segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Energia renovável oferece mais benefícios para a saúde e o meio ambiente

Descarbonizando o setor de energia: a energia renovável oferece mais benefícios para a saúde e o meio ambiente.
O fornecimento de eletricidade é um dos maiores emissores de CO2 do mundo. Para manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C, vários caminhos levam a zero emissão no setor de energia, e cada um tem seus potenciais impactos ambientais – como poluição do ar e da água, uso da terra ou demanda de água.
Painéis de energia solar em campo.
Usando uma combinação inédita de múltiplos sistemas de modelagem, uma equipe internacional de pesquisadores liderada pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK) agora quantificou os reais benefícios e desvantagens de três estradas principais à descarbonização. Eles mostram que depender principalmente da energia eólica e solar traria mais co-benefícios para a saúde das pessoas e do planeta.
“Ao analisar o panorama geral – das emissões diretas das instalações de energia, à mineração de minerais e combustíveis para sua construção e operação, às terras necessárias para a infraestrutura de suprimento de energia -, descobrimos que a melhor aposta é para as pessoas e para o meio ambiente é confiar principalmente em energia eólica e solar”, explica Gunnar Luderer. Ele é autor principal e vice-presidente do domínio de pesquisa da PIK sobre caminhos de transformação. “O principal vencedor da descarbonização é a saúde humana: a mudança para a produção de eletricidade baseada em energias renováveis pode reduzir os impactos negativos à saúde em até 80%. Isso se deve principalmente à redução da poluição do ar causada por combustíveis. Além disso, as cadeias de suprimento de energia eólica e solar são muito mais limpas do que a extração de combustíveis fósseis ou a produção de bioenergia”.
Comparando três cenários
Para seu estudo publicado na Nature Communications, os autores compararam três cenários de descarbonização do setor de energia até 2050: um focado principalmente na energia solar e eólica, um segundo baseado principalmente na captura e armazenamento de carbono em combinação com biomassa e fósseis, e uma terceira rota com um portfólio de tecnologia mista. Em todos os cenários, os requisitos de uso da terra para produção de energia aumentarão no futuro. De longe, o método mais devorador de terra para gerar eletricidade é a bioenergia. “Por quilowatt-hora de eletricidade da bioenergia, você precisa de cem vezes mais terra do que para colher a mesma quantidade de painéis solares”, afirma Alexander Popp, chefe do grupo de gerenciamento de uso da terra do Instituto Potsdam. “A terra é um recurso finito em nosso planeta. Dada a crescente população mundial com fome de eletricidade e de alimentos, as pressões sobre os sistemas terrestre e alimentar também aumentarão. Nossa análise ajuda a acertar as magnitudes quando se fala da às vezes muito elogiada tecnologia da bioenergia”.
Os pesquisadores usaram simulações complexas esboçando os caminhos possíveis para descarbonizar o suprimento de eletricidade (Modelagem de Avaliação Integrada) e combinaram seus cálculos com análises de ciclo de vida. Anders Arvesen, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), diz: “Ao combinar dois pares de óculos analíticos, conseguimos analisar uma ampla gama de problemas ambientais, da poluição do ar a substâncias tóxicas, de recursos minerais finitos e necessários para a fabricação turbinas eólicas na extensão de terras transformadas em plantações de bioenergia, se depender de emissões negativas. Essa é uma abordagem promissora também para enfrentar outros setores, como edifícios ou o setor de transportes”.
“Mudando de uma base de recursos fósseis para uma indústria de energia que exige mais recursos terrestres e minerais”.
“Nosso estudo fornece argumentos ainda muito bons para uma rápida transição para uma produção de energia renovável. No entanto, precisamos estar cientes de que isso significa essencialmente mudar de uma base de recursos fósseis para uma indústria de energia que requer mais recursos minerais e terrestres”, acrescenta Luderer”. As escolhas inteligentes são fundamentais para limitar o impacto dessas novas demandas em outros objetivos da sociedade, como conservação da natureza, segurança alimentar ou mesmo geopolítica”. (ecodebate)

Investimentos em renováveis precisam ser acelerados para metas de Paris

Investimentos em renováveis precisam ser acelerados para metas de Paris, alerta DNV GL.
Estudo aponta a necessidade de aumentar a potência de geração solar em 10 vezes o atual patamar e da eólica em cinco vezes o que já existe para evitar o aumento da temperatura do planeta.
Primeiro foi a Agência Internacional de Energia, depois veio a Agência Internacional de Energias Renováveis, ainda temos cientistas premiados internacionalmente e agora a DNV GL, esses são alguns dos agentes que já afirmaram que seguindo os investimentos atuais e o ritmo atual de implementação de energias renováveis, o mundo não conseguirá alcançar as metas firmadas no Acordo de Paris para 2030. No caso da consultoria, a afirmação vem como uma das conclusões de seu estudo Energy Transition Outlook 2019, lançado este mês.
De acordo com a empresa, as temperaturas mundiais aumentarão 2,4°C até o final do século caso sejam mantidos os investimentos. Isso porque vemos o avanço cada vez maior da transição energética que requer a multiplicação em mais de 10 vezes a energia solar e 5 vezes a energia eólica, e isso, em combinação com outras medidas tecnológicas para limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C. No relatório Perspectivas de transição energética: fornecimento e consumo de energia da DNV GL, é apontado que a transição está progredindo a uma taxa mais rápida do que o esperado, embora ainda seja muito lento para limitar o aumento global de temperaturas.
Assim como apontado por cientistas durante a Russian Energy Week 2019, a empresa afirma que a tecnologia já existe para limitar suficientemente as emissões para atingir o objetivo climático. O que é necessário para garantir isso são decisões políticas profundas. Para isso, a DNV GL recomenda a adoção de medidas para diminuir o déficit de emissão.
Essa combinação de medidas inclui aumentar a potência da solar para 5 TW e eólica para 3 TW até 2030, o que serviria para atender 50% do consumo anual de eletricidade do mundo. Além disso, multiplicar por 50 a produção de baterias para os 50 milhões de veículos elétricos necessários a cada ano até 2030, juntamente com investimentos em novas tecnologias para armazenar energia e soluções elétricas em excesso, de modo que nossas redes elétricas assimilem o crescente fluxo de energia solar e eólica devido a sua intermitência natural.
Outro destaque dado é a necessidade de investir anualmente mais de US$ 1,5 trilhão na expansão e reforço de redes de energia elétrica até 2030, que inclui redes de ultraalta tensão e soluções amplas para se adaptar à demanda para equilibrar a quantidade variável das renováveis. Buscar aumento da eficiência energética global em 3,5% anualmente na próxima década, entre outras.
A DNV GL destaca que a pesquisa mostra que a tecnologia pode fechar a lacuna de emissão e criar um futuro de energia limpa, mas o tempo é exíguo. Segundo a empresa, essas medidas tecnológicas só podem ter sucesso se forem apoiadas por medidas políticas extraordinárias. “Apelamos a políticas públicas para expandir e adaptar as redes de eletricidade para combater o aumento de energias renováveis, aplicar medidas para estimular a eficiência energética e empreender uma reforma regulatória para acelerar a eletrificação dos transportes”, aponta a empresa.
Apesar desses dados, o gerente geral da empresa para Energia no Brasil, Tchiarles Coutinho, considera que o Brasil está em uma situação mais favorável no balanço energético uma vez que a matriz elétrica é predominantemente renovável com as hidrelétricas, usinas a biomassa e o potencial do vento e do sol. Com esse potencial todo ele afirma que temos capacidade para contribuir com a redução das emissões.
“Ainda temos um excelente recurso eólico e solar para ser aproveitado em diversas regiões do país. No entanto, para que os objetivos de Paris sejam cumpridos, a transição terá que ser mais rápida aqui também, e será necessário investimentos em infraestrutura, em armazenamento de energia, programas de eficiência energética e em novas tecnologias que permitam o aumento da penetração de renováveis na matriz elétrica e o uso de fontes menos poluentes”, afirmou ele.
No futuro, aponta Coutinho, a previsão do estudo da DNV GL é de que o mix energético, aí considerando a energia primária, é de que o avanço das renováveis passe de uma participação que hoje é de 20% ante 80% dos combustíveis fósseis, para 44% de renováveis e 56% de derivados de combustíveis fósseis tanto para geração quanto transportes. Ele destaca ainda a necessidade e maiores investimentos em armazenamento e em redes inteligentes como forma de gerenciar toda a complexidade que está por vir com o avanço das tecnologias disruptivas, em alguns países de forma mais intensiva que outros em decorrência do atraso em sua implementação, como no Brasil. (canalenergia)

sábado, 28 de dezembro de 2019

Prazo da ANEEL é insuficiente para que consumidores participem do processo regulatório

ABSOLAR considera prazo dado pela ANEEL insuficiente para garantir que consumidores participem do processo de revisão regulatória da GD.
A ABSOLAR avalia a postergação do prazo para submissão de contribuições à Consulta Pública da ANEEL (nº 025/2019) como uma medida positiva, conforme ofício protocolado pela entidade na agência reguladora em 16/11/19 solicitando tal prorrogação, porém insuficiente para garantir condições de ampla participação dos consumidores brasileiros no processo de revisão regulatória da geração distribuída (GD).
Tão importante quanto garantir tempo apropriado para a análise e submissão de contribuições, é que a ANEEL tire o tempo adequado para analisar e considerar tecnicamente cada uma das contribuições.
Destacamos, no entanto, que a medida é apenas um primeiro passo, mas ainda precária para trazer segurança e confiança ao mercado. Por isso, mantemos a recomendação de que a ANEEL retome seu compromisso com a segurança jurídica e estabilidade regulatória do setor, sinalizando a manutenção das regras atuais da GD por 25 anos para os consumidores pioneiros que já investiram na GD, bem como defendemos a revisão das regras apenas a partir de 5% de penetração da geração distribuída solar fotovoltaica no atendimento da demanda elétrica das distribuidoras, conforme melhores práticas internacionais.
Este sinal é fundamental para o mercado e o setor. (portalsolar)

Consumidor residencial responde por 75% das instalações

Consumidor residencial responde por 75% das instalações de energia solar no Brasil.
Fugir dos altos preços da conta de luz e apelo sustentável são as motivações dos adeptos ao modelo
Os consumidores residenciais são responsáveis por 75% dos sistemas de energia solar instalados no Brasil. Com o objetivo de se tornarem independentes dos altos custo de energia no país, muitos investiram na fonte de energia como uma forma de reduzir a escalada da conta de luz, além da preocupação com a questão ambiental.
Numa simulação simples, para instalar um sistema solar numa residência média hoje, com quatro pessoas, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil. Apesar do custo ainda não caber no bolso da maioria dos brasileiros, o preço da tecnologia vem caindo bastante, enfrentando ainda, a alta do dólar. Mas o investimento se paga em média de quatro anos e a vida útil do equipamento é de 25 anos ou mais.
Além disso, o preço da conta de luz cai abruptamente. Um exemplo é do aposentado Abel Tavares, que realizou seu sonho e instalou um sistema solar em sua casa, com a ajuda de uma empresa para fazer sua “miniusina” solar. Comprou 12 placas e as instalou no telhado de casa, no Planalto Paulista, em São Paulo. Investiu R$ 30 mil e há um ano consegue gerar um terço do que consome.
Agora, sua meta é comprar mais 18 placas e aumentar essa geração. “Minha ideia é zerar a conta. O investimento, no entanto, vai depender das mudanças que a Aneel pretende fazer nas regras para microgeração de energia solar. “Se for incluir todos os encargos, pode ser que o retorno do investimento demore muito e o projeto fique inviável”, diz Tavares.
O médico Luís Salvoni aguarda a homologação de sua conexão antes das mudanças regulatórias, que devem taxar o uso da energia solar injetada na rede das distribuidoras. O sistema de geração solar foi um dos requisitos na construção de sua nova casa em Santana de Parnaíba, a 41 quilômetros de São Paulo. Os 15 painéis instalados no telhado da residência deverão abastecer quase 100% do consumo da casa, quando a distribuidora fizer a conexão do sistema.
“Além de ser uma energia mais limpa, não tenho mais preocupação com as variações das bandeiras tarifárias, que encarecem a conta.” O investimento total do sistema foi de R$ 40 mil, com retorno financeiro esperado para cinco anos; a expectativa é que as placas produzam 600 kW por mês. Em toda a residência, ele priorizou a aparelhagem elétrica do forno ao aquecimento do chuveiro.
Segundo o presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a preocupação com sustentabilidade, aliado à redução da conta de luz, têm potencial para turbinar a capacidade instalada no Brasil em pouco tempo.
Em 2018, o Brasil ficou próximo dos dez maiores investidores em solar, com 1,2 mil MW instalado. A Holanda, 10º maior investidor em 2018, instalou 1,3 mil MW. Porém, hoje o país está distante dos maiores geradores solares do mundo, deixando a primeira colocação para a China, com 176,1 mil MW – mais que toda a potência instalada no País, em todas as fontes de energia.
Mas no Brasil, as expectativas são positivas. De acordo com as Projeções do Plano Decenal de Energia, até 2027, as hidrelétricas devem ver sua fatia na matriz cair para 51%, ante 64% em 2018, enquanto fontes alternativas, principalmente eólicas e solares, devem saltar para 28%, dos atuais 22%.
Essa mudança na matriz energética nacional iniciada hoje é muito significativa quando, nos anos 80 e 90, as usinas hídricas já chegaram a representar mais de 80% da capacidade do Brasil. (portalsolar)

RGE instala 20 painéis solares em hospital no interior gaúcho

Sistema de 6,6 kWp servirá para companhia analisar eficácia do projeto, que prevê também a troca de todo sistema de iluminação interno da instituição.
A RGE finalizou a implementação de uma pequena usina de geração solar no telhado do Hospital Bruno Born, localizado na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Além da produção de energia, o projeto também contemplou a troca de todo o sistema de iluminação interna da instituição e a substituição de um motor. O investimento foi de R$ 287 mil, incluindo todas as frentes de trabalho.
As ações foram concluídas em outubro e já podem ser percebidas por quem frequenta o Hospital. Já na entrada é possível visualizar as novas lâmpadas de LED, que modernizaram a iluminação interna de todos os setores. Ao todo, 2.277 lâmpadas menos eficientes foram substituídas.
Já a usina de geração de energia a partir da luz do sol é formada por 20 painéis e uma capacidade instalada de 6,6 kWp. A ideia da concessionária é analisar o projeto por um ano a fim de avaliar de forma eficaz os resultados obtidos e proceder com eventuais ajustes. A companhia também trocou um motor do hidrante antigo por uma nova unidade, mais eficiente e econômica.
O conjunto das ações proporcionará uma redução de 132,64 MWh ao ano no consumo de energia e a redução de 26,36 kW na demanda de ponta. A entrada em operação do novo empreendimento também evitará a emissão de 118,5 toneladas de CO2 na atmosfera.
Usina de energia solar fotovoltaica é instalada no HBB em Lajeado/RS.
Segundo a engenheira eletricista e analista de Eficiência Energética da RGE, Letícia Dotta Rech, a estimativa é de que a usina, somada ao novo sistema de iluminação interna do hospital, gere uma economia média de R$ 70 mil reais ao ano na conta de luz do hospital. “As lâmpadas de LED, além de serem até 80% mais econômicas que as antigas, têm vida útil de cerca de 25 mil horas. Somada à instalação da UFV e à troca do motor, estamos transformando completamente o cenário energético do hospital”, destaca a analista.
Já a Consultora de Negócios da RGE no Vale do Taquari, Katiele Walendorff dos Santos, salientou a importância do Hospital Bruno Born para toda a região e reafirmou o compromisso da distribuidora em auxiliar instituições públicas com ações na área de eficiência energética. “As ações beneficiam todos os usuários da instituição e também os funcionários, passando a instituição a ter um ganho significativo na iluminação interna e na conta de luz, que terá valor reduzido podendo destinar esse valor para outras necessidades internas”, comenta Katiele.
O Hospital é referência para pelo menos 38 municípios do Vale do Taquari. A instituição, que é filantrópica, atende casos de média e alta complexidade, sendo reconhecido com excelência nas especialidades de cardiologia, neurologia, oncologia e nefrologia. Os projetos executados neste ano na instituição são resultado da Chamada Pública de Projetos do ano passado da RGE. (canalenergia)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Brasil deve elevar mistura de biodiesel para 15% até 2023

Brasil deve elevar mistura de biodiesel para 15% até 2023; movimento impulsiona demanda por soja.
O Brasil deverá aumentar pela segunda vez em menos de um ano a quantidade mínima de biodiesel a ser misturada no diesel do país, prosseguindo com elevações de 1% por ano até 2023 e impulsionando, com isso, a demanda por soja.
Analistas, produtores e autoridades do governo preveem que o país ampliará a mistura mínima do biocombustível na composição do diesel para 12% no próximo mês de março, após elevação de 10% para 11% em setembro. Eles veem o Brasil atingindo uma mistura de 15% até 2023 e discutem o caminho para que maiores misturas sejam alcançadas na sequência.
Misturas mais altas de biodiesel reduzirão as importações do óleo diesel, combustível fóssil com base no petróleo. Além disso, também vão alavancar a demanda local por soja, já que 80% do biodiesel brasileiro é produzido a partir do óleo de soja.
"O B15 é algo que vemos como certo, estamos testando maiores misturas agora", disse Fabio Vinhado, que comanda o laboratório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP), acrescentando que os testes estão sendo conduzidos com misturas de 20% e 30% de biodiesel.
A oferta de biodiesel no Brasil avançou de 4,62 bilhões de litros em 2016 para projetados 6,69 bilhões de litros neste ano, de acordo com o portal BiodieselBR, que estima uma demanda de cerca de 9,7 bilhões de litros em 2023.
"Há uma forte demanda por vir, e ela será atendida com a expansão da produção", disse Miguel Angelo Vedana, analista-chefe da BiodieselBR.
A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), associação que reúne produtores de biodiesel, informou que atualmente há 11 plantas trabalhando em expansões e dez novas unidades em construção. A entidade espera que a capacidade produtiva avance para 12,6 bilhões de litros uma vez que esses projetos entrem em operação.
"Quando chegarmos ao B15, a indústria local de soja terá de processar 8 milhões de toneladas a mais de grãos, indo dos atuais 44 milhões de toneladas por ano para cerca de 54 milhões de toneladas", disse André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Uma peculiaridade da política de biodiesel do Brasil é a de que ela determina a mistura mínima, mas permite que distribuidoras de combustíveis façam misturas mais altas, que vão até o B15, caso desejem.
"Algumas distribuidoras já estão vendendo maiores misturas, especialmente em lugares onde o biodiesel é mais barato que o diesel, como Mato Grosso", disse Vedana.
Outra iniciativa para que as distribuidoras sigam esse caminho é o RenovaBio, nova política federal que visa impulsionar os biocombustíveis no país, cujo início ocorrerá em 2020.
A política fornece às distribuidoras alvos para a redução de emissões, que são baseados nos volumes de combustíveis fósseis vendidos no ano anterior. Se elas venderem mais biocombustíveis, as metas são reduzidas para o ano seguinte, e assim as empresas terão de adquirir menos créditos de carbono. (biodieselbr)

Bahia perderá geração de 12 mil empregos no setor fotovoltaico

Bahia pode perder geração de 12 mil empregos no setor fotovoltaico com mudança da regulação.
Representantes do setor pedem revisão da proposta em consulta pública aberta pela pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
A redução nos incentivos para consumidores que geram a sua própria energia pode afetar a criação de até 12 mil empregos só na Bahia, de acordo com o Panorama de Energias Renováveis, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Essa preocupação deve-se à consulta pública em andamento pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre novas regras para a energia solar de geração distribuída (a partir de pequenas fontes).
No modelo atual, toda a energia produzida é abatida do consumo dos imóveis, seja da unidade geradora ou receptora. Mas a proposta é de uma cobrança para remunerar em até 66% as concessionárias.
Para o diretor da Associação Baiana de Energia Solar, Stéphane Pérée, com essa mudança, a geração fotovoltaica pode ser inviabilizada no Brasil. “Quanto mais a gente colocar a micro e minigeração no Brasil, menos pressão será feita sobre o mercado para lançar termelétricas. E ainda baratearemos a energia no Brasil”, acrescenta.
A Bahia vem trabalhando por uma política de desenvolvimento do setor de micro e minigeração. De acordo com o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), João Leão, o estado tem fomentado esse novo mercado para atração de mais negócios e a alteração das regras pode impedir o segmento que é bastante promissor. “Estamos apoiando o mercado e vamos buscar um diálogo com a Aneel para resolver essa questão”, afirma.
Compartilha da mesma opinião, a Diretora de Interiorização do Desenvolvimento da SDE, Laís Maciel, defendendo a necessidade de revisar a proposta da Aneel com urgência. “É necessário um ambiente com oportunidades e segurança jurídica para que as empresas continuem crescendo e se consolidem no país e na Bahia. Para isto, a proposta da Aneel precisa ser revista com urgência”, destaca.
Bahia instalou 12,26 megawatt (MW) de potência, desde a criação da Resolução Normativa 482 da Aneel, em 2012. Porém, esse crescimento foi maior nos últimos 12 meses, quando o estado acrescentou 18,15 MW a sua potência instalada, somando 30,41 MW de potência.
Ainda assim, a Bahia tem ainda a possibilidade de crescimento de 92%, com 177 MW de potência instalável neste setor energético. Até o final de outubro de 2019, foram instalados 2,9 mil sistemas, atendendo a 3,9 mil unidades consumidores. Nos últimos 12 meses, a potência instalada em GD no estado alcançou um crescimento de aproximadamente 148% e as novas regras seriam uma regressão para um segmento em plena ascensão.
O primeiro semestre deste ano foi suficiente para que as instalações de sistemas fotovoltaicos no Brasil atingissem 90,77% do total instalado em 2018, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que controla o segmento de geração distribuída, que foi criado em 2012 através de sua Resolução Normativa 482.
De acordo com a Aneel, foram feitas 31.896 novas conexões de micro e minigeração à rede até o final de junho deste ano, quase o total de instalações realizadas no ano passado, que foi de 35.139 sistemas. Em investimentos, o volume já se aproxima dos R$ 4 bilhões movimentados pelo mercado de energia solar distribuída em 2018, segundo informou o estudo da empresa Grenner, referente ao 1º semestre do segmento em 2019.
Diversos fatores podem ser apontados para este aumento significativo no número de instalações. Um deles é a maior oferta de linhas de financiamentos em energia solar por bancos públicos e privados. Com taxas e prazos bem atrativos, essas linhas de crédito têm permitido a mais consumidores gerarem a própria energia, em especial empresas, sendo a forma de pagamento escolhida por 39,6% delas, de acordo com o estudo da Grenner. (portalsolar)

Energias renováveis deverão crescer 50% nos próximos 5 anos

A rápida expansão das fontes de energia renováveis, em especial da energia solar fotovoltaica, deverá aumentar em 50% a sua capacidade instalada mundial pelos próximos 5 anos.
A previsão é da Agência Internacional de Energia (International Energy Agency, ou IEA, na sigla em inglês), que registrou neste ano um volume de projetos solares, eólicos e hídricos maior que os dos últimos quatro anos.
Segundo seu mais novo relatório, a agência estima um aumento de 600 Gigawatts (GW) da capacidade solar mundial em 2024, puxado por novas ondas de preços baixos da tecnologia das placas solares.
No geral, a capacidade mundial das fontes de energia alternativas deverá crescer 1.200 GW nos próximos 5 anos, equivalente a quase sete vezes o total da matriz elétrica brasileira.
De acordo com o representante da IEA, o momento é crucial para as fontes limpas e para o setor elétrico mundial, na medida em que essas tecnologias, tão importantes para o combate ao aquecimento global, ganham mais destaque, em especial a solar e eólica.
Atualmente, as fontes renováveis respondem por apenas 26% da geração elétrica mundial, participação que deve chegar a 30% em 2024, de acordo com a IEA.
Embora o crescimento recente dos mercados europeu e americano tenha influenciado as previsões da IEA, ela admite que somente com a força do mercado chinês será possível atingir essa expansão das fontes solar e eólica.
A tecnologia fotovoltaica, que já apresenta preços competitivos na maioria dos países do mundo, deverá liderar essa expansão das renováveis segundo a IEA, que ainda prevê novas quedas de 15% a 35% em seus custos até 2024.
De acordo com a agência, a maior parte dessa demanda pela tecnologia virá de empresas e indústrias, que apostam na tecnologia através da geração distribuída como alternativa para seus altos gastos com a conta de luz.
Ainda no segmento solar distribuído, a IEA estima um público de mais de 100 milhões de consumidores com autogeração até 2024, com destaque para países como Austrália, Bélgica, Califórnia, Holanda e Áustria.
No entanto, embora o crescimento seja promissor, a agência alerta que ele ainda não é o suficiente para atender as metas climáticas firmadas no acordo de Paris. (ecodebate)

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Impacto climático da energia hidrelétrica varia muito em todo o mundo

A energia hidrelétrica é amplamente considerada muito mais ecológica do que a eletricidade gerada a partir de combustíveis fósseis, e em muitos casos isso é verdade.
No entanto, um novo estudo revela que o impacto climático das instalações hidrelétricas varia muito em todo o mundo e ao longo do tempo, com algumas instalações emitindo mais gases de efeito estufa do que as que queimam combustíveis fósseis. Os pesquisadores relatam seus resultados na revista Environmental Science & Technology.
Atualmente, a energia hidrelétrica contribui com dois terços da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis em todo o mundo, de acordo com a Associação Internacional de Energia, com milhares de novas instalações hidrelétricas planejadas ou em construção em todo o mundo. Essa popularidade decorre em parte da percepção de que a energia hidrelétrica é uma alternativa ambientalmente amigável aos combustíveis fósseis.
É comum pensar que as emissões de gases de efeito estufa das usinas hidrelétricas são semelhantes às das usinas eólicas. No entanto, a maioria dos estudos sobre o impacto climático da energia hidrelétrica negligenciou certos fatores, como mudanças nas emissões de dióxido de carbono que ocorrem quando paisagens naturais são inundadas para criar reservatórios para usinas hidrelétricas, bem como o aquecimento em curto prazo das emissões associadas de metano.
Os pesquisadores analisaram os impactos climáticos ao longo do tempo das emissões de dióxido de carbono e metano de um conjunto de dados de 1.473 instalações hidrelétricas em 104 países. Eles também estimaram as emissões causadas pela inundação do reservatório. A equipe descobriu que as emissões hidrelétricas em média eram muito maiores e, portanto, piores para o clima do que as emissões de instalações nucleares, solares e eólicas, mas melhores para o clima do que as emissões das empresas de carvão e gás natural.
No entanto, algumas instalações hidrelétricas individuais foram piores para o clima do que as usinas de carvão e gás natural, tanto a curto quanto em longo prazo. Os benefícios climáticos do uso de energia hidrelétrica em vez de energia gerada por combustível fóssil foram muito menores no curto prazo que no longo prazo, devido ao grande impacto que as emissões de metano causam no aquecimento, diz Ocko.
A análise também indicou que as emissões variavam de acordo com a região: estimava-se que novas instalações hidrelétricas na Europa Ocidental tivessem impactos climáticos quase nulos, enquanto as da África Ocidental produziam impactos climáticos maiores que as usinas de carvão e gás natural em todas as escalas de tempo.
Falta de chuva secou reservatório no oeste da Índia em 2016.
Esses resultados devem ser considerados ao projetar e construir novas usinas hidrelétricas, dizem os pesquisadores. (ecodebate)

Volvo vai instalar 500 eletropostos no Brasil

Marca da Volvo no país avança com infraestrutura de eletromobilidade para veículos híbridos e elétricos, firmando novas parcerias e aumentando em 650% a venda de VEs em 2019.
A fabricante sueca Volvo anunciou que irá implementar 500 pontos para recarga de veículos híbridos e elétricos plug-in no Brasil, mudando a forma de fazer negócios ao construir uma nova estratégia para o segmento no setor automotivo no país. A iniciativa faz parte da estratégia de operação sustentável da companhia, que elaborou “um plano global ambicioso com drástica redução da pegada de carbono por carro”.
Luis Rezende, presidente da Volvo Car Brasil e head na América Latina, disse acreditar que ainda existem barreiras para a compra de um carro eletrificado e que isso motivou o projeto: “A instalação de eletropostos contribui de maneira significativa para a infraestrutura do país e para a indústria automotiva, além de dar mais confiança para que o consumidor adquira com mais tranquilidade um veículo elétrico”, afirma.
Como parte de sua estratégia, a multinacional firmou importantes parceiras com o grupo GPA, rede Iguatemi, redes de estacionamento Estapar, Autovagas e PareBem, além da incorporadora Idea! Zarvos e a sua própria rede de 36 concessionários, somando um investimento de R$ 5 milhões para implantação da estrutura. Com a capilaridade dessas empresas, a Volvo Car Brasil espera garantir uma estrutura ampla de recarga em perímetro urbano, visando as principais cidades do país, com presença principalmente em estabelecimentos de média e longa permanência, que permitirão ao usuário a realização de uma carga total em seu veículo plug-in.
Quando a empresa começou o projeto, a infraestrutura de recarga no Brasil contava com 125 postos. Com o avanço das parcerias, a rede de recarga hoje foi duplicada. O próximo passo é chegar as 500 vagas instaladas. Assim, na cidade de São Paulo, por exemplo, os usuários encontrarão um ponto de recarga da empresa em uma média de 9,7 km distantes um do outro. Para 2020, a marca anunciou que estuda também a ampliação de sua estratégia para áreas mais afastadas, com inovações em serviços e produtos de eletrificação para continuar transformando a indústria.
Crescimento de 650% na venda de VEs em 2019
De acordo com a fabricante, até o mês de outubro, 6.015 carros híbridos e elétricos foram comercializados no mercado nacional por 14 montadoras. O destaque fica para uma versão híbrida em quase todos os modelos de seu portfólio – a versão híbrida plug-in do XC40, que vai chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2020. Já para o ano seguinte, a meta é ter 100% da gama de produtos da marca eletrificada.
Em linhas gerais, a empresa vendeu 884 unidades de carros híbridos plug-in nos dez primeiros meses desse ano, contra 136 carros no mesmo período do ano passado, crescimento de 650%. Em outubro, essa condição foi reforçada com a venda de 135 unidades, compostas pelos utilitários esportivos XC90 e XC60, além dos sedãs S90 e o recém-lançado S60, todos equipados com o motor T8, de 407 hp.
A ideia da Volvo é fechar 2019 com 22% de vendas na área da eletromobilidade. A porcentagem poderá chegar a 40% no ano que vem, o que significa 4 mil veículos eletrificados da marca, ajudado pelo lançamento do SUV XC40 híbrido plug-in no primeiro trimestre. Globalmente, a companhia espera vender 1 milhão de VEs até 2025. A marca também se comprometeu a eletrificar todo novo veículo lançado e de apresentar um novo carro elétrico por ano nos próximos cinco anos. (canalenergia)

ONS registra novos recordes de geração eólica e solar no Nordeste

Picos de 9.755 MW eólicos à noite e de 1.210 MW fotovoltaicos pela manhã foram verificados em 12/11/2019.
A região Nordeste apresentou novos recordes de geração eólica e solar em 12/11/2019, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia eólica teve pico de 9.755 MW às 22h, com fator de capacidade de 83,2%, montante suficiente para atender 78,8% da carga da região naquele momento. O último recorde da fonte havia ocorrido em 23 de setembro.
A energia fotovoltaica também bateu a marca de geração instantânea na região, chegando a produção de 1.210 MW às 10h33min, a um fator de capacidade de 95,3%. No momento, o pico representava 9,9% da carga do Nordeste. O recorde anterior havia sido registrado em 10/11/2019.
Ainda segundo o Operador, a geração média diária também foi a mais alta já registrada, atingindo 442 MW médios, com um fator de capacidade de 34,8%, o que representa 3,8% da demanda da região. A melhor marca tinha sido registrada em 30 de outubro. (canalenergia)

domingo, 22 de dezembro de 2019

Empresas e consumidores impulsionam energia solar no País

De 2016 para cá, potência instalada cresceu de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW – salto de 1.359%- Capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.
A grande economia na conta de luz tem atraído cada vez mais empresas e consumidores a adotarem sistema fotovoltaico para geração de energia solar. De 2016 para cá, o número de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no País, um avanço de 1.181%. A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW – salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.
Esse investimento se estende para lojas, igrejas, estacionamentos, universidade, frigoríficos, agricultura, órgãos públicos, shoppings, entre inúmeros estabelecimentos espalhados pelo país.
As mudanças nas regras do setor de energia, em 2012, permitiram o acesso dos consumidores aos painéis solares para gerar sua própria energia. Um marco importante na regulação foi a possibilidade do microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico e obter um crédito para abater na conta de luz.
Com a opção do uso do sistema fotovoltaico distribuído, consumidores residenciais puderam tornar-se independentes das altas tarifas de energia elétrica nos últimos anos, que desde 2013 subiram quase 90%, mais que o dobro da inflação no período.
O preço dos equipamentos cada vez menor também tem impulsionado esse segmento de energia. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora.
De olho nessa oportunidade, as empresas também estão incorporando a energia solar em seus empreendimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) hoje, elas são responsáveis por mais da metade da capacidade instalada de “miniusinas” solares no país, apesar de representar apenas 20% do número de sistemas.
Dos 3,6 mil MW de energia solar gerados no Brasil, 62% vêm de grandes parques, que vendem energia para o mercado livre e para o mercado cativo, das distribuidoras. O restante vem da geração distribuída.
“À medida que a energia solar vai se tornando mais competitiva, com diferentes modelos de negócios, os setores de comércio e de serviços passam a investir mais”, diz o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia.
Desde 2015, as empresas também podem gerar energia em um local e consumir em outro, como fez a Renner. A loja de departamento, instalou desde fevereiro, 4 mil painéis solares numa fazenda em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, que geram energia para quatro lojas da Renner, na capital fluminense. O projeto, erguido a 120 quilômetros do local de consumo, tem reduzido em 13% a conta de luz das unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia consumida vinda de fontes renováveis. Até o fim do ano, duas novas usinas vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
“Com essa usina, conseguimos chegar a 38% do nosso consumo atendido com energia renovável (solar, eólica, biomassa e PCH)”, diz a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola. Segundo ela, nas novas usinas que vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul, a economia deve ficar entre 18% e 20%.
Uma questão crucial, além da redução na conta de luz, é a sustentabilidade que traz o uso dessa energia limpa e renovável, valorizando ainda mais a marca das empresas, inclusive ajudando na hora de conseguir um empréstimo.
Em parceria com a empresa de energia portuguesa EDP, o grupo de shopping centers Multiplan investiu em uma área equivalente a 24 campos de futebol para gerar energia para o Shopping Village Mall, no Rio. A fazenda solar fica em Itacarambi (MG), a mais de mil km de distância do shopping, tem 25.440 painéis e reduziu em 20% o gasto da empresa com energia. No ano, isso significa uma economia de R$ 5 milhões.
“Além do retorno do investimento com a redução de custo com energia, ganhamos o reconhecimento das pessoas que se identificam com nossa ideologia”, disse o vice-presidente do grupo de shopping centers Multiplan, Vander Giordano.
Segundo o Portal Solar – site que inclui a cadeia de geração solar, para instalar um sistema de cerca de 300 kWp (quilowatt-pico, quanto o painel gera quando o sol está mais forte), uma empresa vai gastar cerca de R$ 1,1 milhão, Mas em grandes companhias esse valor é proporcionalmente maior.
As hidrelétricas também estão investindo na fonte solar. A estatal Furnas, uma das maiores geradoras hidrelétricas do país, está construindo três unidades fotovoltaicas na área da Hidrelétrica Anta (RJ/MG). Com capacidade de 3 MW, as unidades vão abastecer 40% do consumo do escritório central da empresa.
Agora, a questão toda está voltada para a revisão das regras de microgeração solar, que está em consulta pública pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde outubro. A proposta prevê o pagamento de encargos pelo consumidor de um sistema de energia solar fotovoltaica para cobrir o custo da rede de distribuição, o que não ocorre hoje. Para a ABSOLAR essa medida pode gerar um retrocesso no segmento, podendo reduzir em mais de 60% a economia de quem investe em geração. (portalsolar)

Setor de energia solar quer mais tempo para discutir sobre geração distribuída

Setor de energia solar quer mais tempo para discussão sobre regras de geração distribuída.
ABSOLAR, entidade que representa o setor, enviou ofício para Aneel pedindo no mínimo 90 dias para uma análise técnica satisfatória e aprofundada sobre a revisão regulatória e seus possíveis impactos na sociedade e nos mercados.
O setor de energia solar pede um prazo maior para a consulta pública sobre as regras do segmento de geração distribuída no Brasil, aberta no dia 15 de outubro pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para isso, a Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, enviou ofício para o órgão regulador pedindo que o processo garanta um tempo suficiente para “as devidas manifestações sobre o assunto”.
Para a entidade, “o prazo proposto pela Aneel, de apenas 45 dias, é insuficiente para uma análise técnica satisfatória e aprofundada sobre a revisão regulatória e seus possíveis impactos na sociedade e nos mercados”. O ideal, segundo nota oficial da entidade, é um prazo de, no mínimo, 90 dias para o processo de consulta pública.
Nesse período, a ABSOLAR sugere pelo menos uma audiência pública presencial em cada região do Brasil, para garantir a ampla participação nos debates, ressaltando que a Aneel reduziu a agenda para um encontro, realizado no dia 7 de novembro.
A consulta pública aberta pela Aneel visa reavaliar a Resolução 482, que trata das condições de consumo e compensação relacionada à geração distribuída (produzida no local de consumo ou próximo dele) no Brasil. O texto original é de 2012 e já passou por uma revisão anterior, em 2015, na qual previa uma nova reavaliação este ano das regras que passam a valer em 2020.
Na visão da Agência, uma mudança nas regras trará mais equilíbrio para o mercado, possibilitando o avanço contínuo da geração distribuída sem custos sem impacto na tarifa de quem não tem como gerar sua própria energia. A proposta prevê um período de transição para as alterações no modelo previsto para vigorar no próximo ano. No caso de quem já investe no sistema não haverá mudança no regime de compensação até 2030.
As regras seriam diferentes para os novos adeptos ao sistema depois da nova norma começar a valer. Neste caso, a geração distribuída local passaria a pagar os custos da rede. Em 2030 ou quando a energia gerada atingir uma quantidade pré-determinada, seriam cobrados também os encargos. Na geração remota, quem implantar um projeto depois da mudança, passaria a pagar custos de rede e os encargos, compensando o componente de energia da tarifa.
A energia solar fotovoltaica representa a maior parte dos projetos de geração distribuída no Brasil, mas ainda está em fase de desenvolvimento. Nesse sentido, a ABSOLAR critica a proposta da Aneel e defende a manutenção das regras atuais, enfatizando que a mudança pode impactar negativamente o setor e reduzir em até 60% a economia de quem investe na geração própria de energia.
A Aneel ainda propõe reduzir de 25 para 10 anos o prazo de manutenção das atuais regras para quem já investiu. Essa medida, segundo a ABSOLAR, afetaria a segurança jurídica e regulatória do setor. (portalsolar)

Solar na América Latina e Caribe pode aumentar 40 vezes até 2050

Solar na América Latina e Caribe pode aumentar 40 vezes até 2050, aponta Irena.
Estimativa consta de estudo lançado pela entidade durante evento realizado em Lima, capital do Peru.
A América Latina e o Caribe podem aumentar sua capacidade solar instalada em um fator de 40 vezes até 2050. É o que afirma um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). Com investimentos anuais superiores a US$ 7 bilhões levariam a capacidade instalada da região subir dos atuais 7 GW, para mais de 280 GW em meados do século.
A perspectiva é de que a solar poderia representar a segunda maior fonte de energia, atrás apenas da eólica, gerando um quarto da produção global. Essa é a estimativa do estudo intitulado “Future of Solar Photovoltaic”, lançado na última terça-feira, 12 de novembro, pela entidade durante o “Sun World 2019”, que é realizado em Lima, no Peru. No total, a capacidade global de energia solar aumentaria de 480 GW em 2018 para mais de 8 TW até 2050, crescendo quase 9% a cada ano.
Em comunicado, o diretor geral da Irena, Francesco La Camera, aponta que a energia solar fotovoltaica e outras fontes renováveis ​​representam a solução mais eficaz e pronta para atender à crescente demanda de energia e limitar a emissão de carbono ao mesmo tempo. Ele relaciona sua praticidade, acessibilidade e segurança para o clima como as maiores virtudes. Ao mesmo tempo, estimula o crescimento econômico, criando emprego e melhorando a saúde. Segundo ele, as taxas de crescimento projetadas em mercados como a América Latina mostram que podemos estender a transição energética para todos os países.
De acordo com a Irena, se acompanhada de políticas sólidas, a transformação impulsionada por fontes renováveis, como a solar, pode trazer benefícios socioeconômicos substanciais. A indústria solar global tem potencial para empregar mais de 18 milhões de pessoas até 2050, quatro vezes mais que os 4,4 milhões de empregos atualmente.
Na última década, aponta a entidade, a capacidade instalada de energia solar fotovoltaica fora da rede cresceu mais de dez vezes, de aproximadamente 0,25 GW em 2008 para quase 3 GW em 2018 em todo o mundo. E acrescenta que a energia solar fotovoltaica fora da rede é uma tecnologia essencial para alcançar o acesso universal à eletricidade, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Da mesma forma, a implantação de sistemas fotovoltaicos solares no telhado aumentou bastante, o que hoje torna a energia solar fotovoltaica em alguns mercados mais atraente do que comprar eletricidade da rede. A competitividade da energia solar distribuída está claramente aumentando a implantação em grandes mercados, incluindo Brasil, China, Alemanha e México.
O estudo traz ainda que a Ásia, principalmente a China, com mais de 50% da capacidade instalada em 2050, continuaria a dominar a energia solar fotovoltaica, seguida pela América do Norte (20%) e Europa (10%). O mercado latino-americano aumentaria de 7 GW em 2018 para mais de 280 GW.
Além disso, que o custo global nivelado de eletricidade (LCOE, na sigla em inglês) para a fonte continuará a cair de uma média de US$ 0,85/kWh em 2018 para entre US$ 0,05 a US$ 0,14/kWh até 2050. E lembra que em recente leilão na Colômbia foi concedido por um preço médio de eletricidade de US$ 0,27/kWh. (canalenergia)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Energia solar é mercado de oportunidades para novos empreendedores no Brasil

Oferecendo a chance de altos ganhos financeiros, o mercado de venda e instalação de sistemas fotovoltaicos tem atraído novos empreendedores no Brasil.
Instalar placas de energia solar é uma vontade crescente entre os brasileiros para economizar na conta de luz e ficar livre de novos aumentos no preço da energia.
Segundo os dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que controla o número de conexões no país, 2019 já registra o dobro de instalações de 2018.
Assim, este se torna outro ano consecutivo de crescimento acima dos 100% para o segmento de geração distribuída no Brasil desde a sua criação, em 2012.
Com o mercado em expansão, é também cada vez maior o número de empreendedores que buscam faturar com o seu próprio negócio solar.
Para os que optam pela franquia de energia solar, os ganhos ainda podem chegar aos sete dígitos já no primeiro ano de atuação.
O foco de trabalho está venda e instalação dos sistemas, que demandam projeto personalizado para cada residência ou empresa onde serão instalados.
Além destes, os potenciais clientes da tecnologia ainda incluem escolas, hospitais, agronegócios ou qualquer outro estabelecimento alimentado pela rede elétrica.
São mais de 80 milhões deles banhados pela forte radiação solar no país e que podem usá-la para gerar sua própria energia através de placas solares.
Um caso de sucesso no empreendedorismo solar é o do empresário José Guilherme, quem faturou R$16 milhões em 2 anos com sua franquia em Alphaville, na cidade de Barueri – SP.
Formado em administração, José atuava no setor de telecomunicações, mas sempre esteve antenado em novas tecnologias e inovação de mercado.
A vontade de empreender também sempre existiu e, já conhecendo a tecnologia solar e o cenário de crescimento do mercado no Brasil, não pensou duas vezes quando a oportunidade surgiu.
O resultado, ele conta, foi melhor do que jamais havia imaginado, com 17 sistemas vendidos em apenas 4 meses de funcionamento do seu negócio de energia solar.
Casos como este são cada vez mais comum e, segundo estimativa do Sebrae, serão novas 5 mil empresas de energia solar abertas no Brasil até 2020.
A expansão do mercado oferece mais oportunidades do que concorrência, e os novos empreendedores ajudarão a expandir o público da energia solar para 1,35 milhão até 2027, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia (MME). (ecodebate)