Sistemas de armazenamento de
energia contribuem para maior uso de fontes renováveis.
A demanda por energia vem
crescendo cada dia mais. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até
2026 esse aumento deve ser de 3,7% ao ano. Considerando a vasta quantidade de
recursos naturais disponíveis no País, as fontes renováveis ganham destaque
como alternativas que podem contribuir de maneira sustentável para o
abastecimento das cidades e indústrias.
No entanto, a geração de
energia de plantas eólicas e solares para o sistema é incerta durante um
determinado período. Em uma hidrelétrica com reservatório ou térmica
tradicional, por exemplo, é possível planejar quando e o quanto de energia será
gerada com uma antecedência de meses e até anos.
Já no caso das plantas
solares ou eólicas, a incerteza da disponibilidade da fonte primária (vento ou
sol) no curto prazo (dias, horas, ou até frações de hora) as caracteriza como
fontes intermitentes ou não despacháveis. Esta intermitência, quando muito
acentuada, pode trazer alguns problemas na operação dos sistemas elétricos,
caso não seja gerenciada adequadamente.
A boa notícia é que hoje já
existem tecnologias capazes de lidar com esse cenário, permitindo segurança e
flexibilidade maior na operação de sistemas elétricos.
Compostas por um conjunto de
equipamentos físicos e também de soluções digitais, elas podem detectar falhas
com rapidez, estimar a margem de segurança na qual o sistema está operando,
evitar interrupção do serviço e também armazenar energia, característica
importante para o uso de fontes renováveis e diferencial ainda mais relevante,
quando pensamos em geração e transmissão de energias sustentáveis.
No caso dos sistemas de
armazenamento, a ideia é trazer maior flexibilidade para a operação, uma vez
que as baterias são capazes de absorver uma rápida rampa positiva ou negativa
de geração de energia, permitindo também que o que foi gerado por uma planta
renovável possa ser entregue ao sistema em outro momento. Diante disso, o
sistema contribui para a diminuição de desperdícios e evita o congestionamento das
redes.
O uso das baterias, portanto,
possibilita a utilização da energia gerada em momentos de maior demanda, e não
somente quando o vento ou o sol estão disponíveis. É durante o período de maior
consumo energético, por exemplo, que as baterias injetam a eletricidade gerada
durante o dia e garantem a segurança e estabilidade na operação do sistema
elétrico.
A utilização de soluções
digitais, por outro lado, viabiliza todo o processo, uma vez que o sistema
precisa ser preditivo, avaliando constantemente se o que foi previsto de carga
e de demanda estão dentro do esperado. Do ponto de vista de operação, as
soluções digitais permitem agregar rapidamente diversas informações em
conjunto, simplificando o processo de tomada de decisão, e garantindo um entendimento
mais adequado sobre os estados operativos em tempo real e futuros do sistema.
“O futuro está nos sistemas
híbridos, que ligam baterias às fontes de geração de energia, seja ela eólica,
solar ou a gás”, explica Rodrigo Salim, Líder de Soluções Digitais,
Armazenamento de Energia e Microrredes da Grid Solutions, divisão da GE Power.
A companhia é a única no mundo que possui uma planta híbrida contendo baterias
e turbinas à gás já em funcionamento.
O
projeto começou a operar este ano na Califórnia e combina armazenamento com
baterias e turbinas a gás, garantindo o funcionamento do sistema em tempo
integral para o operador, e ajudando a reduzir custos no consumo de combustível
e água para arrefecimento do sistema da turbina à gás.
Esse é um mercado que está
crescendo e nós estamos de olho. Alguns países da América Latina como Brasil,
México, Chile, entre outros países no Caribe, estão caminhando para serem mais
sustentáveis. É com isso em vista que, desde o começo desse ano, a GE conta com
um time dedicado para essa região focado nas mudanças de regulamentação e
outras iniciativas que permitam maior flexibilidade para instalação na rede”,
comenta Salim.
O
Brasil já conta com projetos em avaliação voltados para esse mercado, que é o
caso da P&D Estratégico 21/2016 da ANEEL. As propostas buscam o
desenvolvimento de pilotos para avaliação e inserção de sistemas de
armazenamento de energia no setor elétrico nacional, de forma integrada e
sustentável. “Esse é um passo que mostra que o governo brasileiro quer entender
melhor e começar a utilizar tais tecnologias para o benefício do País”,
finaliza o executivo. (ambienteenergia)
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