A
busca pelo aumento da eficiência energética e o
desenvolvimento de meios alternativos de geração de energia com baixa produção
de poluentes alavancam o crescimento do PIB sem aumentar as emissões de
carbono, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na avaliação do ministro, é
importante que esse debate envolva o setor privado e o governo.
Levy
e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniram-se com
representantes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), uma associação de mais de 70 grupos empresariais que busca
promover o desenvolvimento sustentável. A discussão integra a fase de
preparação para a participação do Brasil na 21ª Conferência do Clima, que
ocorrerá em dezembro, em Paris.
“Ter
um fórum como o CEBDS é fundamental. O governo e o setor privado estão
conversando sobre caminhos que vão dar protagonismo ao Brasil, gerar emprego e
tornar inúmeras coisas mais acessíveis, dentro da estratégia de inclusão do
país”, disse Levy na entrevista coletiva após o encontro.
O
ministro destacou que o próprio desenvolvimento de tecnologias para a ampliação
do uso de energias renováveis representa um fator multiplicativo benéfico sobre
a economia. “Assim, nós fazemos com que a busca pela sustentabilidade e pela
mitigação de mudanças climáticas seja um fator de desenvolvimento”, afirmou.
No
campo da energia eólica, exemplificou o ministro, o Brasil opera perto da
fronteira tecnológica, mas há sempre muito a avançar.
Levy
elogiou o trabalho de Izabella à frente do Ministério do Meio Ambiente. “A
diminuição do desmatamento e das queimadas permitiu uma queda de 40% das
emissões totais de carbono nos últimos dez anos. Nenhum outro país fez assim”,
disse Levy. “Hoje nossa emissão de carbono por unidade de PIB é o que a
Alemanha tem como alvo para 2030.”
Izabella,
por sua vez, lembrou que a meta que o Brasil levará para Paris é reduzir em 43%
a emissão de gases de efeito estufa até 2030, tendo 2005 como ano-base, e
destacou a importância do esforço que o país ainda terá de fazer para
atingi-la. “Temos que preparar nossos investidores para ter um país competitivo
em termos de crescimento econômico levando em consideração a transição para uma economia de baixo carbono”,
disse ela.
Izabella
ressaltou a importância da parceria com o Ministério da Fazenda na condução
desse diálogo entre governo e setor privado para o desenho de novos planos,
novas políticas e novos investimentos. “A reunião foi bastante exitosa, nesse
sentido de buscar um formato de diálogo com o setor produtivo”, afirmou.
No
encontro, os empresários discutiram com os ministros propostas para ampliar o
consumo inteligente de energia, desenvolver a produção de energias renováveis e
também reduzir as emissões do transporte de cargas.
Levy
foi questionado sobre esse último ponto durante a coletiva. Questionado sobre o
impacto das restrições de financiamento a projetos que buscam melhorar a
eficiência energética e reduzir a emissão dos transportes, o ministro
aproveitou para reforçar a importância da busca de um Orçamento equilibrado que
permita a volta do crescimento.
“A questão da capacidade do governo se financiar vem
de uma adequação que começa com o Orçamento de 2016, a otimização e priorização
de certos gastos e economias em muitas áreas”, argumentou Levy. “Essa é a
importância de acelerarmos e chegarmos a um Orçamento robusto que dê a
tranquilidade necessária para o Brasil voltar a crescer. E precisamos voltar a
crescer já”, disse ele. (ambienteenergia)
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