De
2016 para cá, potência instalada cresceu de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil
MW – salto de 1.359%- Capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto
Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.
A grande economia na
conta de luz tem atraído cada vez mais empresas e consumidores a adotarem
sistema fotovoltaico para geração de energia solar. De 2016 para cá, o número
de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no País, um avanço
de 1.181%. A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW)
para 1,34 mil MW – salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma
Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.
Esse investimento se
estende para lojas, igrejas, estacionamentos, universidade, frigoríficos,
agricultura, órgãos públicos, shoppings, entre inúmeros estabelecimentos
espalhados pelo país.
As mudanças nas regras
do setor de energia, em 2012, permitiram o acesso dos consumidores aos painéis
solares para gerar sua própria energia. Um marco importante na regulação foi a
possibilidade do microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico
e obter um crédito para abater na conta de luz.
Com a opção do uso do
sistema fotovoltaico distribuído, consumidores residenciais puderam tornar-se
independentes das altas tarifas de energia elétrica nos últimos anos, que desde
2013 subiram quase 90%, mais que o dobro da inflação no período.
O preço dos equipamentos
cada vez menor também tem impulsionado esse segmento de energia. Segundo dados
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda
de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de
retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora.
De olho nessa
oportunidade, as empresas também estão incorporando a energia solar em seus
empreendimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (ABSOLAR) hoje, elas são responsáveis por mais da metade da
capacidade instalada de “miniusinas” solares no país, apesar de representar
apenas 20% do número de sistemas.
Dos 3,6 mil MW de
energia solar gerados no Brasil, 62% vêm de grandes parques, que vendem energia
para o mercado livre e para o mercado cativo, das distribuidoras. O restante
vem da geração distribuída.
“À medida que a energia
solar vai se tornando mais competitiva, com diferentes modelos de negócios, os
setores de comércio e de serviços passam a investir mais”, diz o presidente da
Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia.
Desde 2015, as empresas
também podem gerar energia em um local e consumir em outro, como fez a Renner.
A loja de departamento, instalou desde fevereiro, 4 mil painéis solares numa
fazenda em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, que geram energia para
quatro lojas da Renner, na capital fluminense. O projeto, erguido a 120
quilômetros do local de consumo, tem reduzido em 13% a conta de luz das
unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia
consumida vinda de fontes renováveis. Até o fim do ano, duas novas usinas vão
abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
“Com essa usina,
conseguimos chegar a 38% do nosso consumo atendido com energia renovável
(solar, eólica, biomassa e PCH)”, diz a diretora de Operações da Lojas Renner,
Fabiana Taccola. Segundo ela, nas novas usinas que vão abastecer as lojas do
Distrito Federal e Rio Grande do Sul, a economia deve ficar entre 18% e 20%.
Uma questão crucial,
além da redução na conta de luz, é a sustentabilidade que traz o uso dessa
energia limpa e renovável, valorizando ainda mais a marca das empresas,
inclusive ajudando na hora de conseguir um empréstimo.
Em parceria com a
empresa de energia portuguesa EDP, o grupo de shopping centers Multiplan
investiu em uma área equivalente a 24 campos de futebol para gerar energia para
o Shopping Village Mall, no Rio. A fazenda solar fica em Itacarambi (MG), a
mais de mil km de distância do shopping, tem 25.440 painéis e reduziu em 20% o
gasto da empresa com energia. No ano, isso significa uma economia de R$ 5 milhões.
“Além do retorno do
investimento com a redução de custo com energia, ganhamos o reconhecimento das
pessoas que se identificam com nossa ideologia”, disse o vice-presidente do
grupo de shopping centers Multiplan, Vander Giordano.
Segundo o Portal Solar –
site que inclui a cadeia de geração solar, para instalar um sistema de cerca de
300 kWp (quilowatt-pico, quanto o painel gera quando o sol está mais forte),
uma empresa vai gastar cerca de R$ 1,1 milhão, Mas em grandes companhias esse
valor é proporcionalmente maior.
As hidrelétricas também
estão investindo na fonte solar. A estatal Furnas, uma das maiores geradoras
hidrelétricas do país, está construindo três unidades fotovoltaicas na área da
Hidrelétrica Anta (RJ/MG). Com capacidade de 3 MW, as unidades vão abastecer
40% do consumo do escritório central da empresa.
Agora, a questão toda
está voltada para a revisão das regras de microgeração solar, que está em
consulta pública pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde outubro.
A proposta prevê o pagamento de encargos pelo consumidor de um sistema de
energia solar fotovoltaica para cobrir o custo da rede de distribuição, o que
não ocorre hoje. Para a ABSOLAR essa medida pode gerar um retrocesso no
segmento, podendo reduzir em mais de 60% a economia de quem investe em geração.
(portalsolar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário