domingo, 30 de abril de 2023

Omega avança com eólicas e plataforma digital no Texas

Desenvolvedora deve lançar ferramenta até o final do ano no exterior e vê maior procura por clientes no Brasil após entrada em GD.

Enquanto segue subindo as margens de contratação de energia e os modelos de investimentos com clientes de autoprodução, a Omega Energia avança também com seus projetos nos Estados Unidos, onde possui 531 MW eólicos em desenvolvimento. O CEO da empresa, Antonio Bastos Filho, pontuou que a plataforma digital de serviços deve ser lançada no Texas até o final de 23, o que pode impactar um pouco no curto prazo as margens da companhia devido a alguns investimentos pontuais, mas que trarão bons resultados no longo prazo.

“Prevemos um range de 70% a 75% na margem de Ebitda em função da velocidade de investimentos em marketing, no time de vendas e outros pontos no exterior”, disse o executivo durante a teleconferência ao mercado em 01/03/23, ressaltando que se não houvesse esse aporte adicional teriam sido computado um incremento de R$ 30 milhões na receita de Ebitda em relação a 2022.

Sobre o parque Goodnight 1 (265,5 MW), Bastos informou já ter sido finalizada toda parte civil do empreendimento, encarado como um cartão de visitas da desenvolvedora exterior. Foi iniciado a parte de média tensão para começo da parte mais crítica de montagem das máquinas a partir de julho. Na parte de financiamento tudo assinado, com o desembolso programado para daqui 2 semanas. “Goodnight 2 temos trabalhado numa expectativa conservadora para ter a geração do projeto a partir de 2024’, acrescenta o CEO.

Complexo de 531 MW no Texas contará com turbinas da Vestas e deve ter a operação plena em 2024 (Omega).

Questionado sobre novidades no pipeline e o quanto a expansão internacional poderá impactar nos resultados futuros, o dirigente disse não haver nenhum novo projeto em vista na carteira, salientando que o primeiro parque deve representar 10% dos resultados a partir do ano que vem, e que a companhia espera efeitos maiores vindos da plataforma de energia após a entrada da empresa em Geração Distribuída, observando uma maior entrada de clientes por aqui.

“São investimentos em GD, mas comprar ativos operacionais não faz muito sentido, a não ser em situações específicas, com retornos superiores aos últimos anos”, comenta, relembrando que segue a estratégia de dois anos atrás de estruturalmente aumentar as margens dos ativos existentes, lançando medidas como a transição de modelos de PPAs para autoprodução por equiparação e arrendamento com clientes.

Segundo ele, a perspectiva é boa, com a geração de valor de centenas de milhões, não só importante para aguentar os efeitos meteorológicos que impactam no negócio, mas também garantindo um nível de contratação maior da energia, falando num índice superior a 90% para os próximos 10 anos e que devem garantir a rentabilidade de 2024 em diante.

“Estamos otimistas e temos operações maiores para sair, que dependem ainda dos stakeholders e debenturistas”, reforçou Antonio. Por fim, ele finalizou a teleconferência afirmando que a companhia só prosperou tendo a questão da rentabilidade à frente de volume.

“Podíamos lançar sócios novos e volumes grandes, como no caso da Actis, mas não é o momento de fazer isso agora no Brasil, com juros e capex altos e preços baixos”, reitera, concluindo que para otimizar sua estratégia a Omega adquiriu maior participação no complexo Assuruá, entrou em GD e alocou capital no mercado norte-americano. (canalenergia)

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