O consumo de energia elétrica no
País cresceu 6% no primeiro trimestre, de acordo com levantamento da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE). A alta foi puxada pelo consumo residencial, com
aumento de 10%, considerada a maior desde o início da pesquisa.
Concentrada no Sudeste e Sul, a
alta no consumo, associada à piora nos níveis de reservatórios, acende novo
alerta para a crise energética do País.
Nos três primeiros meses do ano, o
consumo atingiu 121.922 gigawatts-hora (GWh). De acordo com o levantamento, nas
residências, a alta foi de 10% no trimestre, em comparação com o mesmo período
do ano passado. No comércio, foi de 10,8%.
"Esse resultado reflete o
expressivo aumento do consumo verificado nos meses de janeiro e fevereiro
ocasionado pelo calor atípico nas Regiões Sul e Sudeste", informa a EPE.
O destaque ficou com a Região Sul,
que teve alta de 17,5% no consumo do trimestre. Já o Sudeste, que representa
metade do consumo residencial do País, a alta foi de 7,8%. Nas demais regiões,
juntas, o crescimento no período foi de 11,4%.
Segundo o estudo, a forte alta
também se deve a uma maior posse de aparelhos de ar-condicionado pelas
famílias. O consumo médio doméstico no País ficou em 166 kWh, alta de 3,8% ante
março de 2013.
"O mercado até esperava uma
alta maior, mas já era esperado esse consumo elevado em razão das temperaturas
atípicas que tivemos", avalia o consultor Walfredo Avila. Segundo ele, os
primeiros indicadores de abril demonstram uma normalização no consumo.
"Ainda assim é uma preocupação, pois apesar da queda das temperaturas
ainda não há chuvas para aliviar a situação dos reservatórios."
Em março, o consumo no País subiu
4,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi verificada em todos
os segmentos, com destaque para a indústria, que começa a reverter os sinais de
queda na produção, com alta no consumo de 1,3%. No acumulado do trimestre, o
setor teve alta de 0,7% no consumo.
O crescimento no consumo
industrial, segundo a EPE, retomou o nível de dois anos atrás, com alta
acumulada de 1,3% em 12 meses.
Apesar da aparente melhora, a nota
chama atenção de que ainda são sentidos os efeitos de redução da produção, em
razão de baixas no preço do produto no mercado internacional e também do alto
custo da energia no País. (OESP)
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