre outras funções.
“Esses
terremotos estão acontecendo em uma taxa maior do que nunca antes vista,” disse
Mark Petersen, Chefe da USGS. A nova publicação inclui os estados do Alabama,
Arkansas, Colorado, Kansas, Novo México, Ohio, Oklahoma e Texas. O estado
americano de Oklahoma é destaque pela maior frequência de terremotos induzidos
pela ação antrópica. Todas as áreas assinaladas nos registros, “estão
localizadas perto de poços injetados com fluidos profundos ou outras atividades
industriais capazes de induzir terremotos”, de acordo com o estudo.
Oklahoma
registra cerca de 585 terremotos de magnitude 3 ou mais somente em 2014, e está
na lista para ter mais 800 esse ano, de acordo com o Serviço Geológico de
Oklahoma. Antes de 2009, o estado teve de 1 a 3 terremotos no ano enquanto
agora existe uma média de 2,5 tremores por dia.
Cientistas
do Serviço Geológico de Oklahoma divulgaram uma declaração dizendo que é bem
provável que “a maioria dos terremotos recentes, particularmente aqueles de
Oklahoma central e centro-norte, são impulsionados pela recarga artificial de
aquíferos.” Que é o mecanismo utilizado para extração de óleo e gás, dos campos
de produção.
A
prática do “fracking” acaba por liberar gás e petróleo que se encontram
armazenados em rochas sedimentares psamíticas, injetando uma combinação de
água, químicos e areia na rocha. O subproduto tóxico do fracking depois de
injetado no solo, são os poços descartáveis preenchidos pelas substâncias que
acabam gerando fraturamento hidráulico que acabam segundo os estudiosos do
USGS, causando esses tremores ditos induzidos, porque não são causados pela
geodinâmica do “sea floor spreading”.
Investigação
publicada no jornal “Nature Communications” concluiu que uma série de 27 sismos
ocorridos numa pequena cidade do Texas, eram prováveis consequências das
operações de drilling na formação existente de gás natural.
Não
são apenas transgênicos, agrotóxicos diversos e outros problemas mais triviais
como saneamento básico e outros que inspiram os pensadores a especular que a
civilização humana trilha um perigoso caminho em direção a uma sociedade de
risco. Todas as atividades antrópicas geram perigos candentes. É necessária uma
retomada iluminista, que coloque a preocupação com o ser humano acima e adiante
de todas as peripécias do mundo. (ecodebate)
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