sábado, 4 de abril de 2020

ABSOLAR discute novo marco legal para o setor solar no País

Projeto de lei sobre a geração distribuída deverá tramitar em breve no Congresso.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) reuniu em 06/02/20, empresários do setor para debater o Projeto de Lei (PL) e o marco legal da geração solar distribuída no Brasil. O evento foi realizado no prédio da FIESP, em São Paulo, com cerca de 200 de participantes.
Na mesma data, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se encontrou com o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) para conversar sobre o PL de sua autoria, que propõe estabelecer novas regras para consumidores da geração distribuída. O PL surge como alternativa à Resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que no ano passado propunha taxar o setor em mais de 60%, o que poderia inviabilizar o desenvolvimento da energia solar no país. Lafayette estava confirmado para o evento da ABSOLAR, mas cancelou de última por conta da convocação de Rodrigo Maia.
Durante o evento da ABSOLAR, Bárbara Rubim, vice-presidente de GD da entidade, afirmou que ainda está em análise se a proposta tramitará como um PL novo ou como substitutivo. “Os parlamentares estão avaliando qual é a melhor estratégia”, afirmou. A intenção é que o projeto seja aprovado até o final de março, em caráter de urgência.
Na visão de Bárbara, há alguns entraves para impedir a proposta. “Um deles é a existência de outros projetos em pauta no Congresso, com mais urgência, como por exemplo, a Reforma Tributária”, disse.
Em tese, o autor do PL diz que tarifas pagas pelos consumidores de geração distribuída à distribuidora (Fio B) serão diferenciadas, de acordo com o tipo de geração, e haverá aumento gradativo ao longo de 10 anos.
Pela proposta do deputado, apresentada no evento da ABSOLAR por membros da entidade, os projetos de GD que protocolarem solicitação de acesso até 31/12/2020, ficam nas regras atuais até 2045. Já as novas instalações ficam com os incentivos atuais, sem nenhuma mudança, até o fim de 2021. A partir de janeiro/2022, a geração distribuída entra em um processo de aumento gradual na tarifa.
Os produtores de energia por meio de geração local (normalmente com placas colocadas no teto das residências) teriam um aumento escalonado da cobrança pelo uso da rede das distribuidoras. Hoje eles ganham isenção total do pagamento da TUSD – tarifa de uso do sistema de distribuição. A minuta do PL fixa um pagamento de 10% da TUSD a partir de 2022, aumentando a cada dois anos para 30%, 50% e 75%, atingindo a cota cheia ao final de dez anos.
No caso da geração remota, quando o consumidor instala seu sistema gerador em local diferente do local de consumo, desde que ambos estejam dentro da área de concessão da mesma distribuidora, o pagamento integral pelo uso da rede já começa a partir de 2021.
A geração compartilhada será dividida em comercial e residencial, com diferenciação de tarifas. “Na residencial, a tarifa será iniciada em 10% a partir de 2022 e na categoria comercial, em 50% já a partir de 2021. O aumento ocorre gradativamente até chegar ao valor integral para o Fio B, que levará dez anos”, detalha Guilherme Susteras, coordenador do GTGD da ABSOLAR.
Segundo Bárbara Rubim, o projeto foi construído em longas conversas com Aneel, setor solar, distribuidoras e Ministério de Minas e Energia, visando a convergência e o consenso, ao mesmo tempo em que corrige distorções e traz incentivos ao setor solar.
Na avaliação de Rodrigo Sauaia, CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o marco legal para a geração distribuída, conforme sugerido pelo presidente da República, com o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado, beneficia o cidadão, gera empregos e acelera o crescimento do País. “Trata-se de iniciativa suprapartidária em prol do desenvolvimento econômico e sustentável do País, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados, redução de custos para famílias, empresas e produtores rurais, com mais liberdade de escolha para os consumidores”, comenta.
Para o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, promover a energia solar fotovoltaica é medida alinhada com as melhores práticas internacionais. “No Brasil, a fonte é cada vez mais acessível à população, de todas as faixas de renda, além de ser uma locomotiva de crescimento econômico. O mercado poderá gerar cerca 672 mil novos empregos aos brasileiros na microgeração e minigeração distribuída até 2035, com a manutenção das regras atuais”, conclui. (portalsolar)

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