A população mundial era de
7,98 bilhões de habitantes em 2022 e deve passar para 10,3 bilhões em 2100,
segundo a projeção média da Divisão de População da ONU, sendo que mais de 80%
da população global está concentrada em apenas 50 países. Porém, a ordem de
cada nação no ranking mudará bastante entre 2022 e 2100, conforme mostra a
tabela abaixo.
A primeira mudança ocorreu em
2023, quando a Índia superou a China e passou a ser o país mais populoso do
mundo. Os Estados Unidos da América (EUA) que atualmente ocupa o 3º lugar no
ranking, cairá para o 6º lugar em 2100 e será superado por pela Nigéria,
Paquistão e República Democrática do Congo. O Brasil em 2010 ocupava a 5ª
posição (atrás de China, Índia, EUA e Indonésia), mas foi superado pelo
Paquistão e pela Nigéria e caiu para o 7º lugar no ranking em 2022. Até o final
do século o Brasil cairá para a 11ª posição, sendo superado por Etiópia,
Tanzânia e Egito.
Alguns países vão dar um grande salto no ranking, tais como a República Democrática do Congo que deve passar do 15º lugar para o 5º lugar; Tanzânia passando do 22º lugar para 9º lugar; Níger que estava em 54º lugar em 2022 (nem aparece na primeira parte da tabela) e deve saltar para o 14º lugar. Outros destaques de grande crescimento demográfico no atual século são Moçambique que deve passar do 48º lugar para 23º lugar; Angola do 42º lugar para 16º lugar; Madagascar do 50º lugar para 28º lugar; Gana do 47º lugar para 34º lugar e o Iêmen do 46º lugar para 32º lugar.
Alguns destaques de queda no ranking, além do Brasil, são Japão que estava em 11º lugar em 2022 e deve cair para 33º lugar; Rússia do 9º lugar para o 20º lugar; México do 10º lugar para 18º lugar; Alemanha do 19º lugar para 36º lugar; Reino Unido do 21º lugar para 35º lugar; França do 23º lugar para 43º lugar. Alguns países que estavam entre os 50 países mais populosos em 2022 vão sair da tabela em 2100, tais como Itália que estava em 25º lugar e deve cair para o 59º lugar; Espanha do 30º lugar para 66º lugar; Tailândia do 20º lugar para 52º lugar; Coreia do Sul do 29º lugar para 70º lugar e a Ucrânia do 38º lugar para 75º lugar.
Ou seja, os países que estão
avançados na transição demográfica (redução das taxas de mortalidade e
natalidade) vão cair no ranking dos países mais populosos, enquanto os países
mais atrasados na transição demográfica vão subir no ranking.
Porém, a maioria dos países
que devem apresentar grande crescimento demográfico no restante do século XXI
são países de baixa renda e com baixo atendimento dos direitos de cidadania
(saúde, educação, moradia, proteção social, etc.). Já os países que vão
apresentar decrescimento demográfico são países de alta renda e com elevado
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Por exemplo, a Coreia do Sul era um país pobre na década de 1950, mas avançou rapidamente na transição demográfica e no desenvolvimento econômico e já se tornou uma nação rica. Se a redução populacional for acompanhada de aumento da produtividade, a Coreia do Sul pode ficar ainda mais rica e ainda resolver os problemas ambientais.
A tabela abaixo apresenta os 50 países com maior crescimento populacional absoluto entre 2022 e 2100 e os 50 países com maior decrescimento populacional absoluto no mesmo período. A Índia, que já é o país mais populoso do mundo, vai chegar em 2100 com mais 113 milhões de pessoas em relação a 2022. Os maiores aumentos serão da República Democrática do Congo, com aumento de 333 milhões de habitantes, Nigéria com aumento de 328 milhões, Paquistão com 251 milhões, Etiópia com 200 milhões e Tanzânia com aumento de 179 milhões de habitantes nos próximos 78 anos.
O Níger vai ter um crescimento populacional impressionante, pois tinha 26 milhões de habitantes em 2022 e deve chegar a 167 milhões em 2100, um acréscimo de 140 milhões de pessoas. Angola e Moçambique, dois países de língua portuguesa, também terão crescimento expressivo. Os EUA serão o país de alta renda com maior crescimento populacional (principalmente em função da imigração).
Pela mesma razão a Austrália
também apresentará crescimento, embora de menor valor. A grande maioria dos
países com elevado aumento populacional nos próximos 78 anos são do continente
africano e com baixo nível de desenvolvimento econômico.
Entre os países com maior
decrescimento, o primeiro lugar, sem dúvida, é a China que deve perder 659
milhões de chineses até 2100. A segunda maior queda será do Japão com redução
de 50 milhões de japoneses. A Rússia deve perder 32,6 milhões de habitantes. O
Brasil, em quarto lugar, deve ter uma redução de 30,8 milhões de habitantes
entre 2022 e 2100. A Coreia do Sul, Tailândia e Itália vão perder, cada um,
mais de 20 milhões de habitantes.
Na América Latina e Caribe, vários países vão apresentar decrescimento, como México (-11,9 milhões), Colômbia (-6 milhões), Cuba (-4,7 milhões), Chile (-2,8 milhões), El Salvador e Porto Rico (-2 milhões), Jamaica (-1,9 milhões) e Uruguai (-1 milhão).
A soma do aumento populacional dos 50 países com crescimento demográfico é de 3,2 bilhões de habitantes entre 2022 e 2100. A soma da diminuição populacional dos 50 países com decrescimento demográfico é de -1,04 bilhão de habitantes no mesmo período.
Portanto, o saldo é de cerca de 2,2 bilhões de habitantes. Assim, o incremento dos 8 bilhões de habitantes atuais para 10,3 bilhões em 2100 vai ficar quase todo concentrado nestes 50 países de alto crescimento demográfico. (ecodebate)
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