quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Brasil lidera crescimento da energia eólica na América Latina

Brasil vai liderar crescimento da energia eólica na América Latina, com 23 GW de potência nos próximos 10 anos.
A expansão do mercado livre será um dos principais impulsionadores do crescimento eólico onshore nos próximos 10 anos na América do Sul. O mercado eólico total deve adicionar 41,2 gigawatts (GW) de projetos onshore até 2032, de acordo com um novo relatório da Wood Mackenzie. De acordo com a pesquisa, o continente chegará a uma capacidade cumulativa de 75 GW até 2032, acima dos quase 34 GW no final de 2022. O Brasil liderará nesse período com 23 GW e 56% de todo o crescimento, seguido pelo Chile, de acordo com o relatório “South America onshore power Outlook”.

“No passado, o crescimento nesta região foi impulsionado pelo processo regulado por meio de leilões, mas isso começou a mudar com uma nova onda de atividade de mercado livre”, disse a Analista de Pesquisa Sênior, Energia e Renováveis da Wood Mackenzie, Kárys Prado. “Veremos grandes compradores dos setores comercial e industrial se afastando dos leilões e migrando para o mercado não regulamentado (ou chamado livre) para buscar acordos favoráveis de compra de energia. Isso impulsionará significativamente a construção na América do Sul, principalmente na Argentina, Brasil, Chile e Peru. No entanto, mercados menos maduros como Colômbia e Equador continuarão a depender do mercado regulado”, acrescentou.

A Wood Mackenzie avalia ainda que o hidrogênio verde também será um trampolim no longo prazo, com o Brasil e o Chile adicionando sozinhos 1,5 GW de capacidade até 2032 para apoiar essa atividade. Embora vários projetos de vários gigawatts tenham sido anunciados, eles estão em estágio inicial de desenvolvimento e só serão ampliados após 2030.

Apesar do crescimento, o mercado eólico onshore ainda enfrenta desafios. “As restrições da rede em locais ricos em energia eólica, como a colombiana La Guajira, e a crescente competição solar limitam o lado positivo das adições de capacidade”, disse Prado. “O vento teve uma vantagem histórica, mas isso vai diminuir à medida que as construções solares podem aproveitar uma distribuição geográfica mais ampla e se tornarão mais baratas com o tempo”, concluiu.

O Brasil concluiu o primeiro semestre de 2023 com um acréscimo de 5,1 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração de energia elétrica. Das 160 usinas que entraram em operação comercial de janeiro a junho, 67 são de fonte eólica, reunindo 2,3 GW (44,53% do total de 5,1 GW); 59 são solares fotovoltaicas, com 2,2 GW (42,76%); 23 são termelétricas, com 521,4 MW (10,13%); oito são pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com 121,5 MW (2,36%); e três são centrais geradoras hidrelétricas, com 11,4 MW (0,22%).


O segundo semestre do ano promete ser marcado por novos marcos inéditos de produção de energia a partir dos ventos. Segundo dados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), durante os primeiros quatro dias de julho, a geração de energia proveniente dessa fonte renovável atingiu a marca de 17.110 MW, o que corresponde a 24,3% da demanda total do Sistema Interligado Nacional (SIN). (petronoticias)

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