Setor
solar defende incorporação dos benefícios da geração distribuída na análise
regulatória da ANEEL.
Durante Audiência Pública que acontece hoje em Brasília, representantes
do segmento e parlamentares criticaram a proposta da agência reguladora.
Em
Audiência Pública 040/2019 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que
aconteceu dia 07/11/19 em Brasília (DF) para debater o futuro da geração
distribuída no Brasil, representantes do setor de energia solar fotovoltaica
defenderam a incorporação dos benefícios da modalidade na análise regulatória
para a atualização do modelo normativo no País.
Trata-se
do processo de revisão da Resolução Normativa 482/2012, que permite aos
brasileiros gerar e consumir a própria energia limpa e renovável nas
residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e pequenos terrenos. A
proposta que foi colocada em debate pela ANEEL pode onerar em cerca de 60% a
energia gerada pelos consumidores brasileiros.
Durante
a apresentação na audiência pública, o presidente-executivo da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, durante a Audiência
Pública 040/2019 da ANEEL, ressaltou que o regulador deixou de fora da análise
atributos importantes da geração distribuída solar fotovoltaica em
termos ambientais, sociais, econômicos, energéticos, elétricos e estratégicos.
“A
análise da agência reguladora deve incluir, por exemplo, a postergação de
investimentos em transmissão e distribuição de eletricidade, alívio das redes
pelo efeito vizinhança, geração de emprego e renda, diversificação da matriz
elétrica e redução de emissões de gases de efeito estufa, entre diversos outros
benefícios que superam, em muito, quaisquer eventuais custos da geração
distribuída”, comentou o presidente da ABSOLAR.
De
acordo com os dados oficiais, dos mais de 84 milhões de consumidores cativos
atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica, cerca de 160 mil possuem o
sistema próprio de energia solar, o que representa apenas
0,2% do total. Na visão do setor, o modelo regulatório apresentado pelo
regulador pode causar um enorme retrocesso econômico ao País e praticamente
inviabilizar a geração distribuída no Brasil. “Fato é que os benefícios da
geração distribuída precisam entrar na conta da ANEEL, bem como o aquecimento
da economia proporcionado pelos milhares de empreendedores que confiaram o
atual modelo regulatório”, comentou Rodrigo Marcolino, diretor da Axis
Renováveis.
Já
Guilherme Susteras, da SunMobi, destacou o papel democrático da geração
compartilhada. “Esta modalidade, que permite o acesso à energia limpa e
renovável por consumidores que não possuem telhados nem espaço para implantar
um sistema fotovoltaico, possui apenas 28 megawatts em operação, cujo volume
pequeno não causa nenhum impacto no setor elétrico e, por isso, as regras devem
ser mantidas”, apontou.
O
deputado Silas Câmara, presidente da comissão minas e energia da Câmara
Federal, defendeu a criação de um marco legal para o setor de energia solar na
geração distribuída. “A resolução 482 não é definitiva. A solução passa por uma
legislação adequada ao Brasil, que é incumbência do parlamento federal”,
concluiu.
A
CEO da Bright Strategies, Bárbara Rubim, que também é vice-presidente de
geração distribuída da ABSOLAR, concorda que um marco legal seria fundamental
para o desenvolvimento do setor de energia solar no País. “Ainda assim, a
resolução 482 deve considerar os benefícios da geração distribuída e também os
anseios da sociedade brasileira na diversificação da matriz elétrica a partir
de fontes renováveis”, disse. (portalsolar)
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