EDF escolhe o Brasil para
investir R$ 6 bilhões em energia renovável nos próximos anos.
A EDF EN, empresa de energia
renovável do grupo francês EDF, estabeleceu o Brasil como uma de suas
prioridades e pode investir mais 6 bilhões de reais no país nos próximos anos
para elevar a capacidade de geração para até 2 gigawatts, disse nesta
quarta-feira o CEO da empresa no Brasil, Paulo Abranches.
A companhia, que pretende
crescer no país em um ritmo mais forte do que globalmente, tem projetos de
energia solar e eólica de cerca de 600 MW nos Estados da Bahia e Minas Gerais,
sendo 350 MWs já em operação e comissionamento e outros 250 MWs em construção,
cujos investimentos totais são estimados em 3 bilhões de reais.
“O volume de investimento vai
depender se fizermos mais solar que eólica ou vice-versa, das novas tecnologias
e máquinas, se vai se importar ou fazer local… vamos investir vários bilhões no
Brasil e se fizermos a conta por três vezes (o que a empresa pretende crescer),
estamos falando de 9 bi de reais”, disse Abranches a jornalistas em evento na
sede da empresa no Rio de Janeiro.
“É um número razoável, mas é
difícil de precisar, até porque os preços da energia estão baixando”, adicionou
ele.
O Brasil, de acordo com o
executivo, é um dos oito países considerados prioritários para a EDF EN na sua
estratégia de expansão global.
O crescimento em renováveis
da EDF EN também focará Grã-Bretanha, Índia, China, França, Estados Unidos,
África do Sul e Turquia.
“O Brasil é complexo, o que nos
obriga a fazer uma ginástica e um pragmatismo grande, mas não tem lugar fácil
no mundo”, comentou o executivo.
Abranches destacou que a
expansão da capacidade no Brasil será orgânica.
Segundo ele, aquisições de
empresas não fazem parte do DNA da companhia e só são consumadas quando há uma
grande oportunidade.
“Quando acharmos que faz
sentido, podemos fazer, mas só se for uma oportunidade tática… mas comprar
ativos operacionais não é o nosso DNA porque somos industrial e não um
investidor financeiro…”.
Petrobras e Eletrobras
“Estamos interessados em
oportunidades em crescer no Brasil, mas temos que ver o que faz sentido para
nós. Hoje estamos mais voltados em ‘green fields’ (novos projetos) do que na
aquisição, mas não estamos fechados”, disse a jornalistas Philippe Castanet,
vice-presidente da EDF para América do Sul e do Norte.
Ele fez comentários ao ser
questionado sobre interesse da EDF no grande programa de desinvestimentos de 21
bilhões de dólares da Petrobras para o biênio 2017/2018.
Um outro executivo da EDF
salientou ainda que a empresa não tem interesse no processo de privatização da
estatal brasileira Eletrobras e acredita que o modelo desenhado pelo governo
não é voltado para empresas do setor.
“Será uma operação para
investidores financeiros e não para companhia do setor”, ressaltou o
vice-presidente da EDF para Brasil, Yann des Longchamps.
“Achamos
que o Brasil tem um grande mercado e a economia está crescendo de novo, e o
crescimento deve puxar o consumo. É um país com potencialidades”, destacou.
(ambienteenergia)
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