Portal Solar ouviu cerca de 26 mil empresas instaladoras, fabricantes e
consumidores de sistemas de geração fotovoltaica.
A maior parte dos consumidores donos de equipamentos de geração solar
fotovoltaica em residências e comércio querem ter o direito de vender o
excedente de energia no mercado livre, auferindo receitas financeiras diretas,
ao invés de apenas obter créditos de consumo, como acontece atualmente.
A indicação consta de uma pesquisa feita pelo Portal Solar em seu
website e que contou com a participação de cerca de 26 mil pessoas ligadas à
indústria fabricante e à classe consumidora de sistemas de mini e micro geração
distribuída. Do total de pesquisados, 83% indicaram interesse na venda de
excedentes, medida que já é adotada em diversos países, como Estados Unidos,
Alemanha e Austrália.
De acordo com a pesquisa do Portal Solar – maior marketplace de geração
fotovoltaica do país, com 13 mil instaladoras parceiras e mais de 20 mil
unidades comercializadas –, os consumidores de energia solar aceitariam assumir
novos custos da geração distribuída desde que pudessem ter o direito à venda
dos seus excedentes gerados em próprias unidades por meio de comercializadoras
que atuam junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Entre os custos que o mercado solar poderia precificar está a taxação
pelo uso da rede de distribuição, que pode passar a ser cobrado pelas
concessionárias a partir de 2020, segundo proposta da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
Na visão do CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer, a medida proposta pelo
órgão regulador de passar a cobrar a utilização da rede de consumidores que
instalarem sistemas fotovoltaicos a partir do ano que vem é mais um motivo para
que fosse discutida a possibilidade de comercialização dos excedentes.
“A competição que haverá com a criação de um mercado de venda desses
excedentes vai baratear o custo da energia sem a necessidade de qualquer
investimento. No fundo, tanto o regulador quanto o governo estão tentando
barrar o crescimento da energia solar no Brasil. É natural que os subsídios
caiam com o tempo, mas que seja de uma forma equilibrada”, diz o executivo do
Portal Solar.
O resultado da pesquisa vai ao encontro com a visão da CCEE. Para o
presidente do Conselho de Administração da Câmara, Rui Altieri, há um grande
espaço para o avanço da fonte no mercado livre. “A solar no Brasil é
competitiva e se configura como uma realidade de fato. No caso da geração
distribuída, temos uma proposta para comercialização do excedente, que após
análise regulatória e tributária, potencializará ainda mais a atuação da fonte
no mercado livre”, disse.
O presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia,
Reginaldo Medeiros, afirma que a adoção do preço-horário em 2021 será um avanço
regulatório e vai favorecer ainda mais a fonte solar no mercado livre de energia.
(cogen)
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