Fontes
solar e eólica vão suprir demanda de energia na América Latina nas próximas
décadas, diz Moody’s.
Brasil
apresenta as condições mais favoráveis em termos de presença de fontes de
energia limpa na matriz
Nas
próximas décadas, boa parte da energia elétrica da América Latina será suprida
pelas fontes eólica e solar, em lugar de combustíveis fósseis, como o carvão e
o óleo, que ainda têm participação relevante em alguns dos mercados do
continente. A informação é da agência de risco Moody’s Investors Service, que
divulgou, no dia 15 de outubro, um relatório traçando os cenários de
crescimento de oferta de energia para a América Latina, baseando-se no contexto
da transição energética para uma economia de baixo carbono, aliada a uma maior
presença das fontes renováveis.
O
estudo aponta que já são 19 países latino-americanos com planos de inserção de
fontes de energia renováveis. Os destaques são Chile e Brasil, que aumentaram
fortemente as participações de eólica e solar em suas matrizes. O Chile passou
de 1% em 2007 para 7% em 2018, e avançou ainda mais, neste ano, ao chegar a um
acordo com as empresas geradoras de energia para eliminar toda a geração de
eletricidade baseada no carvão mineral até o ano de 2040.
Segundo
o relatório, o Brasil apresenta as condições mais favoráveis em termos de
presença de fontes de energia limpa na matriz. A produção de energia renovável
no País alcança uma fatia de 82% do total, contra 60% no Peru, 17% no México,
15% no Chile e apenas 2% na Argentina. Inclusive, o País já chegou a 86% da
meta de energia limpa, contra 60% da meta cumprida por parte do Peru e 35% pelo
México. Chile e Argentina possuem apenas 20% das suas respectivas metas de
inserção de energias limpas nas matrizes alcançadas, diz o relatório.
No
Brasil, o relatório aponta que a competição por meio de leilões públicos de
energia mantém a trajetória de queda dos preços de diversas fontes limpas. No
caso da eólica, por exemplo, o preço médio no leilão de comercialização de 2017
ficou cerca de 40% mais baixo que o do leilão de 2015.
Em
relação à fonte solar, dadas as condições favoráveis de mercado e o excelente
recurso solar disponível em todas as regiões do Brasil, essa fonte é
responsável por mais de 99,6% de todos os sistemas na modalidade de geração
distribuída (GD). A GD já proporciona dezenas de milhares de empregos no
Brasil, e o avanço de novas tecnologias, como o armazenamento de energia
elétrica, poderá ser um importante catalizador para novas oportunidades.
“À
medida que a tecnologia avança, os custos de desenvolvimento de renováveis caem
rapidamente e a concorrência entre fornecedores aumenta”, avaliou Bernardo
Costa, vice-presidente da Moody’s.
Na
avaliação da Moody’s, as empresas com maior presença em geração fóssil terão de
investir mais pesadamente em fontes renováveis para permanecerem competitivas.
O relatório destaca que a geração baseada em carvão perderá relevância
econômica em alguns mercados e terão menos opções de financiamento que as de energia
renovável, à medida em que a percepção sobre mudanças climáticas muda e que a
demanda por investimentos sustentáveis aumenta”, afirma a agência.
Ainda
de acordo com a Moody’s, a transição energética rumo às renováveis terá diversas
implicações, principalmente de ordem comercial e geopolítica. (portalsolar)
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