domingo, 22 de novembro de 2015

Eficiência energética, energias renováveis e o PIB brasileiro

Eficiência energética e uso de energias renováveis aumentou o PIB do país
A busca pelo aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de meios alternativos de geração de energia com baixa produção de poluentes alavancam o crescimento do PIB sem aumentar as emissões de carbono, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na avaliação do ministro, é importante que esse debate envolva o setor privado e o governo.
Levy e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniram-se com representantes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), uma associação de mais de 70 grupos empresariais que busca promover o desenvolvimento sustentável. A discussão integra a fase de preparação para a participação do Brasil na 21ª Conferência do Clima, que ocorrerá em dezembro, em Paris.
“Ter um fórum como o CEBDS é fundamental. O governo e o setor privado estão conversando sobre caminhos que vão dar protagonismo ao Brasil, gerar emprego e tornar inúmeras coisas mais acessíveis, dentro da estratégia de inclusão do país”, disse Levy na entrevista coletiva após o encontro.
O ministro destacou que o próprio desenvolvimento de tecnologias para a ampliação do uso de energias renováveis representa um fator multiplicativo benéfico sobre a economia. “Assim, nós fazemos com que a busca pela sustentabilidade e pela mitigação de mudanças climáticas seja um fator de desenvolvimento”, afirmou.
No campo da energia eólica, exemplificou o ministro, o Brasil opera perto da fronteira tecnológica, mas há sempre muito a avançar.
Levy elogiou o trabalho de Izabella à frente do Ministério do Meio Ambiente. “A diminuição do desmatamento e das queimadas permitiu uma queda de 40% das emissões totais de carbono nos últimos dez anos. Nenhum outro país fez assim”, disse Levy. “Hoje nossa emissão de carbono por unidade de PIB é o que a Alemanha tem como alvo para 2030.”
Izabella, por sua vez, lembrou que a meta que o Brasil levará para Paris é reduzir em 43% a emissão de gases de efeito estufa até 2030, tendo 2005 como ano-base, e destacou a importância do esforço que o país ainda terá de fazer para atingi-la. “Temos que preparar nossos investidores para ter um país competitivo em termos de crescimento econômico levando em consideração a transição para uma economia de baixo carbono”, disse ela.
Izabella ressaltou a importância da parceria com o Ministério da Fazenda na condução desse diálogo entre governo e setor privado para o desenho de novos planos, novas políticas e novos investimentos. “A reunião foi bastante exitosa, nesse sentido de buscar um formato de diálogo com o setor produtivo”, afirmou.
No encontro, os empresários discutiram com os ministros propostas para ampliar o consumo inteligente de energia, desenvolver a produção de energias renováveis e também reduzir as emissões do transporte de cargas.
Levy foi questionado sobre esse último ponto durante a coletiva. Questionado sobre o impacto das restrições de financiamento a projetos que buscam melhorar a eficiência energética e reduzir a emissão dos transportes, o ministro aproveitou para reforçar a importância da busca de um Orçamento equilibrado que permita a volta do crescimento.
“A questão da capacidade do governo se financiar vem de uma adequação que começa com o Orçamento de 2016, a otimização e priorização de certos gastos e economias em muitas áreas”, argumentou Levy. “Essa é a importância de acelerarmos e chegarmos a um Orçamento robusto que dê a tranquilidade necessária para o Brasil voltar a crescer. E precisamos voltar a crescer já”, disse ele. (ambienteenergia)

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