sábado, 14 de dezembro de 2019

Fontes solar e eólica suprirão demanda de energia em AL nas próximas décadas

Fontes solar e eólica vão suprir demanda de energia na América Latina nas próximas décadas, diz Moody’s.
Brasil apresenta as condições mais favoráveis em termos de presença de fontes de energia limpa na matriz
Nas próximas décadas, boa parte da energia elétrica da América Latina será suprida pelas fontes eólica e solar, em lugar de combustíveis fósseis, como o carvão e o óleo, que ainda têm participação relevante em alguns dos mercados do continente. A informação é da agência de risco Moody’s Investors Service, que divulgou, no dia 15 de outubro, um relatório traçando os cenários de crescimento de oferta de energia para a América Latina, baseando-se no contexto da transição energética para uma economia de baixo carbono, aliada a uma maior presença das fontes renováveis.
O estudo aponta que já são 19 países latino-americanos com planos de inserção de fontes de energia renováveis. Os destaques são Chile e Brasil, que aumentaram fortemente as participações de eólica e solar em suas matrizes. O Chile passou de 1% em 2007 para 7% em 2018, e avançou ainda mais, neste ano, ao chegar a um acordo com as empresas geradoras de energia para eliminar toda a geração de eletricidade baseada no carvão mineral até o ano de 2040.
Segundo o relatório, o Brasil apresenta as condições mais favoráveis em termos de presença de fontes de energia limpa na matriz. A produção de energia renovável no País alcança uma fatia de 82% do total, contra 60% no Peru, 17% no México, 15% no Chile e apenas 2% na Argentina. Inclusive, o País já chegou a 86% da meta de energia limpa, contra 60% da meta cumprida por parte do Peru e 35% pelo México. Chile e Argentina possuem apenas 20% das suas respectivas metas de inserção de energias limpas nas matrizes alcançadas, diz o relatório.
No Brasil, o relatório aponta que a competição por meio de leilões públicos de energia mantém a trajetória de queda dos preços de diversas fontes limpas. No caso da eólica, por exemplo, o preço médio no leilão de comercialização de 2017 ficou cerca de 40% mais baixo que o do leilão de 2015.
Em relação à fonte solar, dadas as condições favoráveis de mercado e o excelente recurso solar disponível em todas as regiões do Brasil, essa fonte é responsável por mais de 99,6% de todos os sistemas na modalidade de geração distribuída (GD). A GD já proporciona dezenas de milhares de empregos no Brasil, e o avanço de novas tecnologias, como o armazenamento de energia elétrica, poderá ser um importante catalizador para novas oportunidades.
“À medida que a tecnologia avança, os custos de desenvolvimento de renováveis caem rapidamente e a concorrência entre fornecedores aumenta”, avaliou Bernardo Costa, vice-presidente da Moody’s.
Na avaliação da Moody’s, as empresas com maior presença em geração fóssil terão de investir mais pesadamente em fontes renováveis para permanecerem competitivas. O relatório destaca que a geração baseada em carvão perderá relevância econômica em alguns mercados e terão menos opções de financiamento que as de energia renovável, à medida em que a percepção sobre mudanças climáticas muda e que a demanda por investimentos sustentáveis aumenta”, afirma a agência.
Ainda de acordo com a Moody’s, a transição energética rumo às renováveis terá diversas implicações, principalmente de ordem comercial e geopolítica. (portalsolar)

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