sábado, 30 de setembro de 2023

Usinas de selo energia verde gerarão eletricidade pra + de 6 milhões de residências

Usinas com selo energia verde vão gerar eletricidade para mais de 6 milhões de residências.
Mais de 70 usinas e comercializadas receberam o Selo Energia Verde da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) em 2023.

Ao todo, as 63 unidades que receberam as certificações devem produzir mais de 12.000 GWh neste ano de 2023.

Em 2023, usinas com Selo Energia Verde vão gerar eletricidade para abastecer mais de 6 milhões de residências.

Ao todo, as 63 unidades que receberam a certificação devem produzir mais de 12 mil GWh neste ano.

Mais de 70 usinas e comercializadas receberam o Selo Energia Verde da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) em 2023. O certificado é emitido no âmbito do Programa de Certificação da Bioeletricidade, idealizado pela associação, em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

Ao todo, 63 usinas, sete comercializadoras e um consumidor livre conseguiram o Selo neste ano, totalizando 71 agentes do setor elétrico detendo a importante certificação.

Criado em 2015, o Selo Energia Verde é concedido anualmente, sem custo, a usinas produtoras de bioeletricidade associadas à Unica que cumprem requisitos de geração renovável e de eficiência energética e a comercializadoras que comprem energia das usinas certificadas. A partir daí, consumidores que adquirem a energia diretamente dessas usinas ou das comercializadoras certificadas, no mercado livre, podem solicitar, sem custo, a certificação.

Segundo o gerente de Bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza, essas 63 usinas certificadas devem produzir um total de 12 mil GWh em 2023, equivalente a duas vezes a geração com carvão mineral no ano passado ou a atender mais de 6 milhões de unidades consumidoras residenciais no ano, além de evitar a emissão estimada de 2,5 milhões de tCO2, marca que somente seria atingida com o hfuyr 576t54680cultivo de 17,3 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

Já obtiveram certificado Energia Verde unidades dos seguintes grupos econômicos: Tereos, Cerradinho Bioenergia, Cofco International, Adecoagro, Viterra Bioenergia, Viralcool Bioenergia, Cocal Energia Responsável, Alta Mogiana, Bunge Açúcar e Bioenergia, Atvos, Diana Bioenergia, Grupo Balbo, Umoe Bioenergy, Grupo São Martinho, Colombo, Pitangueiras, Pedra Agroindustrial, Usina Batatais, Lins Agroindustrial, Usina São Manoel, Alto Alegre e Santa Adélia.

Do lado das comercializadoras, obtiveram o Selo Energia Verde, até o momento: Itaú Unibanco, Nova Energia, 2W Ecobank, Capitale Energia, Safira Varejo, Skopos e Casa dos Ventos, além de um consumidor no mercado livre, a Motorola Mobility.

Usinas e comercializadoras serão homenageadas na Fenasucro & Agrocana em agosto

Durante a Fenasucro & Agrocana deste ano, a maior feira mundial do setor sucroenergético, as usinas produtoras de bioeletricidade da cana-de-açúcar, as comercializadoras e os consumidores livres detentores do Selo Energia Verde UNICA/CCEE serão homenageados com a entrega de um quadro homenagem por representante da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sem custo aos agentes.

A homenagem acontecerá durante o tradicional Seminário sobre Bioeletricidade, promovido há 13 anos pela Unica, pelo Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) e pela RX Brasil.

O evento aconteceu no Auditório Fenasucro do Centro de Eventos Zanini, na cidade de Sertãozinho (SP), durante a Fenasucro & Agrocana 2023, em 16/08/2023, das 14h às 17h. O Seminário terá por tema “A Bioeletricidade e o Biogás na Transição Energética”, contando com dois painéis de discussão sobre bioeletricidade e biogás e a presença de importantes especialistas de usinas produtoras de bioeletricidade e Associações para debater o tema.

A participação no evento será gratuita, é necessário apenas estar inscrito na Feira. O credenciamento na Fenasucro pode ser feito gratuitamente no seguinte link: https://www.fenasucro.com.br . (noticiasagricolas)

Heineken facilita acesso a energia renovável para residências, bares e restaurantes

A Heineken, Grupo Ultragaz, Raízen Power e M.O.E (My Own Energy) querem facilitar o acesso de pessoas e negócios à energia renovável, proporcionando descontos de até 20% na conta de luz para pessoas físicas, bares e restaurantes através do programa Heineken Energia Verde.
Facilitar o acesso de pessoas e negócios à energia renovável, proporcionando descontos de até 20% na conta de luz para pessoas físicas, bares e restaurantes é a intenção do programa Heineken Energia Verde, parceria entre Heineken e as empresas de energia responsáveis por essa gestão, Grupo Ultragaz, Raízen Power e M.O.E (My Own Energy). A iniciativa reforça o compromisso de alavancar o uso de fontes limpas de energia do Grupo Heineken, que tem a sustentabilidade como um de seus principais pilares. Desde o seu lançamento, o Programa já gerou 22 mil contratos, que são abastecidos por cerca de 140 mil placas solares e geraram uma economia de R$ 1,3 milhão para os seus clientes.

Iniciado em 2021, quando bares e restaurantes parceiros começaram a ter acesso a 100 MW de geração de energia solar e eólica, o projeto tem como meta alcançar 50% dos pontos de vendas, em 19 capitais, até 2030.

“A agenda ESG está no centro da estratégia de negócio do Grupo Heineken, que tem como principal objetivo alcançar a neutralidade de carbono em toda a cadeia de valor até 2040. Com isso, a companhia explora diferentes parcerias para garantir processos mais sustentáveis desde a produção de matérias-primas, passando pela produção e distribuição, resfriamento dos nossos produtos nos pontos de venda, além de iniciativas para ampliação da circularidade das embalagens. O Programa Heineken Energia Verde é um exemplo dessas iniciativas, que permite que nossos clientes e consumidores participem da mudança de comportamento em prol de um futuro mais sustentável”, explica Ornella Vilardo, diretora de Sustentabilidade do Grupo Heineken.

O desconto é possível graças a uma compensação energética feita pelas empresas de energia Grupo Ultragaz, Raízen Power e M.O.E (My Own Energy). Por meio de usinas de fontes renováveis como solar (sol), eólica (vento), biomassa (materiais orgânicos) e biogás (aterro urbano) é gerada uma carga de energia nos geradores, que direcionam a para a distribuidora local, responsável pela conexão com os endereços cadastrados no Programa. “Com isso, o uso dessas energias gera créditos energéticos revertidos em desconto na fatura do consumidor. Quando a concessionária distribuidora recebe uma energia de uma empresa geradora, ela reduz a necessidade de obter energia de fontes tradicionais”, explica a executiva.

Energia verde ou renovável é a energia limpa que tem como fontes recursos que não se esgotam ou que se regeneram na natureza, como água, vento, luz solar, biomassa e biogás gerado por estações de tratamento de efluentes. No Grupo Heineken, a energia renovável é responsável pelo funcionamento de todo o processo produtivo e de envase nas três fábricas dos produtos da marca Heineken, incluindo Heineken 0.0: as cervejarias de Araraquara (SP), Ponta Grossa (PR), Alagoinhas (BA) e, até o fim de 2023, em Jacareí (SP). (supervarejo)

CPFL inicia curso de manutenção eólica para comunidades indígenas

 CPFL Renováveis inicia curso de manutenção eólica exclusivo para comunidades indígenas.

Capacitação prática será na unidade móvel do SENAI e o curso teórico na Escola Municipal Cícero Varela.

A CPFL Renováveis iniciou em 07/08/23, o primeiro curso de manutenção eólica exclusivo para comunidades indígenas no Brasil. A capacitação será ministrada na unidade móvel do SENAI, parceiro da empresa na iniciativa, e ficará localizada no entorno da Escola Municipal Cícero Varela, em João Câmara (RN).

A CPFL Renováveis iniciou na segunda semana de agosto de 2023 o primeiro curso de manutenção eólica exclusivo para comunidades indígenas no Brasil. As aulas práticas da capacitação foram divididas entre o SENAI e a Escola Municipal Cícero Varela, em João Câmara no Rio Grande do Norte (RN).

CPFL Renováveis inicia curso de manutenção eólica exclusivo para comunidades indígenas. CPFL Energia tem lucro de R$ 1,247 bi no 2º trimestre.

RN ganhou 1ª escola de formação profissional para povos indígenas com foco em energia eólica.

O Rio Grande do Norte ganhou oficialmente, a “Primeira Escola de Formação para Povos Indígenas”, do Brasil, com foco no setor de energia eólica. O projeto é desenvolvido pela CPFL Renováveis, do Grupo CPFL Energia, em parceria com o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI. (canalenergia)

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Energia global 100% renovável antes de 2050 é possível

Centenas de estudos científicos provaram que 100% dos sistemas de energia renovável podem ser alcançados nos níveis global, regional e nacional até ou antes de 2050.

Pesquisas da Universidade LUT e 14 universidades internacionais líderes sugerem que o novo sistema seria baseado em grande parte em energia solar e eólica, armazenamento de energia, acoplamento de setores e eletrificação direta e indireta de quase toda a demanda de energia.

Um sistema de energia que é 100% baseado em energias renováveis surgiu para se tornar o mainstream científico.

Centenas de estudos científicos provaram que 100% dos sistemas de energia renovável podem ser alcançados nos níveis global, regional e nacional até ou antes de 2050. O número de estudos publicados cresceu 27% anualmente desde o ano de 2010 e continua a crescer a cada ano.

“Um número cada vez maior de pesquisadores conclui que toda a demanda do sistema de energia pode ser atendida com base em energias renováveis, e que isso será realmente mais barato em longo prazo, cumprindo os requisitos de sustentabilidade”, conclui o professor Christian Breyer da Universidade LUT.

Os principais pilares deste novo sistema de energia são energia solar e eólica, armazenamento de energia, acoplamento de setores e eletrificação de todos os setores de energia e indústria, implicando soluções power-to-X e hidrogênio-to-X, complementadas pela próxima remoção de dióxido de carbono para ajudar a estabilizar o clima. A revisão tópica é intitulada “On the History and Future of 100% Renewable Energy Systems Research” e publicada no IEEE Access.
“De acordo com as Nações Unidas, mais de 160 empresas com US$ 70 trilhões em ativos estão comprometidas em descarbonizar a economia global, o que significa eliminar os combustíveis fósseis até 2050. Nossa pesquisa mostrou que temos as tecnologias para implementar um fornecimento global de energia baseado inteiramente em energia renovável”, diz o Dr. Sven Teske, Professor Associado da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS).

“A ciência mostra claramente que um fornecimento global de energia 100% renovável é técnica e economicamente possível. O próximo passo é que nossa pesquisa seja incluída nos relatórios de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que atualmente se baseiam em pesquisas desatualizadas de cenários energéticos”, continua Teske.

O “forte ceticismo” já se foi

Inicialmente, a pesquisa de sistemas de energia 100% renovável encontrou forte ceticismo. Agora, os principais pesquisadores da comunidade de pesquisa de sistemas de energia 100% renovável combinaram seus pontos de vista. O artigo reflete o desenvolvimento do campo de pesquisa, o estado atual, a crítica do passado e fornece uma perspectiva sobre as necessidades futuras de pesquisa. Mais de 20 autores de 15 organizações e 9 países contribuíram para esta pesquisa conjunta.

“Muitos jovens estão deprimidos porque sentem que as mudanças climáticas não podem ser detidas. Queremos oferecer a eles esperança, mostrando que nosso mundo pode obter todas as suas necessidades energéticas de fontes renováveis a um preço inferior ao dos combustíveis fósseis. Quando propusemos isso pela primeira vez, fomos ridicularizados, mas este artigo mostra que nossas ideias agora são o mainstream científico”, diz Auke Hoekstra, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda.

As principais críticas contra o centro de pesquisa de sistemas de energia 100% renovável sobre retorno de energia sobre o investimento (EROI) para energias renováveis, variabilidade e estabilidade do sistema, custos, demanda de matéria-prima e interrupção da comunidade. Esses aspectos são abordados diretamente, e mostra-se que ou são um tema do passado, ou que existem soluções para que nenhum desses aspectos seja considerado um espetáculo.

“Especificamente, o argumento frequentemente expresso de que as energias renováveis não fornecem, e não podem fornecer, um maior retorno de energia sobre o investimento do que os combustíveis fósseis porque, atualmente, os combustíveis fósseis ainda são necessários para sua fabricação e instalação é fundamentalmente falho – pela mesma falha lógica, o carvão nunca poderia ter se tornado uma fonte viável de energia “líquida” abundante, uma vez que foi inicialmente impulsionado pela energia animal de baixo EROI (ou seja, músculos humanos e carruagens puxadas por cavalos precisavam ser usados para extraí-lo e transportá-lo das minas )”, acrescenta Macro Raugei, da Oxford Brookes University, Reino Unido, e da Columbia University, Nova York, EUA.

No entanto, uma inércia institucional substancial que dificulta a adoção de soluções progressivas de sistemas de energia 100% renovável pode ser notada para a Agência Internacional de Energia e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, segundo os pesquisadores do artigo. A transição poderia ser mais rápida, levando a um sistema de energia de custo mais baixo para níveis mais altos de sustentabilidade, se as instituições internacionais adotassem os insights mais recentes da pesquisa de sistemas de energia 100% renovável.

Novas pesquisas ainda são necessárias

A pesquisa de sistemas de energia 100% renovável estimulou as respectivas metas políticas, o que, por sua vez, leva a novas pesquisas no campo. Uma ampla discussão resultou em vários campos de pesquisa emergentes, como acoplamento de setores e sistemas inteligentes de energia, criticidade de materiais, variações interanuais de recursos, confiabilidade e segurança do sistema, bem como emissões negativas de CO2 para enfrentar mais rapidamente a emergência climática.

“As tecnologias já existem. As evidências substanciais apresentadas já são também evidências empíricas em várias regiões e países. A capacidade de explorar sinergias em eficiência energética, eletrificação, aquecimento urbano e eletrocombustíveis é certamente comprovada. Agora, os tomadores de decisão precisam interromper todos os novos investimentos em combustíveis fósseis e se concentrar na criação de sistemas de energia inteligentes baseados em energia renovável”, diz Brian V. Mathiesen, Universidade de Aalborg, Dinamarca.

De acordo com essas 15 universidades líderes, empresas, ONGs e governos precisam trabalhar juntos para promover o engajamento público necessário para implementar sistemas de energia sustentável distribuídos. Os pesquisadores dizem que a propriedade local, governança e modelos de mercado devem ser desenvolvidos para se adequarem aos diferentes contextos e tradições culturais em todo o mundo. (ecodebate)

Eólicas respondem por 80% da expansão da geração em julho

Balanço divulgado pela ANEEL, que prevê a entrada em operação de 10,3 GW de potência em 2023.

Empreendimentos eólicos foram responsáveis por 80,1% da expansão da capacidade instalada de geração do país no mês de julho, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica. Dos 525,5 MW de potência agregados ao sistema no mês passado, 421,2 MW vieram de 18 novas usinas eólicas, sete delas no Rio Grande do Norte.

Usinas eólicas dominam expansão da oferta de energia elétrica em julho de 2023.

Mais de 80% da capacidade ampliada no mês veio dessa fonte. Expansão no ano é de 5,7 GW.

Quando o assunto é crescimento da geração de energia elétrica no Brasil, julho foi o mês dos ventos segundo os dados acompanhados pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Dos 525,5 megawatts (MW) acrescidos à capacidade instalada do país no mês passado, 421,2 MW vieram de 18 novas usinas eólicas, sete delas apenas no Rio Grande do Norte. Também começaram a operar no período duas unidades solares fotovoltaicas (93,6 MW), duas termelétricas (10,0 MW) e duas pequenas centrais hidrelétricas (0,7 MW).

Para o diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, a ampliação da matriz elétrica brasileira em julho reflete o bom momento da geração de energia no país, em especial aquela decorrente de fontes renováveis. “O resultado de julho dá continuidade à expansão acelerada que estamos verificando em 2023. Estamos em um bom caminho rumo aos 10,3 gigawatts previstos pela equipe de fiscalização da Agência para este ano”, avaliou o diretor-geral.

A matriz elétrica brasileira alcançou este ano, até o final de julho, uma ampliação de 5.673,9 MW. A ANEEL registrou a entrada em operação comercial de 176 usinas, sendo 79 eólicas (2.713,8 MW), 61 solares fotovoltaicas (2.295,1 MW), 25 termelétricas (531,4 MW), oito pequenas centrais hidrelétricas (122,2 MW) e três centrais geradoras hidrelétricas (11,4 MW). Plantas solares e eólicas representam, juntas, 88,3% da capacidade instalada no ano.

As usinas com operação iniciada este ano estão localizadas em 18 estados de todas as regiões brasileiras. Em ordem decrescente, apresentam maiores resultados até o momento os estados da Bahia (1.684,7 MW), Minas Gerais (1315,7 MW), Rio Grande do Norte (1160,3 MW) e Piauí (460,9 MW). No recorte apenas para o mês de julho, o Rio Grande do Norte obteve o maior salto, de 421,2 MW. A Paraíba obteve a segunda maior expansão, com 104,5 MW instalados em três unidades eólicas.

Capacidade instalada

O Brasil somou 194.387,49 MW de potência fiscalizada, de acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção. Desse total em operação, ainda de acordo com o SIGA, 83,69% das usinas são consideradas renováveis.

A ANEEL atualiza diariamente os dados de geração do país por meio do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA. Ele apresenta dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção.

Outras informações sobre o acompanhamento da expansão da oferta de geração estão disponíveis em painéis interativos em www.aneel.gov.br/acompanhamento-da-expansao-da-oferta-de-geracao-de-energia-eletrica. Esses painéis, atualizados mensalmente, mostram a previsão para a entrada de novas unidades geradoras para os próximos anos. Eles trazem ainda um histórico da expansão da geração desde a criação da ANEEL (1997).

Além dos painéis, também está disponível a base de dados com informações de previsão e acompanhamento de obras dos empreendimentos outorgados para construção. (gov.br)

Boeing diz que Brasil será protagonista no uso de combustível de aviação

Boeing diz que Brasil pode ser protagonista no uso de combustível de aviação sustentável.
O Brasil tem o potencial de se tornar um dos principais players mundiais em combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês), afirmou um executivo da Boeing, à medida que o setor busca atingir sua ambiciosa meta de alcançar carbono zero, em emissões líquidas, até 2050.

A meta estabelecida dentro da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa as companhias aéreas, dependerá em grande parte do desenvolvimento e aumento da produção de SAF, que é feito a partir de recursos renováveis como óleos vegetais ou resíduos.

O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, já é líder global em biocombustíveis como o etanol, feito a partir de cana-de-açúcar ou milho, e o biodiesel derivado do óleo de soja.

"O Brasil tem a capacidade técnica, tem a mão de obra qualificada, tem a matéria-prima para ter resultados e impactos concretos para resolvermos juntos esse desafio global de descarbonizar o sistema da aviação", disse Landon Loomis, chefe da Boeing para a América Latina e o Caribe, em fórum organizado pela empresa em São Paulo.

"A Boeing já é um dos maiores compradores de combustível sustentável de aviação do mundo", observou. "O Brasil tem muito potencial."

Embora uma radical mudança tecnológica seja considerada fundamental para reduzir as emissões da aviação, o foco principal do setor tem sido em combustíveis que podem ser usados nos motores a jato existentes, como o SAF à base de plantas ou resíduos, e alternativas sintéticas.

Garantir o fornecimento suficiente de SAF é o maior desafio do setor em sua busca por emissões líquidas zero, devido aos altos custos e ao crescimento lento da produção.

A Iata estima que o uso de SAF possa representar 65% dos esforços do setor para atingir emissões de carbono líquidas zero até 2050.

O presidente-executivo da Qatar Airways, Akbar Al Baker, sugeriu em maio que o setor não seria capaz de alcançar a meta de emissões devido à falta de suprimento adequado de SAF.

A Gol afirmou que vê o suprimento de SAF como uma questão urgente.

"A gente não vai chegar lá se esse negócio não começar já", disse Eduardo Calderon, diretor do centro de controle de operações da Gol, observando que os custos do SAF atualmente são três vezes mais altos do que os dos combustíveis fósseis.

Azul e Gol indicam que só 0,01% dos clientes pagariam para compensar carbono.

"O mundo já está atrasado. Se a gente realmente não começar a partir do processo de fabricação muito brevemente, a gente não vai conseguir essa meta ambiciosa de 2050". (biodieselbr)

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Consumo no Brasil 100% renovável até final 2023

Siemens projeta consumo 100% renovável até final de 2023 no Brasil.

A empresa já atingiu a meta de ter 100% de energia renovável no Brasil, ao contrário do informado anteriormente, que seria alcançado somente no fim de 2023.

Imbuída em ter 100% de suas operações atendidas por fontes renováveis no país, a Siemens avança para transformar sua sede em São Paulo em um exemplo de gestão e eficiência energética, descarbonização, entre outros pontos, utilizando suas próprias soluções digitais.

(canalenergia)

Marina Silva defende o fim das emissões por combustíveis fósseis

Nem os conservadores defendem mais os combustíveis fósseis.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu em 07/08/23 que a Amazônia continuará sendo prejudicada se “o mundo não parar com as emissões de combustíveis fósseis, mesmo que o desmatamento seja diminuído em 100%”. Segundo ela, as decisões sobre o bioma devem ser feitas com base em evidências, e esse não é o momento para “atitudes erráticas”. A ministra está em Belém, no Pará, para a Cúpula da Amazônia, que reunirá os 8 países com o bioma em seu território.

“É preciso fazer política pública para a Amazônia com base em evidências. Não é momento para atitudes práticas. Qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo”, afirmou Marina.

As declarações se dão em contexto de embate com alguns setores do governo devido à análise para exploração na Margem Equatorial. O IBAMA vetou em maio o pedido da Petrobras para realizar uma perfuração de teste na costa do Amapá, a 500 km do rio Amazonas. O objetivo da estatal seria checar se há petróleo na área, que vem sendo chamada de “novo pré-sal”.

De acordo com o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, o pedido apresentava “inconsistências preocupantes” para uma operação segura em área de “alta vulnerabilidade socioambiental”. Afirma também que a região da bacia da foz do rio Amazonas é de “extrema sensibilidade socioambiental”.

Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), estudos internos indicam “elevado potencial para a realização de descobertas relevantes de recursos prospectivos” na Margem Equatorial.

União Europeia decide encerrar até 2050 a era dos combustíveis fósseis no bloco

Comissão Europeia defende benefícios econômicos de eliminar por completo os gases do efeito estufa na região até meados deste século.

Entenda

A Margem Equatorial é uma região em alto-mar que se estende da Guiana ao Estado do Rio Grande do Norte, no Brasil. A porção brasileira é formada por 5 bacias sedimentares –um tipo de formação rochosa que permitiu o acúmulo de sedimentos ao longo do tempo. As bacias são:

- Foz do Amazonas, localizada nos Estados do Amapá e do Pará;

- Pará-Maranhão, localizada no Pará e no Maranhão;

- Barreirinhas, localizada no Maranhão;

- Ceará, localizada no Piauí e Ceará;

- Potiguar, localizada no Rio Grande do Norte.

A Petrobras tenta perfurar na bacia da Foz do Amazonas, que, embora tenha esse nome, não é a foz do rio Amazonas. A área onde seria perfurado o poço de petróleo se encontra a 500 km de distância da foz.

Negada pelo IBAMA, a licença ambiental se refere a um teste pré-operacional para analisar a capacidade de resposta da Petrobras a um eventual vazamento. O pedido é para a perfuração de um poço em um bloco de exploração a cerca de 170 km da costa. O teste também permitiria à Petrobras analisar o potencial das reservas de petróleo na região.

A Margem Equatorial é uma região pouco explorada, mas vista com expectativa pelo setor. Isso porque os países vizinhos, Guiana e Suriname, acumulam descobertas de petróleo. Na Guiana, a ExxonMobil tem mais de 25 descobertas anunciadas. No Brasil, só 32 poços foram perfurados a mais de 300 metros do nível do mar, onde há maiores chances de descoberta.

A exploração na bacia da Foz do Amazonas é criticada por ambientalistas porque pode ter impactos sobre o ecossistema da região. Afirmam que os dados da Petrobras estão defasados, não sendo possível prever o comportamento das marés em caso de eventual vazamento de petróleo e seus impactos.

(biodieselbr)

Benefícios dos ônibus elétricos para as cidades

A adoção de ônibus elétricos nos centros urbanos é uma medida importante para reduzir a poluição atmosférica, o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito estufa.

Os ônibus elétricos são movidos por baterias recarregáveis que podem ser abastecidas com energia renovável, como solar ou eólica. Além disso, os ônibus elétricos são mais silenciosos, mais confortáveis e mais econômicos do que os ônibus convencionais, que usam diesel ou gasolina.

Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), os ônibus elétricos representavam apenas 1% da frota mundial de ônibus em 2019, mas tinham um potencial de crescimento significativo.

A AIE estima que, se todos os ônibus urbanos fossem elétricos até 2030, seria possível evitar a emissão de 270 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o equivalente a retirar 60 milhões de carros das ruas.

Alguns países já estão investindo na eletrificação dos seus sistemas de transporte público. A China é o líder mundial em ônibus elétricos, com mais de 400 mil unidades em operação, seguida pela Europa, com cerca de 4 mil.

No Brasil, existem cerca de 300 ônibus elétricos em circulação, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. No entanto, ainda há muitos desafios para ampliar essa tecnologia no país, como o custo inicial dos veículos, a infraestrutura de recarga e a capacitação dos profissionais.

Para incentivar a adoção de ônibus elétricos nos centros urbanos, é preciso que haja uma política pública integrada, que envolva incentivos fiscais, subsídios, normas técnicas, planejamento urbano e participação social.

Também é fundamental que os usuários se conscientizem dos benefícios ambientais e sociais dessa alternativa sustentável.

Os ônibus elétricos podem contribuir para melhorar a qualidade do ar, a saúde pública, a mobilidade urbana e a qualidade de vida nas cidades. (ecodebate)

domingo, 24 de setembro de 2023

Governo lança programa de descarbonização da Amazônia

Governo inclui bioenergia em tentativa de descarbonizar Amazônia.

Programa de Descarbonização da Amazônia espera movimentar até R$ 10 bilhões em investimentos.
Uma das principais agendas de Silveira, Programa de Descarbonização da Amazônia pretende movimentar entre R$ 5-10 bilhões em investimentos.

O governo Lula (PT) lançou em 04/08/23 o Programa de Descarbonização da Amazônia, uma tentativa de substituir a dependência da região por geração a óleo para atender as populações de regiões dos sistemas isolados ou com acesso precário ao sistema nacional de energia.

Uma das principais agendas do atual ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, a iniciativa pretende movimentar entre R$ 5-10 bilhões em investimentos.

Desde o início de junho, o ministro tem vendido a ideia a delegações internacionais que visitam o Brasil, como França e Emirados Árabes. Também entrou na agenda do grupo de trabalho com o BNDES.

Em Parintins, Lula retoma o Luz para Todos e lança Programa de Descarbonização.

É, em parte, um programa de universalização do acesso à energia, na Amazônia Legal. Há 211 localidades que ainda não estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o MME.

E promete convergência com iniciativas já implementadas para ampliar o fornecimento de energia em cidades amazônicas, como o Luz para Todos e o Mais Luz para a Amazônia.

A diferença é a inserção do biodiesel como alternativa à geração térmica fóssil, já que o foco do Luz para a Amazônia é a instalação de painéis solares.

Atualmente, estima-se que é necessário atender 219 mil unidades consumidoras, em áreas remotas da Amazônia Legal, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão.

Essa demanda por geração de energia local e renovável pode chegar a seis milhões de módulos fotovoltaicos e mais de cinco milhões de baterias até 2030, de acordo com um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

E ainda pressionar em R$ 1,3 bilhão a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) paga pelos consumidores do SIN em 2027, com as despesas de operação e manutenção dos sistemas de energia solar, calcula a empresa de tecnologia TR Soluções.

Linha de transmissão da energia produzida em Tucuruí e que vai abastecer com energia limpa os municípios de Juruti, Parintins e Itacoatiara.

"Energias da Amazônia": o começo da descarbonização da região.

Programa de Descarbonização da Amazônia evitará a emissão de mais de 1,5 milhão de toneladas de CO2.

Biodiesel de palma

A inserção do biodiesel no programa de energia pode reduzir a demanda por painéis e baterias, ao mesmo tempo em que aproveita a produção local de biocombustível a partir de óleo de palma.

Uma oportunidade para a BBF, que já está instalada em estados na região.

O grupo possui 38 usinas termelétricas na região, com capacidade total de 238 MW e calcula que o biocombustível substitui 106,4 milhões de litros de diesel fóssil por ano.

Atualmente, 25 usinas estão em operação com capacidade de gerar 86,8 MW, atendendo 140 mil pessoas, diz a empresa.

A atuação da empresa no Pará, no entanto, é marcada por conflitos com comunidades locais, um desafio na hora de calcular quão “justa” será essa transição.

Programa de descarbonização da Amazônia investirá R$ 5 bilhões em energia solar.

Cúpula Amazônica

A Amazônia, aliás, estará no centro das atenções nos próximos dias. De 8 a 9 de agosto Belém, no Pará, receberá os governos dos países que compõem a OTCA (Organização para o Tratado de Cooperação da Amazônia) para construir uma agenda de proteção das florestas, combate ao crime e exploração sustentável da biodiversidade.

Não será fácil. Dentro do grupo existem visões diferentes sobre o que seria proteger a floresta e explorar suas riquezas.

O petróleo é um ponto de desacordo. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, já deu declarações defendendo a eliminação gradual de combustíveis fósseis, enquanto Lula, no Brasil, admite possibilidade de exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

São cenas para os próximos capítulos. Enquanto isso, um grupo de 53 organizações da sociedade civil entregou ao governo brasileiro e à OTCA uma proposta de protocolo com uma série de medidas para evitar que o bioma atinja o “ponto de não-retorno”.

As organizações alertam para o risco de o bioma amazônico entrar em uma espiral de colapso por conta do efeito combinado de desmatamento e mudança do clima.

“Isso poderia ocorrer com um desmatamento total na casa de 20% a 25% da área da floresta. Hoje a Pan-Amazônia já perdeu 15% de sua cobertura vegetal original; no Brasil, que detém 60% da área do bioma, a perda já foi de 20%”, diz o Observatório do Clima, um dos signatários.

O grupo propõe um acordo multilateral com compromissos para eliminar o desmatamento até 2030; reconhecimento de todos os territórios indígenas e quilombolas e o fortalecimento de seus direitos; expansão das áreas protegidas; e medidas efetivas de combate aos crimes ambientais, como garimpo ilegal e contaminação por mercúrio. Leia na íntegra (pdf).

De olho nos bancos

Ainda em clima de preservação da Amazônia, a Stand.earth, uma organização sem fins lucrativos com escritórios no Canadá e nos Estados Unidos, divulgou esta semana um ranking com os bancos que mais injetaram dinheiro na extração de petróleo e gás da maior floresta tropical do mundo.

JPMorgan Chase e Citigroup estão no topo da lista com um total de US$ 3,8 bilhões em empréstimos e títulos para produção e infraestrutura de petróleo e gás.

Em seguida vem o brasileiro Itaú Unibanco, com R$ 1,7 bilhão. O levantamento considera o financiamento direto de atividades de petróleo e gás entre 2009 e 2023.

Ao todo, o banco de dados Capitalizing on Collapse mostra que oito bancos – JPMorgan Chase, Citibank, Itaú Unibanco, HSBC, Banco Santander, Bank of America, Banco Bradesco e Goldman Sachs – forneceram mais de US$ 11 bilhões (dos US$ 20 bilhões) em financiamento.

Curtas

Hidrogênio

A Fortescue apresentou em 02/08/223 os primeiros estudos de impacto ambiental EIA/RIMA para licenciar seu projeto de hidrogênio verde no Ceará. É a primeira empresa no Brasil a apresentar esses documentos para o desenvolvimento de um projeto de hidrogênio verde em larga escala.

A planta será potencialmente desenvolvida no Complexo Industrial e Portuário do Pecém em 2 etapas: fases 1 e 2 (1.200 MW) e fase 3 (900 MW). O potencial total do projeto é de 837 toneladas de hidrogênio verde por dia a partir do consumo de 2.100 MW de energia renovável.

Biometano

A Abiogás espera que o Brasil chegue a 2030 produzindo cerca de 30 milhões de metros cúbicos de biometano por dia, o que significa um salto na atual capacidade, conta o diretor Gabriel Kropsch. O volume poderia atender parte da demanda brasileira por diesel, hoje em torno de 150 milhões de m3/dia, avalia.

Santander adquire plataforma de GD

Com aquisição da FIT Energia, plataforma de geração distribuída da Hy Brazil Energia, banco pretende ampliar sua atuação no mercado de energia. Segundo Rafael Thomaz, responsável pela mesa de energia da Tesouraria do Santander Brasil, o objetivo será atrair cada vez mais produtoras de energia renovável para a plataforma, que atua como um marketplace.

Eletrificando

Parceria entre o banco BV e o aplicativo de entregas Rappi vai oferecer condições especiais de financiamento para motos elétricas da montadora brasileira Watts aos entregadores que operam pela plataforma. Com a iniciativa, as empresas calculam ser possível retirar cerca de 1,6 milhão de toneladas de CO2 da atmosfera. (epbr)

Brasil reduz 39% da meta de emissões com bioenergia

Com bioenergia Brasil pode reduzir 39% da meta de emissões.

Se chegar até o máximo esperado (71,3 MtCO2eq), sozinho, o setor vai contribuir para mitigar 39% da meta total que o Brasil se comprometeu a reduzir (a chamada NDC ou Contribuição Nacionalmente Determinada), de 183 MtCO2eq até 2030. Isso significa, na prática, substituir até 30 bilhões de litros de diesel.
Com bioenergia Brasil pode reduzir 39% da meta de emissões.

Se chegar até o máximo esperado (71,3 MtCO2eq), sozinho, o setor vai contribuir para mitigar 39% da meta total que o Brasil se comprometeu a reduzir (a chamada NDC ou Contribuição Nacionalmente Determinada), de 183 MtCO2eq até 2030. Isso significa, na prática, substituir até 30 bilhões de litros de diesel.

A intenção da consultoria com o relatório, segundo o executivo, é justamente chamar a atenção de consumidores, empresários e governos para uma área que pode, com incentivos corretos, ampliar seu impacto. Na pizza de setores que mais emitem no Brasil, o de transporte - incluindo rodoviário, aéreo e marítimo -, não é o principal, mas não deixa de ser um relevante: é responsável por 15% das emissões nacionais. Por outro lado, as soluções para ele são mais conhecidas e já utilizadas e, portanto, mais escaláveis.

Para Rodolfo Taveira, diretor da mesma área na consultoria, o país precisa valorizar as soluções de baixa emissão que já têm e não apenas ‘comprar’ a solução de outros países, como o carro elétrico. “Temos condições diferentes e opções só nossas que podem ser mais interessantes, como os carros híbridos a etanol e eletricidade”, diz.

Ele cita estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que elenca alguns obstáculos para eletrificação da frota de veículos brasileira, tais como a escassa infraestrutura de abastecimento em um país em que uma parte da população ainda não tem nem acesso à energia elétrica em suas casas. Além disso, a EPE cita o alto preço dos próprios automóveis e suas baterias, que demandam materiais estratégicos. Na conclusão, aponta os biocombustíveis como uma alternativa nacional, especialmente para veículos leves, uma vez que a tecnologia e infraestrutura de abastecimento já são mais disseminadas.

“Estamos em um momento frutífero para falar sobre as opções de combustíveis. Há uma expectativa maior para criar regulamentações que incentivem a agenda ambiental”, comenta Ivo Godoi, sócio da prática de Energia e Recursos Naturais da Oliver Wyman. Ele acredita que isso pode criar um contexto que também leve o governo a incentivar fontes de energia alternativas e combustíveis renováveis.

Sustentabilidade do cultivo de cana-de-açúcar para produção de bioenergia.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor global de biocombustíveis, com 23% de participação, graças a sua desenvolvida indústria de etanol extraído da cana-de-açúcar. Nos cálculos da Oliver, se o consumo de etanol for incentivado e a proporção de carros flex com etanol subir dos atuais 33% para 66% até 2030, o Brasil ampliará em 29% o consumo do biocombustível até 2030 e reduzirá sua pegada de carbono em 11,6 MtCO2eq.

Em um cenário ainda mais otimista, em que 100% dos motores flex consumam etanol até 2030, e as vendas de veículos flex cheguem a 80%, o país pode diminuir em 24,9 MtCO2eq suas emissões. Neste contexto, a produção de etanol responderia por 62% de do abastecimento de veículos leves no país.

Para Rodolfo Taveira, a política de mistura obrigatória de biodiesel ao óleo de origem fóssil contribui não apenas para reduzir as emissões de GEE, mas também para diminuir a dependência da importação do recurso, impactando na balança comercial do país. Hoje, cerca de 25% do diesel consumido no Brasil é importado. “Os benefícios não são só ambientais”, diz. “O biodiesel tem papel relevante em mover essa agenda adiante através da regulação”.

No documento, os autores do relatório calculam que, se o Brasil atingir níveis de mistura semelhantes aos da Indonésia, por exemplo, onde espera-se chegar até 35% de biodiesel até o final de 2023, isso levaria a uma redução das importações para apenas 5% e implicaria em uma diminuição de 29 MtCO2 eq.

Desde abril, o teor de biodiesel subiu de 10% para 12% na mistura com o diesel fóssil e a proposta aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) propõe elevar a 15%, de forma progressiva, até 2026. (biodieselbr)

Governo inclui bioenergia em tentativa de descarbonizar Amazônia

O governo Lula (PT) lançou em 04/08/23 o Programa de Descarbonização da Amazônia, uma tentativa de substituir a dependência da região por geração a óleo para atender as populações de regiões dos sistemas isolados ou com acesso precário ao sistema nacional de energia.

Uma das principais agendas do atual ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, a iniciativa pretende movimentar entre R$ 5-10 bilhões em investimentos.

Desde o início de junho/23, o ministro tem vendido a ideia a delegações internacionais que visitam o Brasil, como França e Emirados Árabes. Também entrou na agenda do grupo de trabalho com o BNDES.

É, em parte, um programa de universalização do acesso à energia, na Amazônia Legal. Há 211 localidades que ainda não estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o MME.

E promete convergência com iniciativas já implementadas para ampliar o fornecimento de energia em cidades amazônicas, como o Luz para Todos e o Mais Luz para a Amazônia.

A diferença é a inserção do biodiesel como alternativa à geração térmica fóssil, já que o foco do Luz para a Amazônia é a instalação de painéis solares.

Atualmente, estima-se que é necessário atender 219 mil unidades consumidoras, em áreas remotas da Amazônia Legal, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão.

Essa demanda por geração de energia local e renovável pode chegar a 6 milhões de módulos fotovoltaicos e mais de 5 milhões de baterias até o ano de 2030, de acordo com um minucioso estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

E ainda pressionar em R$ 1,3 bilhão a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) paga pelos consumidores do SIN em 2027, com as despesas de operação e manutenção dos sistemas de energia solar, calcula a empresa de tecnologia TR Soluções.

A inserção do biodiesel no programa de energia pode reduzir a demanda por painéis e baterias, ao mesmo tempo em que aproveita a produção local de biocombustível a partir de óleo de palma.

Uma oportunidade para a BBF, que já está instalada em estados na região.

O grupo possui 38 usinas termelétricas na região, com capacidade total de 238 MW e calcula que o biocombustível substitui 106,4 milhões de litros de diesel fóssil por ano.

Atualmente, 25 usinas estão em operação com capacidade de gerar 86,8 MW, atendendo 140 mil pessoas, diz a empresa.

Programa de Descarbonização da Amazônia espera movimentar até R$ 10 bilhões em investimentos.

A atuação da empresa no Pará, no entanto, é marcada por conflitos com comunidades locais, um desafio na hora de calcular quão “justa” será essa transição. (biodieselbr)