sábado, 28 de dezembro de 2019

Consumidor residencial responde por 75% das instalações

Consumidor residencial responde por 75% das instalações de energia solar no Brasil.
Fugir dos altos preços da conta de luz e apelo sustentável são as motivações dos adeptos ao modelo
Os consumidores residenciais são responsáveis por 75% dos sistemas de energia solar instalados no Brasil. Com o objetivo de se tornarem independentes dos altos custo de energia no país, muitos investiram na fonte de energia como uma forma de reduzir a escalada da conta de luz, além da preocupação com a questão ambiental.
Numa simulação simples, para instalar um sistema solar numa residência média hoje, com quatro pessoas, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil. Apesar do custo ainda não caber no bolso da maioria dos brasileiros, o preço da tecnologia vem caindo bastante, enfrentando ainda, a alta do dólar. Mas o investimento se paga em média de quatro anos e a vida útil do equipamento é de 25 anos ou mais.
Além disso, o preço da conta de luz cai abruptamente. Um exemplo é do aposentado Abel Tavares, que realizou seu sonho e instalou um sistema solar em sua casa, com a ajuda de uma empresa para fazer sua “miniusina” solar. Comprou 12 placas e as instalou no telhado de casa, no Planalto Paulista, em São Paulo. Investiu R$ 30 mil e há um ano consegue gerar um terço do que consome.
Agora, sua meta é comprar mais 18 placas e aumentar essa geração. “Minha ideia é zerar a conta. O investimento, no entanto, vai depender das mudanças que a Aneel pretende fazer nas regras para microgeração de energia solar. “Se for incluir todos os encargos, pode ser que o retorno do investimento demore muito e o projeto fique inviável”, diz Tavares.
O médico Luís Salvoni aguarda a homologação de sua conexão antes das mudanças regulatórias, que devem taxar o uso da energia solar injetada na rede das distribuidoras. O sistema de geração solar foi um dos requisitos na construção de sua nova casa em Santana de Parnaíba, a 41 quilômetros de São Paulo. Os 15 painéis instalados no telhado da residência deverão abastecer quase 100% do consumo da casa, quando a distribuidora fizer a conexão do sistema.
“Além de ser uma energia mais limpa, não tenho mais preocupação com as variações das bandeiras tarifárias, que encarecem a conta.” O investimento total do sistema foi de R$ 40 mil, com retorno financeiro esperado para cinco anos; a expectativa é que as placas produzam 600 kW por mês. Em toda a residência, ele priorizou a aparelhagem elétrica do forno ao aquecimento do chuveiro.
Segundo o presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a preocupação com sustentabilidade, aliado à redução da conta de luz, têm potencial para turbinar a capacidade instalada no Brasil em pouco tempo.
Em 2018, o Brasil ficou próximo dos dez maiores investidores em solar, com 1,2 mil MW instalado. A Holanda, 10º maior investidor em 2018, instalou 1,3 mil MW. Porém, hoje o país está distante dos maiores geradores solares do mundo, deixando a primeira colocação para a China, com 176,1 mil MW – mais que toda a potência instalada no País, em todas as fontes de energia.
Mas no Brasil, as expectativas são positivas. De acordo com as Projeções do Plano Decenal de Energia, até 2027, as hidrelétricas devem ver sua fatia na matriz cair para 51%, ante 64% em 2018, enquanto fontes alternativas, principalmente eólicas e solares, devem saltar para 28%, dos atuais 22%.
Essa mudança na matriz energética nacional iniciada hoje é muito significativa quando, nos anos 80 e 90, as usinas hídricas já chegaram a representar mais de 80% da capacidade do Brasil. (portalsolar)

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