Licitação
de transporte público em São Paulo congela Ecofrota
Na semana passada, o prefeito de São Paulo Fernando
Haddad (PT) anunciou nova licitação para o sistema de ônibus da cidade. O
projeto apresentado traz medidas interessantes, como considerar a opinião do
usuário na remuneração das empresas e reestruturar as linhas de acordo com o
escopo de atendimento (local, regional e estrutural). Deixa de fora, porém, os
esforços feitos pelas gestões anteriores para mudar o combustível utilizado nos
ônibus e assim tentar amenizar a poluição e o aumento das temperaturas locais.
Em 2010, a prefeitura havia iniciado o programa Ecofrota, atendendo à Lei de
Mudanças Climáticas aprovada no ano anterior. Ficou estipulado que a frota de
ônibus da cidade deveria gradualmente abandonar os combustíveis fósseis até
que, em 2018, usasse exclusivamente combustíveis renováveis. A ideia era adotar
biocombustíveis como biodiesel, etanol e diesel de cana-de-açúcar ou mesmo
veículos elétricos, como trólebus, célula combustível de hidrogênio, híbrido e
bateria.
Acontece que, a três anos do final do prazo,
nenhuma dessas alternativas balanceou de maneira satisfatória custo e
tecnologia. O Ecofrota foi paralisado em 2014 e agora parece enterrado
de vez pela atual gestão.
Especialistas criticam na nova licitação a chance perdida de testar e descobrir os potenciais de outras fontes de energia. É o caso do gás natural veicular (GNV), excluído do Ecofrota por ser também um combustível fóssil, mas que é cada vez mais usado em sistemas de ônibus em outros países. “É preciso primeiro definir os critérios que se deseja alcançar e então deixar os ofertantes de tecnologia disputarem o mercado. Determinar os parâmetros de segurança, conforto e ambientais a serem atingidos e ver quais tecnologias podem atendê-los com custos aceitáveis”, afirma o professor Edmilson Moutinho dos Santos, do IEE-USP.
O instituto pesquisa combustíveis alternativos para o transporte público de grandes cidades desde 2005. Há linhas de estudo sobre biodiesel, etanol e em GNV – desta última fazem parte Santos e Thiago Luis Felipe Brito, pesquisador de doutorado do IEE-USP. Em conversa com o blog, eles explicam quais os prós e contras do uso do gás natural na frota de ônibus e por que a tentativa de adotá-lo nos anos 1990 não deu certo.
Especialistas criticam na nova licitação a chance perdida de testar e descobrir os potenciais de outras fontes de energia. É o caso do gás natural veicular (GNV), excluído do Ecofrota por ser também um combustível fóssil, mas que é cada vez mais usado em sistemas de ônibus em outros países. “É preciso primeiro definir os critérios que se deseja alcançar e então deixar os ofertantes de tecnologia disputarem o mercado. Determinar os parâmetros de segurança, conforto e ambientais a serem atingidos e ver quais tecnologias podem atendê-los com custos aceitáveis”, afirma o professor Edmilson Moutinho dos Santos, do IEE-USP.
O instituto pesquisa combustíveis alternativos para o transporte público de grandes cidades desde 2005. Há linhas de estudo sobre biodiesel, etanol e em GNV – desta última fazem parte Santos e Thiago Luis Felipe Brito, pesquisador de doutorado do IEE-USP. Em conversa com o blog, eles explicam quais os prós e contras do uso do gás natural na frota de ônibus e por que a tentativa de adotá-lo nos anos 1990 não deu certo.
“A regulação não deve impor ou favorecer um ou
outro tipo de fonte energética. À medida que a legislação ‘estrangula’ a
quantidade de poluentes aceitáveis, somente as os veículos e opções energéticas
mais limpas conseguiriam se manter”, afirma Brito. E completa: “Não defendemos
a adoção do gás natural por 100% da frota, e sim um mix de energias adequado e
flexível às diferentes situações econômicas ou políticas que ocorram ao longo
do tempo.” (biodieselbr)
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