As energias renováveis avançam, mas em ritmo insuficiente
para descarbonizar a economia.
As energias
renováveis já estão crescendo em ritmo mais veloz do que as fontes fósseis e os
investimentos em usinas eólicas e solares já superam a quantidade investida
anualmente em petróleo, gás e carvão. Crescem os apoiadores das energias que
até pouco tempo eram chamadas de alternativas, mas que agora são de baixo custo
e são a opção preferencial do setor energético global.
O colunista
do New York Times, prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, no artigo “Energia
solar e eólica não são mais coisas de hippie”, republicado na Folha de São
Paulo, tece loas às energias renováveis, critica as posições do governo Donald
Trump e diz: “Não existe mais qualquer razão para acreditar que seria difícil
‘descarbonizar’ dramaticamente a economia. De fato, não há razão para acreditar
que fazê-lo imporia custos econômicos significativos. O debate realista é determinar
o quanto será difícil chegar dos 80% aos 100% de descarbonização. Por enquanto,
porém, o problema não está na tecnologia, mas na política” (18/04/2018).
Paul
Krugman está correto, mas o último relatório da IRENA – International Renewable
Energy Agency – “Global Energy Transformation: A Roadmap to 2050”, mostra que a
velocidade da adoção de energia renovável global precisa aumentar em, pelo
menos, por um fator de seis vezes para que o mundo atinja as metas
estabelecidas no Acordo do Clima, de Paris.
Conforme o
relatório, o investimento cumulativo no sistema de energia precisaria ser
aumentado em 30% até 2050 em favor do apoio à energia renovável e à eficiência
energética – de cerca de US$ 93 trilhões sob as políticas atuais e planejadas,
até US$ 120 trilhões. Esse valor do investimento também exige que US$ 18
trilhões sejam direcionados para redes elétricas e flexibilidade energética – o
dobro das políticas atuais e planejadas.
Evidentemente, a energia renovável e a eficiência energética formam a base da solução mundial para as emissões de gases de efeito estufa, relacionadas à energia, e podem fornecer mais de 90% das reduções de emissões de CO2 necessárias para manter a temperatura global subindo menos de 2ºC, como estabelecido no Acordo de Paris. Mas o relatório da IRENA mostra que: “Se quisermos descarbonizar a economia global com rapidez suficiente para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas, as energias renováveis devem representar pelo menos dois terços da energia total até 2050”.
Evidentemente, a energia renovável e a eficiência energética formam a base da solução mundial para as emissões de gases de efeito estufa, relacionadas à energia, e podem fornecer mais de 90% das reduções de emissões de CO2 necessárias para manter a temperatura global subindo menos de 2ºC, como estabelecido no Acordo de Paris. Mas o relatório da IRENA mostra que: “Se quisermos descarbonizar a economia global com rapidez suficiente para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas, as energias renováveis devem representar pelo menos dois terços da energia total até 2050”.
O gráfico
acima mostra que, seguindo as tendências atuais e os planos aprovados pelos
diversos governos do mundo, as emissões não seriam reduzidas o suficiente para
cumprir as metas do Acordo de Paris. Na trajetória de hoje, a despeito do forte
crescimento da energia renovável, o planeta exauriria seu “orçamento de
carbono”, permitido no cenário de 2ºC, em apenas 20 anos (ou seja, 2037).
Portanto, não basta manter o ritmo do crescimento atual das energias eólica e solar. A participação da energia renovável na matriz energética deve atingir pelo menos dois terços do total energético, para evitar um agravamento incontrolável do aquecimento global.
Portanto, não basta manter o ritmo do crescimento atual das energias eólica e solar. A participação da energia renovável na matriz energética deve atingir pelo menos dois terços do total energético, para evitar um agravamento incontrolável do aquecimento global.
O
sol e o vento são recursos naturais abundantes e renováveis, mas,
indubitavelmente, não podem fazer milagres e nem evitar o imperativo do
metabolismo entrópico, como ensina a escola da economia ecológica. A humanidade
já ultrapassou a capacidade de carga do Planeta. Como alertou o ambientalista
Ted Trainer (2007), as energias renováveis não são suficientes para manter a
expectativa das pessoas por um alto padrão de consumo conspícuo. Ted Trainer
prega um mundo mais frugal, com decrescimento demoeconômico, onde as pessoas
adotem um estilo de vida com base nos princípios da Simplicidade Voluntária.
(ecodebate)
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