Conselho Nacional de Recursos Hídricos quer mais
pesquisa sobre exploração de gás não convencional (gás de xisto)
Fracking (fratura hidráulica)
O Conselho
Nacional de Recursos Hídricos deve votar em 17/12/13, moção pedindo mais ênfase
nas pesquisas antes que a exploração comercial de gás de xisto (tecnicamente,
chamado de gás de folhelho) seja liberada no País. A informação é de Marcelo
Medeiros, da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente,
que participa de audiência pública sobre o assunto na Comissão de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável em 05/12/12.
De acordo
com Medeiros, o edital do leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Bicombustíveis (ANP) realizado para exploração do gás não convencional ou de
xisto, na última semana, prevê que os estudos devem ser feitos por um período
de cinco a oito anos, podendo ser estendido por mais seis anos. Dos 240 blocos
oferecidos no leilão, 72 foram arrematados, principalmente em Sergipe, Alagoas,
Bahia e Paraná.
“Não somos
contra perfuração para pesquisa, tem que haver nível de conhecimento sobre
questão. A exploração para pesquisa deve ser feita e, se for o caso,
estendida,” avaliou Medeiros.
O
representante do Ministério do Meio Ambiente destacou que, no curto prazo, os
efeitos da exploração comercial de gás de xisto, a partir da técnica de
fraturamento hidráulico de rochas subterrâneas, podem levar à contaminação de
lençóis freáticos por gás metano (que é tóxico e explosivo) ou substâncias
químicas, inclusive radioativas, usadas no processo. Há, de acordo com Marcelo
Medeiros, uma preocupação sobre a quantidade de água gasta no processo e uma
indefinição sobre meios seguros de destinação do líquido residual do
fraturamento, possivelmente contaminado.
O gás de
xisto ou folhelho está armazenado entre rochas no subsolo, geralmente a mais de
mil metros de profundidade. Para extraí-lo, as rochas são quebradas ou
fraturadas, com a injeção de grandes quantidades de água, areia e produtos
químicos.
Mais
avaliação
Segundo
Fernando Roberto de Oliveira, gerente de Águas Subterrâneas da Superintendência
de Implementação e Projetos da Agência Nacional de Águas (ANA), os impactos da
obtenção do gás não convencional ainda precisam ser melhor avaliado antes da
liberação comercial dos recursos.
“Se não
tivermos conhecimento geológica local, a possibilidade de avançarmos com
segurança fica comprometida. Temos que conhecer melhor a hidrogeologia”,
explicou.
Um dos
autores do pedido de realização da audiência, o deputado Sarney Filho (PV-MA)
alertou que falta regulamentação sobre o setor. “Não sabemos efeitos que
exploração pode causar nos aquíferos, meio ambiente e no social”, disse. (ecodebate)
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