sábado, 2 de setembro de 2023

Minas pode receber R$ 12 bilhões em projetos de energia eólica

Além da alemã Sowitec, Casa dos Ventos estaria fazendo aportes no Norte do Estado.
A Casa dos Ventos estaria com projeto para instalar parques eólicos no Norte de Minas, afirma o deputado Gil Pereira.

Minas Gerais, que já é protagonista em energia fotovoltaica em todo o Brasil, deve ganhar destaque também na geração eólica nos próximos anos. É que o Estado está recebendo investimentos vultosos no segmento. Além da alemã Sowitec, que está investindo quase R$ 6 bilhões na implantação de três parques no Norte de Minas, a brasileira Casa dos Ventos também estaria realizando aportes da mesma ordem na região.

A informação é do deputado Gil Pereira (PSD), presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo ele, trata-se de dois grandes projetos que já se encontram encaminhados, dependendo apenas de parte dos licenciamentos ambientais para que as empresas deem início à implantação. “São projetos privados nos arredores das cidades de Espinosa, Monte Azul, Mato Verde, Santo Antônio do Retiro e Rio Pardo de Minas e estão estimados em R$ 12 bilhões”, revela.

Conforme o parlamentar, as iniciativas são para daqui a dois ou três anos e prometem impulsionar ainda os projetos de hidrogênio verde – outra importante aposta do Estado no campo das energias renováveis para os próximos anos. “Vamos precisar da energia limpa, solar e eólica para produzir o hidrogênio verde. Mas hoje isso depende mais do governo federal do que do próprio Estado devido à reforma tributária, que promete baixar os impostos para viabilizar a produção do insumo”, justifica.

Fator de capacidade de geração da energia eólica

Pereira explica ainda que a geração de energia eólica existe mais no litoral porque os ventos nessas regiões são mais fortes. E que no Norte de Minas há ventos que vêm, justamente, do litoral, o que acaba elevando o fator de capacidade de geração da região.

“Enquanto esse valor aqui em Belo Horizonte, por exemplo, é de 50%, o de uma hidrelétrica chega a quase 100% e na solar pode ser de 30% para alguns projetos. Já no Norte de Minas poderá chegar próximo a 60% ou 65%. Ou seja, os investidores estão olhando esse potencial”, explica.

A reportagem tentou contato com a Casa dos Ventos para validar o investimento, mas não conseguiu retorno até o fechamento da edição. De toda maneira, um interlocutor das negociações do governo do Estado, que pediu para não ser identificado, confirmou o projeto.

Já sobre a Sowitec, o próprio Executivo mineiro divulgou o empreendimento em setembro de 2021. À época foram divulgados três grandes projetos da empresa em municípios do Norte de Minas: dois exclusivamente de fonte solar fotovoltaica (Presidente JK e Minas do Sol) e um de fonte híbrida (Gameleiras), sendo que o segundo converge tanto para a geração solar fotovoltaica quanto para a eólica.

Neste sentido, o deputado Gil Pereira falou que o projeto da Casa dos Ventos também deverá ser híbrido. E que existe uma tendência para esse tipo de projeto, uma vez que uma matriz acaba compensando a outra na geração de energia, já que uma produz mais de dia e a outra produz mais à noite. “Seriam os primeiros do tipo no Estado, mas já existem semelhantes no Ceará e no Piauí”, completa.

Projetos da Sowitec

Conforme publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a capacidade estimada de potência apenas das primeiras fases dos empreendimentos híbridos da Sowitec é de 600 megawatts (MW), no eólico, e 400 megawatts corrente alternada (MWac) –  520 megawatts pico (MWp), no solar. Já nas fases subsequentes do projeto, as capacidades estimadas devem saltar para 1.400 MW no eólico e 600 MWac (780 MWp) no solar. Isso quer dizer que, quando estiver totalmente implantado, poderá atender, em média, 1,5 milhão de residências por ano.

Já os projetos solares Minas do Sol, em Pirapora, e Presidente JK, no município de mesmo nome, estão em estágio avançado de desenvolvimento com todas as propriedades regularizadas, medição solarimétrica conforme os parâmetros dos órgãos competentes e licença ambiental de implantação emitida. O primeiro terá potencial para atender, em média, 250 mil residências por ano e o segundo, 350 mil.

“Apostamos muito em Minas Gerais. Estamos lançando esses três projetos que já estão em estágios mais avançados, mas temos outros em etapas mais iniciais nas áreas solar, eólica e de hidrogênio verde, que é uma nova aposta do governo do Estado e que a Sowitec está bem alinhada, vislumbrando projetos futuros”, revelou o vice-diretor da Sowitec, Edgard Almeida, na ocasião do anúncio dos projetos. (diariodocomercio)

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