quarta-feira, 12 de abril de 2023

Gás Natural pode representar 40% do H2 em 2050

Estimativas da GEFC aponta que 48% da produção será do hidrogênio verde que necessitará de um grande volume de energia renovável o que abre espaço para a versão azul do energético.

A 7a edição do GECF Global Gas Outlook indica que o hidrogênio azul, derivado do gás natural terá um papel importante na transição energética. No chamado Cenário de Descarbonização Acelerada de Energia (AEDS, na sigla em inglês), a estimativa é de que essa modalidade de produção do insumo poderá responder por 40% do hidrogênio produzido anualmente até 2050.

“O AEDS projeta que a demanda por hidrogênio pode chegar a 550 milhões de toneladas até 2050, representando quase 10% do mix total de energia”, aponta a publicação do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GEFC, na sigla em inglês).

De acordo com o levantamento da entidade, espera-se que o hidrogênio verde seja responsável por 48% da produção até 2050, com 270 mt de produção. Esse volume, estima, exigirá 12.000 TWh. Segundo dados comparativos, isso equivale a 43% da atual geração anual de eletricidade mundial, ou quatro vezes a atual geração de eletricidade a partir de energia eólica e solar, ou a geração total de eletricidade atual na China e nos EUA.

Como consequência, apontou a GEFC, haverá uma necessidade total de geração de eletricidade renovável prevista em 46.000 TWh por ano a partir de energia solar e eólica em AEDS até 2050, devido às maiores necessidades de eletricidade e vias de descarbonização, como a eletrificação dos setores de energia.

“Essa enorme quantidade de demanda de energia renovável é mais de 12 vezes maior do que a geração atual das fontes eólica e solar que estão em torno de 3.600 TWh. A necessidade de uma quantidade tão grande de energia renovável torna imperativo considerar uma grande parcela da produção de hidrogênio a partir de outros métodos disponíveis, competitivos e maduros, como o hidrogênio azul à base de gás natural”, afirmou.

A parcela estimada é de que 220 milhões de toneladas de hidrogênio sejam geradas usando gás natural com captura e armazenamento de carbono (CCS), representando 40% da produção total até 2050. “Esse volume exigirá mais de 930 bilhões m3 de gás natural até 2050”. Espera-se que a gaseificação do carvão com CAC contribua para cerca de 10% ou 54 toneladas de produção de hidrogênio até 2050″, acrescentou a entidade.

Atualmente, diz a GEFC, o hidrogênio azul é uma opção mais competitiva em termos de custo do que o hidrogênio verde, pois aproveita a infraestrutura de gás natural existente e a tecnologia CCS. Atualmente, o custo médio do hidrogênio azul é estimado em cerca de US$ 1,5 a US$ 3/kg enquanto a versão de cor verde varia de US$ 3 a US$ 6/kg.

Mas admite que à medida que as fontes de energia renováveis se tornam mais baratas e mais difundidas, o H2 Verde aumentará sua competitividade em termos de custos e consequentemente ganhará uma grande parcela do mercado. A estimativa é de que o custo diminua em cerca de 50% até 2030, colocando-o lado a lado com o atual patamar de preços do H2 Azul.

Por outro lado, à medida que a tecnologia para CCS melhora e se torna mais amplamente adotada o custo do H2 a base de gás recuará também. Mas até 2050 o verde será semelhante ao do hidrogênio azul, tornando ambas as opções viáveis para uso generalizado em várias indústrias.

“É importante notar que a transição energética não é uma solução única para todos, e uma variedade de métodos de produção de hidrogênio limpo são necessários para atender às futuras necessidades energéticas. Neste contexto, o AEDS reconhece a importância de considerar todos os métodos de produção de hidrogênio limpo”, defendeu a entidade.

O desenvolvimento do hidrogênio verde também movimentará o mercado de trabalho no Brasil.

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