Talvez
você não saiba, mas o Brasil é protagonista quando o assunto é carro voador. A
startup Eve, subsidiária da Embraer, é uma das maiores desenvolvedoras de
eVTOLs, sigla em inglês para aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical,
com 2,8 mil intenções de compra pelo mundo.
Desde
2021, a brasileira Eve vem fechando acordos para a construção de milhares de
eVTOLs com empresas de todo o mundo, a maior parte deles com entrega prevista
para 2026. Para se ter uma ideia, a empresa projeta que em apenas três anos os
brasileiros já possam fazer pequenos trajetos em carros voadores em cidades
como o Rio de Janeiro.
"Espera-se
que o mercado cresça rapidamente e, em 2035, o Rio de Janeiro poderá ter até 37
vertiportos [pontos de pouso] e 245 eVTOLs. Em um futuro próximo, espera-se que
4,5 milhões de passageiros viajem em mais de 100 rotas anualmente na região
metropolitana do Rio de Janeiro, gerando cerca de 7 mil empregos diretos e
indiretos e US$ 220 milhões em receita anual", diz a empresa em um
documento sobre o projeto de mobilidade aérea da capital carioca.
Em todo o mundo, a expectativa é que, até 2035, 23 mil carros voadores estejam operando em grandes cidades.
Inicialmente, o carro voador será guiado por um piloto, mas no futuro será autônomo.
Como
é o carro voador?
O conceito do eVTOL lembra mais um helicóptero do que de um carro, mas a promessa é que o preço das viagens seja bem mais democrático. Em entrevistas em todo o mundo, os executivos da Eve afirmam que será comparável ao valor de uma corrida de aplicativo com a mesma distância, e a principal razão é a ausência do custo com combustível, já que será elétrico. Segundo a empresa, o custo da viagem por pessoas é seis vezes menor do que em um helicóptero.
O carro voador lembra um helicóptero, mas será mais acessível e silencioso.
Outro
detalhe importante: a ideia é que o eVTOL faça percursos curtos, entre 16 e 48
km, e menos de 20 minutos. Dessa forma, o carro voador será um aliado contra os
trânsitos caóticos e das grandes cidades. Inicialmente, o veículo será
controlado por um piloto, transportando mais quatro pessoas, mas, futuramente,
será autônomo - levando seis passageiros.
O
eVTOL da Eve tem uma autonomia de 100 quilômetros. Outra característica é a
ausência de ruído das hélices comparado a um helicóptero ou avião. A proposta é
que ele não seja um transporte individual, como os carros de hoje em dia, mas
algo parecido com táxis e veículos de aplicativo.
A
aeronave tem oito hélices dedicadas para voo vertical e asas fixas para voo em
cruzeiro, sem alteração na posição desses componentes durante o voo. O conceito
mais recente inclui um empurrador elétrico alimentado por motores elétricos
duplos que fornecem redundância de propulsão, para garantir segurança.
A empresa planeja iniciar a montagem de seu primeiro protótipo eVTOL em escala real ainda durante este segundo semestre de 2023, enquanto os testes serão realizados em 2024.
Aonde vão circular?
A
Eve tem uma parceria firmada com a Voar Aviation, que encomendou centenas de
carros voadores. A empresa já comentou sobre suas intenções de expandir a
atuação para diversas regiões do Brasil, como São Paulo, Belo Horizonte,
Brasília, Goiânia, Vitória, Florianópolis, Camboriú, Fortaleza, Natal, Recife e
Salvador. Em todo o mundo, a startup brasileira já fechou acordo com países da
Europa, Estados Unidos, Quênia, Singapura, Dubai, Austrália, entre outros.
Legislação
é desafio
Apesar de a tecnologia estar praticamente desenvolvida, a legislação para o funcionamento dos carros voadores será um desafio em todo o mundo. Segundo a subsidiária da Embraer afirma no documento sobre a implementação do projeto no Rio de Janeiro - assinado por entidades como Agência de Aviação Civil do Brasil (Anac), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) -, "governos, indústria e comunidades precisam começar a planejar anualmente a partir de hoje para que os benefícios sejam plenamente realizados".
O documento diz ainda que espera-se que as operações sejam lançadas até 2026. Enquanto isso é necessário garantir o gerenciamento eficaz do tráfego aéreo, regulamentações comunitárias, tecnologias e infraestrutura que possam oferecer suporte a operações seguras e eficientes. (uol)
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