Brasil
formaliza associação à Agência Internacional de Energia e ganha reconhecimento
no cenário mundial.
O
Brasil formalizou, por meio de uma Declaração Conjunta, a associação à Agência
Internacional de Energia (AIE) como país não membro. O ministro de Minas e
Energia, Fernando Coelho Filho, fez a abertura da cerimônia ao lado do
diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, e do ministro das Relações Exteriores,
Aloysio Nunes Ferreira.
“Esse
é o primeiro passo que nosso país dá ao lado da Agência. A associação do Brasil
vem oportunamente num momento em que o Brasil tem trabalho para melhorar ainda
mais sua posição no cenário energético global”, disse o ministro de Minas e
Energia, Fernando Coelho Filho.
Coelho
Filho também lembrou que o Brasil está no sétimo lugar entre os países com
maior geração de energia eólica no mundo e que para 2026, a previsão do Plano
Decenal de Energia é que a capacidade instalada eólica brasileira chegue a 25,8
GW (inclusive geração distribuída), respondendo por 12,5% do total.
A
associação de país não membro é uma forma da Agência reconhecer países com
papel relevante no panorama energético mundial e que não são integrantes da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Com
a associação, o Brasil é o sétimo país a entrar na lista formada por Cingapura,
China, Índia, Indonésia, Marrocos e Tailândia. Considerando os países
integrantes da OCDE, a Agência possui atualmente 29 membros.
Fatih
Birol, diretor-executivo da AIE, demonstrou entusiasmo e otimismo com
associação do Brasil à agência. “Desde que os registros da AIE começaram, no
início da década de 1970, o Brasil tem sido um importador de petróleo. No
entanto, de acordo com os dados mais recentes da AIE, tenho o prazer de
confirmar que, em 2017, o Brasil alcançará pela primeira vez o status de
exportador líquido. Além disso, nossa análise é de que o país está no caminho
certo para exportar um milhão de barris/dia até 2022”, afirma.
Birol
também ressalta a importância das políticas públicas. “Em conjunto, isso mostra
que as políticas de longo prazo do governo brasileiro estão a dar frutos e
agora servem de inspiração para outros países ao redor do mundo”, ressalta.
O
ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, destacou que o evento
também consolida o primeiro Programa de Trabalho Conjunto, para o
desenvolvimento de agenda bianual, e lembrou que além da parceria com a
Agência, o Brasil tem ampliado o debate energético-ambiental nos principais
eventos mundiais, citando a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (COP 23), marcada para o início de novembro.
O
processo de associação envolveu um amplo e detalhado trabalho entre o MRE e o
MME, o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) e a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), que já desenvolviam programas conjuntos com AIE em
treinamentos, debates e produção de informações na área de energia.
Com
o status de associado, o Brasil terá maior oferta de treinamentos e cursos,
poderá receber visitas de especialistas para fazer diagnósticos de setores
específicos, contribuirá com informações técnicas e receberá resultados de
estudos de ponta a que antes não acedia, entre outros benefícios.
Agência
Internacional de Energia (AIE)
Fundada
em 1974, a AIE representa, hoje, importante organismo internacional no setor de
energia. Além de constituir plataforma para diálogo entre pares e fonte de
troca de dados de última geração, a organização tem como missão buscar garantir
suprimento confiável de energia, a preços acessíveis e de modo sustentável,
enfocando em áreas de segurança energética, desenvolvimento econômico,
consciência ambiental e engajamento de número crescente de países.
O
produto mais conhecido da Agência é o World Energy Outlook, publicação anual
que é referência mundial do setor. O Brasil já foi objeto de seção especial de
113 páginas na edição de 2013. (ambienteenergia)
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