WEG surfa em recente “boom” no mercado brasileiro de energia solar
distribuída.
A
fabricante de equipamentos elétricos WEG tem surfado em um recente “boom” no
mercado brasileiro de energia solar distribuída, que envolve a instalação por
consumidores ou empresas de sistemas de geração própria em telhados ou grandes
terrenos, disse à Reuters um executivo da companhia catarinense.
As aplicações de geração
distribuída solar já somam mais de 1,3 gigawatt em capacidade no Brasil e
atendem à demanda de 151 mil clientes, sendo que a WEG atuou no fornecimento de
componentes ou instalação de cerca de um terço disso, segundo o diretor de
Novas Energias da empresa, João Paulo Gualberto.
Em meio à acelerada
expansão da tecnologia, principalmente a partir deste ano, a diretoria da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira consulta
pública sobre proposta para reduzir subsídios concedidos aos consumidores que
investem nesses sistemas, mas o movimento do regulador não assusta a companhia
catarinense.
“Isso tomou uma proporção
que nos surpreender, pelo tamanho do crescimento. Nós estamos respondendo a
esse crescimento com cuidado, porque há uma possível mudança regulatória… mas
isso é um fato novo no setor, e eu acho que pode representar até uma
oportunidade para a WEG em termos de participação no mercado”, disse Gualberto.
Ele estimou que a
companhia tem atualmente “entre 25% e 35% de Market share” e destacou que
muitos dos concorrentes são grupos menores, que seriam mais sensíveis a uma
eventual redução do mercado como efeito do corte de subsídios.
“Se perdermos metade de
nossas vendas em geração distribuída solar, apesar de ser uma queda importante
em reais, em percentual de faturamento do grupo é pequeno. Agora, para os
concorrentes, que são dedicados ao negócio solar, perder metade do faturamento
pode ser bastante impactante.”
Gualberto estimou que o
negócio de geração distribuída solar da WEG representa cerca de 4% do
faturamento da companhia. A WEG teve a receita líquida de vendas de 11,9
bilhões de reais em 2018.
Associações do setor
estimam que as instalações de sistemas de geração distribuída já movimentam
milhares de empresas no Brasil, muitos deles de pequeno porte.
De acordo com o diretor
de Novas Energias, a WEG atua nesse mercado tanto em parceira com as empresas
menores, os chamados ”integradores”, em sistemas de pequeno e médio porte, para
os quais fornece kits de equipamentos, como diretamente, principalmente em
instalações de grande porte.
Nichos
Na avaliação do
executivo da WEG, as mudanças regulatórias desejadas pela Aneel deverão
impactar mais as instalações solares distribuídas de grande porte, conhecidas
no setor como sistemas de geração remota, ou “fazendas solar”.
Pela proposta do
regulador, novos sistemas desses instalados após a aprovação das normas já
terão uma atratividade menor para os investidores, de forma a reduzir o custo
bancado por outros consumidores a título de subsídio à tecnologia.
“Essas vão perder
atratividade, vai haver uma redução significativa. Mas ao mesmo tempo devemos
ter manutenção ou até aumento nos sistemas dos menores, residenciais e
comerciais. Não sei se chega a compensar. Devemos ter uma desaceleração em
sistema instalado, pelo menos por um curto período, até que o mercado se
acomode novamente”, afirmou Gualberto.
A questão, segundo ele,
é que a WEG é mais forte nesse mercado de pequenas, instalações, no qual tem
visto crescimento significativo nos últimos dois a três anos.
Gualberto destacou que a
forte demanda atual nesse nicho levou a WEG a instalar um centro e distribuição
de seus kits de geração solar distribuída em Itajaí (SC), onde são embarcadas
mais de 100 unidades por dia.
“O negócio está bastante
aquecido, e esse é o tipo de negócio que a gente espera que não tenha tanto
impacto… mesmo uma mudança regulatória não deve ser tão significativa que
permita uma desaceleração ou redução da atratividade, que impossibilite o
negócio”, afirmou.
Já nos sistemas de
grande porte a empresa está no momento fornecendo uma aplicação de 4,2
megawatts para o Aeroporto de Salvador, ao mesmo tempo em que mantém conversas
com outros operadores de aeroportos de gestão privada. (portalsolar)
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