Solar deve liderar expansão renovável no mundo, aponta AIE.
Geração distribuída será a responsável pelo crescimento, mas agência
alerta para a necessidade de políticas para alinhar interesses e não elevar
custos das redes para consumidores no mercado de varejo.
A instalação de sistemas solares fotovoltaicos em residências, prédios
comerciais e instalações industriais deve decolar nos próximos cinco anos. Essa
é a previsão da Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório publicado
na última segunda-feira, 21 de outubro. Na publicação, a agência prevê que a
capacidade total de energia renovável do mundo crescerá 50% entre 2019 e 2024.
Se confirmado, esse montante representará um aumento de 1.200 gigawatts de
potência, equivalente à atual capacidade total dos Estados Unidos.
Esse crescimento, apontou a AIE, é impulsionado por reduções de custos e
esforços conjuntos de políticas governamentais. A energia solar fotovoltaica
representa 60% do aumento. A parcela de energias renováveis na geração global
de energia deverá aumentar de 26% hoje para 30% em 2024. Com esse incremento da
geração distribuída, a agência acredita na transformando a maneira como a
eletricidade é gerada e consumida, de acordo com a última previsão do mercado
de energia renovável da Agência Internacional de Energia.
De acordo com a AIE, o crescimento esperado ocorre após as adições de
capacidade renovável terem parado no ano passado pela primeira vez em quase
duas décadas. Apesar disso, a expansão ainda permanece abaixo do necessário
para cumprir as metas globais de energia renovável, alertou. “As energias
renováveis já são a segunda maior fonte de eletricidade do mundo, mas sua
implantação ainda precisa acelerar, se queremos alcançar metas de longo prazo
para o clima, a qualidade do ar e o acesso à energia”, disse em comunicado o
diretor executivo da entidade, Fatih Birol.
O relatório destaca os três principais desafios que precisam ser superados
para acelerar a implantação de fontes renováveis: incerteza política e
regulatória, altos riscos de investimento e integração de sistemas de energia
eólica e solar fotovoltaica.
Segundo o relatório, a geração distribuída deverá representa quase metade
do crescimento no mercado global de energia da fonte solar até 2024. Aplicações
comerciais e industriais dominam o crescimento fonte, representando três
quartos das novas instalações nos próximos cinco anos. A agência explica que
isso ocorre porque economias de escala combinadas com um melhor alinhamento da
oferta fotovoltaica e da demanda de eletricidade permitem mais autoconsumo e
maiores economias nas contas de eletricidade nestes dois setores.
O número de sistemas solares no telhado de residências deve dobrar para
cerca de 100 milhões de sistemas até 2024, com os principais mercados sendo a
Austrália, Bélgica, Califórnia, Holanda e Áustria. O grande incentivo são os
custos declinantes. Esse valor já está abaixo dos preços de eletricidade no
varejo na maioria dos países e há potencial de retração adicional de 15% a 35%
até 2024, tornando a tecnologia mais atraente e estimulando a adoção em todo o
mundo, estima a entidade.
O relatório alerta que importantes reformas de políticas e tarifas são
necessárias para garantir que o crescimento da geração distribuída seja
sustentável. O crescimento não gerenciado pode atrapalhar os mercados de
eletricidade, aumentando os custos do sistema, desafiando a integração da rede
de fontes renováveis e reduzindo as receitas dos operadores de rede. Na
avaliação da AIE, ao reformar as tarifas de varejo e adaptar as políticas, as
empresas de serviços públicos e os governos podem atrair investimentos em GD,
assegurando receitas suficientes para pagar pelos ativos fixos da rede e
garantindo que a carga de custos seja alocada de maneira justa entre todos os
consumidores. Para o diretor da AIE, o desenvolvimento precisa ser bem
gerenciado para equilibrar os diferentes interesses dos proprietários de
sistemas, outros consumidores e empresas de energia e distribuição.
(canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário