Além da conclusão de Angra 3, existe um lobby de políticos e especialistas do setor nuclear para que a quarta usina da fonte, indicada no Plano Decenal de Energia 2031, seja instalada no complexo de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Não há consenso sobre qual seria o projeto ideal para o que seria Angra 4, mas as três possibilidades apontadas sugerem uma usina tradicional, um projeto utilizando pequenos reatores modulares (small modular reactor) ou uma planta flutuante também com os chamados SMR.
A usina nuclear de Angra III é um dos mais antigos empreendimentos públicos não concluídos. Há outros 34 mil espalhados pelo país no censo anual feito pelo Tribunal de Contas da União.
A usina embarcada tem entre
os entusiastas o deputado Júlio Lopes (Republicanos-RJ). Lopes disse contar com
a sensibilidade do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tanto para a conclusão da obra de Angra,
estimada em R$ 21 bilhões, quando para instalar a quarta nuclear brasileira.
Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Atividade Nuclear (Abdan), justifica a preferência pelo sitio de Angra destacando que a instalação de uma usina de 1 GW na região Sudeste só pode ser feita onde já há projetos do tipo em operação.
“Uma quarta nuclear em dez anos tem que ser em um local que você já conheça subsolo, as condições e tudo o mais. Então, para fazer em dez anos, só Angra. Não tem tempo de desenvolver outro site”, disse, reforçando ainda que a aceitação desse tipo de empreendimento pela população local é de 80%, o que facilitaria a instalação.
O especialista aponta a
vantagem da montagem de uma usina com pequenos reatores. Um equipamento de
rápida fabricação, com homologação na fábrica e mais barato que os grandes
reatores. “O SMR tem característica de ser igual a geladeira. A produção é
muito rápida. Homologa em fábrica. Ele tem a flexibilidade que a gigante não
tem. É capaz de acompanhar as eólicas e solares e segura quando elas caem. Fora
que o investimento é muito menor.”
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