A melhoria no uso da energia
elétrica por parte dos sistemas motrizes industriais acarretaria uma
economia total de US$ 240 bilhões e uma redução na demanda global de
energia elétrica de 10%, pois 45% de toda a eletricidade consumida no
mundo é utilizada por motores. Os cálculos foram divulgados pelo
representante da Parceria Internacional pela Cooperação para Eficiência
Energética (IPEEC, sigla em inglês), Amit Bando, durante o 8º EEMODS,
maior conferência internacional sobre eficiência energética de motores
elétricos e sistemas motrizes, que está sendo realizada no Eletrobras
Cepel, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.
A importância dos sistemas motrizes
também é enorme no Brasil. Segundo o coordenador geral de Eficiência
Energética do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, atualmente
41% do consumo de energia elétrica no Brasil é industrial e, desse total, 62%
vêm de sistemas motrizes. “A Eletrobras, por meio do Procel, e a Confederação
Nacional da Indústria fizeram um estudo minucioso no qual identificaram um
enorme potencial de redução de gastos”, disse Pires, destacando o papel do
Procel Indústria, que já treinou cerca de sete mil profissionais, em 700
indústrias de todo o país.
Pires fez ainda um panorama geral
das políticas públicas de eficiência energética no país nos últimos 30 anos.
Ele lembrou o Programa Brasileiro de Etiquetagem, criado em 1984 e uma
referência mundial, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel) e o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de
Petróleo e do Gás Natural (Conpet), passando pela Lei de Eficiência Energética,
de 2001, que adotou índices mínimos de eficiência para máquinas e equipamentos
que consomem energia elétrica.
Além de Pires e Bando, participaram
dos debates Peter Zwanziger, representante da Associação Europeia de
Fabricantes de Motores (CEMEP, sigla em inglês), e Jean Mollet, da Associação
Internacional do Cobre, que destacou a importância da participação nos esforços
para o aumento da eficiência energética em motores de bancos de fomento, como o
Banco Mundial, e de programas da Organização das Nações Unidas, como o
Sustainable Energy for All, além da Organização do Desenvolvimento Industrial
da ONU, que incentiva a adoção da norma ISO 50001, de gestão eficiente da
energia.
Longe da ISO-50.001 - O número de
indústrias que receberam a norma ISO 50.001 de eficiência energética, em todo o
mundo, já ultrapassou 4 mil, mas, no Brasil, as certificadas não passam de
sete, de acordo com George Alves Soares, chefe da Assessoria Corporativa e de
Novos Negócios em Eficiência Energética da Eletrobras. Segundo ele, mais da
metade das certificações foi obtida na Alemanha. George Soares divulgou os
dados durante o encerramento da oitava edição do EEMODS, a maior conferência
internacional sobre eficiência energética de motores elétricos e sistemas
motrizes, que terminou ontem (30), no Rio.
Para o especialista da Eletrobras,
o Brasil é uma referência na área de etiquetagem e no estabelecimento de
critérios mínimos para a certificação de sistemas motrizes eficientes, mas
precisa evoluir mais. “Deveríamos seguir o exemplo de países que estão buscando
acordos voluntários com a indústria para a redução do desperdício no setor.
Acredito que este seja o caminho. A quantidade superior de certificações ISO
50.001 na Alemanha é um exemplo para todos os outros países de como é
importante atrelar políticas públicas às boas práticas no setor”, destacou
George. Segundo ele, 2.177 indústrias alemãs já obtiveram a ISO 50.001, de um
total de 4.048 em todo o mundo.
O EEMODS, realizado na sede do
Eletrobras Cepel, na Ilha do Fundão, foi o primeiro a ser programado para a
América Latina e reuniu 218 pesquisadores de 113 instituições, representando
mais de 20 países. O próximo encontro acontece no ano que vem na Finlândia.
(ambienteenergia)
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