Debênture sustentável estreia
para financiar projetos solares no Brasil.
Papéis
foram emitidos pela geradora de energia londrina Faro para projetos com
benefícios ambientais e sociais.
A
Faro Energy emitiu a primeira debênture sustentável do Brasil, com o objetivo
de captar R$15 milhões para investir em projetos de geração distribuída de
energia solar e iniciativas sociais no país. As debêntures sustentáveis podem
ser direcionadas tanto em projetos com benefícios ambientais quanto sociais. Os
papéis foram certificados pela Bureau Veritas.
Segundo
relatório publicado pela Moody’s em fevereiro, as emissões de bônus verdes,
sociais e sustentáveis devem crescer 24% no mundo neste ano, para 400 bilhões
de dólares. Portanto, a chegada desse tipo de papel no Brasil foi em bom
momento.
Além
disso, o país vive um boom no mercado fotovoltaico puxado pelo segmento de
geração distribuída, que geralmente envolve a instalação de sistemas solares em
residências ou terrenos para atender diretamente a demanda de consumidores.
As
debêntures da geradora de energia londrina destinarão R$ 14,9 milhões para
quitar dívidas em moeda estrangeira e R$ 100 mil para aulas de desenvolvimento
de habilidades sócio emocionais para 600 alunos de uma escola da cidade de
Pirapora, no norte de Minas Gerais.
Hoje,
a Faro do Brasil tem uma capacidade de geração bruta de 222 mil megawatts-hora
por ano. “Poderíamos ter feito uma emissão tradicional de debênture, mas
queríamos que nosso projeto fosse além e impactasse de diferentes maneiras na
região onde está”, disse Pedro Mateus, presidente da Faro no Brasil.
As
debêntures serão remuneradas de acordo com a inflação medida pelo IPCA mais
5,45% ao ano, com prazo de dez anos. Segundo a companhia, os papéis têm como
garantia o fluxo de pagamento pela energia solar gerada pela Faro e consumida
por dois clientes, Aquário do Rio e uma rede de supermercados em Pirapora.
“Fazendo
dessa maneira, acreditamos que a equação de risco e retorno para investimentos
vai acabar e a questão do impacto social e ambiental terá que entrar nessa
conta,” disse o presidente da Gaia, João Pacífico.
O
distribuidor responsável pelas debêntures da Faro foi o Banco BTG Pactual SA,
que atua em transações de centenas milhões de reais. “Nos últimos três anos,
observamos que a demanda por investimentos de impacto tem crescido e queríamos
testar como seria a demanda”, disse Mariana Oiticia, sócia do BTG Pactual.
(portalsolar)
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