Capacidade de geração eólica
dobrará em 10 anos, aponta consultoria Make.
Destaques é o avanço da fonte
em mercados emergentes e no volume de projetos offshore na Europa e China.
A capacidade de geração eólica global dobrará de volume até 2017. Essa é
a previsão da consultoria Make que indica a perspectiva de um aumento médio de
mais de 65 GW em novos parques de 2018 a 2027, crescimento de 4% ao ano nessa
década. O destaque dessa expansão está os mercados emergentes e nos parques
offshore. Segundo a avaliação da Make, a proximidade com o encerramento de
incentivos à fonte e mercados ajustando-se a novos mecanismos de leilão são
fatores que influenciam uma corrida para
2020, com um aumento de mais de 30% nos acréscimos anuais de capacidade no
período de 2017 a 2020. Além disso, aponta que a realização de projetos
offshore e a performance sustentada nos mercados emergentes globalmente
contribuem para período de crescimento na casa de 30% – ou mais do que isso –
entre 2023 a 2027. “O sucesso nos próximos 10 anos dependerá da capacidade da
indústria global de energia eólica de continuar saindo bem sucedida de leilões,
e ainda mais, para executar a capacidade concedida no prazo e dentro do
orçamento. A queda abrupta dos preços globalmente no último ano,
particularmente no setor offshore, é certamente um ponto de convergência para o
sucesso da indústria, mas precisa ser comprovada”, apontou o relatório da
consultoria.
Por região, a avaliação toma
como base a perspectiva de uma agenda de leilões este ano em toda a América
Latina. São esperados certames no Brasil, México, Argentina, Colômbia e Peru.
Ao se confirmar esses eventos poderá resultar em um a taxa média anual de
crescimento que excede 14% em relação à perspectiva de 10 anos. Segundo o
relatório, o retorno dos leilões eólicos por aqui no final do ano passado,
combinado com o A-4 agendado para o dia 4 de abril ajudará a devolver o
crescimento ao mercado local que sofreu recentemente com a turbulência
econômica. E ainda, o crescimento de curto prazo na América Latina é
impulsionado pela execução de resultados de leilões na Argentina, Chile e
México, até que outros mercados contribuam para o crescimento sustentado de
2020 a 2027.
Sobre o maior mercado global,
a China, a Make aponta que as adições de capacidade foram impactadas
negativamente pelo mecanismo de alerta da NEA, que atua como uma forma de
prevenir investimentos em locais com restrições à transmissão de energia depois
de um grande volume de perda por não haver capacidade de escoamento. Em 2018
deverá ser visto o reinício da construção em várias províncias do norte,
impulsionando as perspectivas de curto prazo. Prevê ainda que o setor offshore
da China deverá amadurecer rapidamente, livre das restrições de transmissão que
assolam as tradicionais bases eólicas onshore, com adições anuais de capacidade
excedendo a 3 GW em 2022 até 2027.
Já
no segundo maior mercado, na América do Norte, a indústria de energia eólica
dos Estados Unidos evitou o que a consultoria classificou como “desastre
completo através de negociações de reforma tributária no final de 2017”. Mas,
ressaltou que a nova política impactou os cronogramas do projeto e empurrou
alguma capacidade para o período de 2019 a 2020. Os acordos assinados no final
do ano sustentam a construção em 2021, mas a nova capacidade anual cai
consideravelmente após esse ano quando o valor do crédito fiscal da produção
cai abaixo de 80%. Deve ser verificada uma redução de três vezes na capacidade
média anual de 2022 a 2027 em comparação com os quatro anos anteriores. Na
Europa o crescimento dependerá diretamente da expansão offshore, principalmente
na porção norte do continente. A perspectiva no oeste do velho continente é
menos dependente de projetos offshore, apesar de na próxima década vermos uma
adição 10% mais elevada desses empreendimentos com França, Alemanha e Holanda,
cada um com mais de 5 GW. No sul, a Espanha e a Turquia adicionarão mais de 13
GW de capacidade eólica em relação às perspectivas anteriores. O novo plano
energético da Itália ajudará a impulsionar a região para mais de 40 GW de nova
capacidade acrescentada em 10 anos.
Uma série de mercados
emergentes onshore no resto da Ásia contribui para a segunda maior capacidade
acrescentada, depois da China. A melhoria dos ambientes regulatórios combinados
com a nova tecnologia de turbinas criou oportunidades na Tailândia, no Paquistão,
no Vietnã e em outros mercados, que agregam mais de 9 GW a essa perspectiva
decenal. O volume de pedidos de turbinas em termos globais diminuiu 6% no
último trimestre de 2017, para 14,6 GW, principalmente devido à menor
capacidade de pedidos nos EUA, já que a queda no valor do crédito fiscal da
produção impactou a demanda. A competição acirrada na China como resultado das
advertências do sistema de alerta diminuiu a disposição dos fabricantes de
turbinas de anunciar os pedidos publicamente, o que influenciou uma queda de
13% na entrada de pedidos em 2017. Excluindo a China, a entrada global de
pedidos de turbinas para 2017 é pouco menor do que em 2016, mas ainda
representa o segundo maior volume de capacidade de pedidos registrado, apontou
a Make. (ctee)
Nenhum comentário:
Postar um comentário