Flutuação
Torres da Altaeros usam nova técnica para aproveitar o vento
nas alturas
Novas tecnologias
permitem construção de torres bem maiores que as atuais para aproveitar os
ventos mais fortes na geração elétrica.
O setor de energia
eólica tem se esforçado muito ao longo dos anos para abocanhar as melhores
propriedades para suas fazendas, buscando com frequência áreas remotas em
pradarias ou cadeias montanhosas distantes para uma produção máxima de energia
com mínima oposição de comunidades. Agora, ele está se estendendo para o alto.
Com novas tecnologias que permitem
que os desenvolvedores construam máquinas mais altas girando hélices mais
compridas, o setor tem conseguido produzir mais energia a um custo mais baixo
ao capturar os ventos mais fortes que sopram em alturas maiores. Isso abriu
novos territórios em lugares como Michigan, Ohio e Indiana, onde o preço da
eletricidade de turbinas construídas de 90 a 120 metros acima do chão agora
pode competir com o de fontes convencionais como o carvão.
E os esforços para captar o vento
poderão subir ainda mais. No exemplo mais extremo, talvez, uma empresa
iniciante chamada Altaeros Energies está se preparando para introduzir seu
primeiro piloto comercial de uma turbina eólica flutuante no Alasca. Conhecida
como BAT - de Buoyant Airborne Turbine -, a enorme rosca branca cheia de hélio
rodeando um rotor flutuará a cerca de 300 metros de altitude e produzirá
eletricidade suficiente para alimentar mais de uma dezena de casas por um dos
cabos que a prendem ao solo.
Mas a expansão para o céu já decolou
em todo o setor eólico, transformando partes do Meio-Oeste antes evitadas em
potências em energia eólica.
Ali, seis anos atrás, a velocidade
dos ventos a 60 metros de altura não era suficientemente forte para justificar
o desenvolvimento de energia eólica, disse Elizabeth Salerno, economista-chefe
e diretora de dados e análises industriais da Associação Americana de Energia
Eólica, a principal associação comercial do setor.
Em Michigan, por exemplo, havia
fazendas eólicas sem escala de distribuição operando em 2008, disse Elizabeth.
Agora, elas são suficientes para produzir 1.000 megawatts de eletricidade,
podendo eletrificar centenas de milhares de casas.
Os preços caíram tanto - em alguns
casos, cerca de 4 centavos de dólar por quilowatt-hora - que as distribuidoras
têm aumentado a quantidade de energia eólica que estão dispostas a comprar em
contratos de longo prazo, e reguladores dizem que é sua opção mais barata. Ao
mesmo tempo, porém, o ímpeto provocou alguma oposição de moradores dessas novas
áreas, que fazem objeção às turbinas eólicas industriais muito altas.
"Não é apenas mais vento nos
lugares que já conhecemos", disse Elizabeth. "Isso está
potencialmente abrindo regiões como o Sudeste e outras onde elas talvez não
sejam econômicas hoje, mas poderão ser no futuro. É nesse rumo que estamos
seguindo." As turbinas eólicas flutuantes levam essa dinâmica ainda mais
longe, embora, por enquanto, elas só possam competir em lugares onde o preço de
outras opções, como o óleo diesel, é muito mais alto.
Competição
Outras companhias além da Altaeros
tentaram desenvolver sistemas eólicos flutuantes. Por exemplo, a Makani Power
está trabalhando em uma turbina com hélices que, segundo seu site, voa em
círculos. Ela foi adquirida pelo Google no ano passado, mas a tecnologia ainda
precisa ser aperfeiçoada.
No Alasca, porém - como em outras
regiões remotas, representando um mercado multibilionário que a Altaeros
pretende explorar -, os custos da energia são tão altos que mesmo uma
tecnologia promissora, mas não provada, é economicamente viável, segundo
autoridades. "Particularmente para o Alasca, eliminar os custos associados
à instalação elétrica torna esse tipo de empreendimento muito atraente",
disse Alan Baldivieso, gerente de programa de energia hidrocinética, geotérmica
e emergente do Departamento de Eletricidade do Alasca. O departamento repassou
à Altaeros US$ 1,3 milhão de seu Fundo de Tecnologia Energética Emergente para
apoiar o teste do equipamento por 18 meses, com a ideia de expandir seu uso.
Custo
"Nosso maior foco é no custo,
porque ele é muitíssimo alto em certas partes do Alasca", disse Sean
Skaling, vice-diretor de energias alternativas do departamento. "Um belo
subproduto é que ela é também tipicamente mais verde e mais limpa, se for menos
cara."
Ben Glass, diretor-presidente da
Altaeros, espera que a companhia consiga oferecer eletricidade a cerca de 18
centavos de dólar por quilowatt-hora, alto demais para mercados mais
convencionais, mas ainda bem abaixo dos 35 centavos por quilowatt-hora que são
pagos em áreas remotas do Alasca.
Em algumas partes do Alasca, os
preços podem alcançar até US$ 1 por quilowatt-hora, quase dez vezes a média
nacional. Atender mercados como esse pode ajudar a companhia a estabelecer seu
negócio e baixar custos para no final competir por projetos de maior escala.
(OESP)
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